Solitário olha a água no terreno, onde circula, conta e joga uma das britas onde está sentado e pensa na vida. Sua família? Seus sonhos? Suas expectativas? Pensaria ele na música “Cidadão” do Lúcio Barbosa cantada pelo Zé Ramalho:
Tá vendo aquele edifício, moço?
Ajudei a levantar
Foi um tempo de aflição, era quatro condução
Duas pra ir, duas pra voltar
Hoje, depois dele pronto
Olho pra cima e fico tonto
Mas me vem um cidadão...
Pensaria ele nos royalties? Aos amigos jornalistas que estão aí na redação, o blog faz esta singela sugestão de matéria. Apenas uma sugestão, que não tem nada de originalidade, apenas curiosidade e, talvez, uma pequena pitada de humanidade. Se cumprirem o blog ficará satisfeito e disponibiliza a imagem ao lado e em troca quer saber o nome deste trabalhador e, mais que isso, os seus sonhos...
Tudo isso, me faz recordar de uma época em que estudava e trabalhava no Rio. Vizinho ao prédio onde morava, havia outro em construção, como tantos outros que conhecemos. Recordo-me como se fosse hoje, em meus ouvidos, as canções nordestinas que eles cantavam misturadas a um choro embalado pela cachaça que ajudava a anestesiar a dor da alma daquele que abandonava seu lugar e sua gente para sobreviver. O resto do sábado depois do trabalho e todo o domingo eram quase sempre assim. Nunca me incomodei com os lamentos e nem com as festas destes homens que conhecia apenas de vista e mais profundamente na alma. Agradeço a eles parte da formação humanística que não obtive nos livros. Aos trabalhadores do Rio e ao solitário operário da rua Manoel Teodoro, mais uma vez os parabéns pelo seu dia!
Pensaria ele nos royalties? Aos amigos jornalistas que estão aí na redação, o blog faz esta singela sugestão de matéria. Apenas uma sugestão, que não tem nada de originalidade, apenas curiosidade e, talvez, uma pequena pitada de humanidade. Se cumprirem o blog ficará satisfeito e disponibiliza a imagem ao lado e em troca quer saber o nome deste trabalhador e, mais que isso, os seus sonhos...
Tudo isso, me faz recordar de uma época em que estudava e trabalhava no Rio. Vizinho ao prédio onde morava, havia outro em construção, como tantos outros que conhecemos. Recordo-me como se fosse hoje, em meus ouvidos, as canções nordestinas que eles cantavam misturadas a um choro embalado pela cachaça que ajudava a anestesiar a dor da alma daquele que abandonava seu lugar e sua gente para sobreviver. O resto do sábado depois do trabalho e todo o domingo eram quase sempre assim. Nunca me incomodei com os lamentos e nem com as festas destes homens que conhecia apenas de vista e mais profundamente na alma. Agradeço a eles parte da formação humanística que não obtive nos livros. Aos trabalhadores do Rio e ao solitário operário da rua Manoel Teodoro, mais uma vez os parabéns pelo seu dia!
PS.: Se desejar ouvir a música Cidadão na voz do inconfundível Zé Ramalho clique aqui.
Atualizado às 23:42: O jornalista Gustavo Rangel e o professor Hélio Gomes Filho, o primeiro em comentário abaixo e eo segundo por e-mail corrigiram este blog na informação de que o Zé Ramlho seria o autor da música Cidadão. Veja o que o Helinho disse:
"Esta canção foi imortalizada por Zé Geraldo. Um cantor menos famoso, mas que tem a sua pouca fama creditada a esta música. Na verdade a gravação de Zé Ramalho é recente num disco de sucessos, tentando requentar a sua carreira". Taí a correção e a dica também do Helinho sobre o vídeo do Zé Geraldo cantando a música Cidadão. Assista aqui.
2 comentários:
A revista " the economist" - ícone da globalização financeira que domina a cena econômica do mundo trouxe, como destaque de primeira página, a questão do crescimento da renda nos países do golfo pérsico, em decorrência da alta recente do petróleo. Por lá tenta-se montar um estado do bem estar social lastreado nas divisas do óleo. Já por aquí, o que se nota é uma economia local campista estagnada, desemprego e subemprego alto e elites predatórias na captura do fundo público municipal. As alternativas também não são muito animadoras. A chamada terceira via não tem base partidária, nem inserção na população mais humilde. A segunda via, tentou mudar campos em 88, mas caiu no clientelismo e no populismo, ao não renovar seus quadros e a primeira via ( hoje no poder de direito) é sabidamente corrupta e só só procura representar os interêsses da elite patriarcal, que comanda a vida econômica decadente do município. Enquanto não surge a quarta via, a população sofre com um transporte caro e deficiênte, com um ensino público de baixo nível, uma rede de saúde descordenada e um sistema de cobertura social paternalista. Continuando essa letargia, o vizinho município de São João da Barra, ao receber mega investimentos em siderurgia, automóveis e logística portuária ganhará, ao longo de menos de uma década a corrida como centro dinâmico da região rivalizando com Macaé. Quem viver verá.
Muito bom o post professor. Mas uma ressalva. A autoria da música "Cidadão" não seria de Zé Geraldo? abraços!!!
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