Eleição sem novidade e sem empolgação

Ouso dizer que disputarão o mandato de prefeito como quem busca um segundo emprego. Quando se tem um, o segundo, importa pouco, ou menos, por isso se é menos convincente. Esta parece que será a tônica da disputa à prefeitura de Campos. O deputado, ex-prefeito quer voltar, mas não disse o que pretende fazer e se o jogo será de escopa, de 12 ou de 15. A ex-governadora diz que tudo será mais fácil do que administrar um estado que tem 92 municípios que são geridos pelos seus prefeitos. Repete indefinidamente que tem que fazer o que o marido fez. “No primeiro mês vou comprar todas as ambulâncias que o município precisa”. Parece uma proposta velha para uma saúde doente que precisa de melhor diagnóstico e tratamento. É difícil acreditar que surgirá algo novo nesta velha e falsa polarização. São os mesmos com diferenças periféricas e superficiais. Por mais que sejam as únicas opções que os donos dos partidos resolveram colocar à disposição da escolha do grande público é bom que eles saibam que os munícipes estão muito mais exigentes. Ainda assim, estes dirigentes dizem desejar articular uma nova via, mas na verdade, se contentam com uma vice aqui ou acolá. Pobre política nesta rica cidade ingovernável. Por isso e por outras coisas mais parece que será uma campanha arrastada e sem credibilidade. Um acusa o outro de ter sido responsável pelas nomeações e destituições que nestes vinte anos transformaram a prefeitura naquilo que o Muda Campos de 1988 prometeu acabar. Para dizer a verdade, não é difícil, que nem eles mesmos acreditem mais, em si mesmo.