E o debate?

Quem é o prefeito? Quem será amanhã? Qual o tamanho dos desvios? Quem foi nomeado ou renomeado? Quem foi exonerado? E os convênios dos vereadores?... Todas estas perguntas, sem dúvida, têm razão de ser. Porém, faltando menos de cinco meses para a escolha do novo prefeito e vereadores para Campos, talvez o debate já devesse ser outro. Como pretende lidar o candidato a prefeito com a gestão do significativo orçamento? Quais as suas prioridades? Como pensa em organizar a também extraordinária máquina de governo? Que ações imagina para corrigir o caótico transporte público? Sobre os custos estratosféricos das obras públicas? Na Saúde quais as prioridades que não seja a discussão se paga ou não paga os hospitais filantrópicos? Quais as estratégias para o desenvolvimento econômico na era pós-royalties? Que relação entre executivo e legislativo se projeta para o município para além da retórica dos discursos que promete uma falsa e desonesta independência? Independente de quem seja o prefeito e os futuros candidatos ao cargo é bom que a sociedade comece a clamar por este debate. Ele poderá dar a pista do que cada um deles pretende ou não para a cidade. Campos precisa superar o mito arcaico e populista, da busca de um salvador da pátria, para a correção paulatina dos nossos males. O município precisa de um gestor disposto a dialogar com a sociedade, na busca de uma gestão mais eficiente para o cidadão. Um gestor disposto a escancarar a gestão à participação da sociedade, não para cooptação nefasta de lideranças e de instituições aos seus propósitos eleitorais, mas de estímulo à sua organização para a construção, formulação, controle e avaliação das políticas públicas do, e para, o município. Da mesma forma que está na hora de mudar o Muda Campos é também o momento de, ainda que tardiamente, pela especificidade do quadro político atual, de iniciarmos o debate do que se deseja em termos de gestão para o nosso município. Queiramos ou não, seja quem for o prefeito nestes sete meses que faltam para terminar o ano, ele está irremediavelmente comprometido em termos de desenvolvimento e formulação de novas e boas políticas públicas. Isto não inibe o direito inalienável que a população tem de acompanhar os desdobramentos jurídicos e políticos que cercam o desenrolar do mandato que se findará em dezembro próximo. Neste sentido, é bom que comecemos a superar os problemas deste período lastimável de má gestão, com a responsabilização dos culpados, mas que joguemos nossa energia, naquilo que almejamos para a nossa querida Campos dos Goytacazes, a partir do próximo ano. Ao bom debate e mãos à obra!