sábado, junho 14, 2008

BR-101: alto fluxo e riscos

Está cada dia mais difícil transitar no trecho Campos-Rio desta rodovia. O fluxo de veículos não pára de crescer. O aumento quase exponencial do trânsito de grandes caminhões (carretas), cada vez mais utilizados, torna a via de mão dupla, um verdadeiro caos.

As viagens que duravam em carro de passeio entre três horas e três horas e meia são agora feitas, em condições normais (sem acidentes e outros) num tempo entre quatro horas e meia e cinco horas de uma tensa viagem.

Difícil o dia que não se é obrigado a ver acidentes graves e mortos no leito da rodovia. Os trabalhos de recuperação feitos pela Autopista Fluminense, o nome comercial que deram à empresa espanhola OHL que ganhou a concessão para operar a rodovia, são lentos e pouco eficientes. Estão recuperando parte do acostamento, capinando a faixa de servidão ao lado da pista, cujos trechos mais danificados estão sendo cobertos por nova camada de um grosso asfalto.

Os locais onde serão instalados os pedágios sensores colocados na pista identificam o fluxo de veículos. Estes sensores são ligados a um transmissor que repassa a informação para o satélite e deste para os computadores da concessionária. (Foto ao lado)

O primeiro deles pode ser visto na localidade de Serrinha, próximo à entrada para Quissamã, quatro quilômetros depois do posto do Russo. O segundo, em torno de quinze quilômetros antes do centro de Casimiro de Abreu. Outros dois estão instalados na altura de Silva Jardim e o terceiro próximo a Itaboraí, que é o que será cobrado apenas em uma direção. Os gerentes da concessionária devem estar sorrindo com o fluxo que movimentarão dentro em breve suas caixas registradoras.

Bom que as comunidades dos municípios cortados pela BR-101 e seus governantes busquem a concessionária e/ou o Ministério Público Federal. O acompanhamento do faturamento é um direito do cidadão. A identificação de um faturamento maior do que o previsto na modelagem que norteou a concessão permite que se exija uma aceleração das obras de melhoria como duplicação, construção da terceira faixa, contorno das cidades, trevos, etc.

4 comentários:

Anônimo disse...

tem um desse logo depois de travessão também, no sentido Campos/Vitória.

Roberto Moraes disse...

É onde está prevista a praça de pedágio na direção norte do trecho de 320,1 Km da BR-101 que foram concedidos à Autopista Fluminense.

Anônimo disse...

Não pode ser solicitado (por uma ONG, por exemplo) a Autopista Fluminense, as informações colhidas por esses sensores, para verificar se estão de acordo com os dados que foram utilizados para calcular o pedágio e o prazos previsto para a realização das obras.

Sugiro ao blog, fazer uma entrevista com o engenheiro da Auto pista Fluminense responsável por esse trecho da BR 101, para saber entre outras coisas quais são projetos de melhoria a curto e médio prazo no trecho entre Macaé e Travessão.

Roberto Moraes disse...

Caro comentarista,

Infelizmente as propostas de previsão de instalação obrigatória de um Conselho de Usuários foi solenemente ignorada pela ANTT (Agência Nacional de Transportes Terrestres) que mediou a fase final da concessão, inclusive a audiência pública para ouvir a comunidade e também pelos nossos gestores.

Alguns inclusive já estã de olho, no valor que arrecadarão de ISS. No caso de Campos estimo que os dois pedágios, em Guandu na direção de Vitória e o de Serrinha na direção do Rio traga uma arrecadação mínima de R$ 2 milhões por ano.

Quanto a ouvir a OHL (Autopista) poderia ser interessante. Não sei que é o responsável na região. Porém, acredito que a fala de quem seja o responsável seja exclusivamente de que atenderão o cronograma de serviços e obras previstos nos cadernos de encargos da concessionária, onde estão definidos obras, serviços, prazos, etc.

O MPF e as instituições da sociedade civil terão imenso trabalho para ter acesso a estes dados.

O TCU recentemente divulgou relatórios de que as prestações de contas de obras e serviços executados por concessionárias, de vias federais e estaduais em São e outros estados, estavam extremamente majorados, para falsamente ampliar gastos e escamotear os lucros que estas companhias estavam tendo, além de justificarem aumentos das tarifas em índices superores à inflação.

Em alguns casos foram registrados inclusive intermediações de prefeitos que apresentavam demandas de obras, como trevos na entrada dos seus municípios, que ao serem executados por valores estratosféricos permitiam, às concessionárias embutirem custos para ampliação das tarifas para a ampliação dos seus lucros.

Na grande maioria destes casos, as concessionárias tiveram apoio da imprensa destas regiões, que em troca de gordas verbas publicitárias aplaudiam a concessão alardeavam a vantagem destas obras, independente dos seus custos.

Por tudo isso, imaginem o que vem por aí. Especialmente se o controle social for frágil, assim como dos subservientes governos municipais.

Abs,