Para debaixo do “valão”?

Tentando empinar a candidatura da esposa, o ex-governador, Garotinho continua a criar fatos novos. Postou agora em seu blog, que Rosinha encomendou projeto para cobrir o valão na antiga avenida Rio Branco, atual, José Alves de Azevedo. Ele já havia feito o mesmo com o anúncio da contratação do escritório de Jaime Lerner para fazer um projeto de urbanização da cidade. Agora ele diz que a ex-governadora quer criar no "valão" uma área de lazer e de alimentação, com praças, estacionamento e equipamentos esportivos. Ele diz que “o valão, além de cheirar mal é um foco de dengue e depõe contra a imagem da cidade. Quando transborda faz com que o esgoto, tome conta das calçadas e ruas vizinhas”. Nunca vi o valão transbordar. É verdade que cheira mal, tal qual a maioria das ações dos políticos que estão à frente do município, nestes últimos vinte anos. Na verdade, ao invés de transbordar, o que falta ao canal Campos-Macaé, seu verdadeiro nome, é exatamente renovação de suas águas, causada pela redução do nível do rio Paraíba do Sul, durante a maior parte do ano. Quanto ao risco de dengue, com o Canal tampado, sem precisar ser especialista na área, é bom destacar, que os riscos com os focos de dengue, que eles são muito maiores com canal fechado que aberto. A área precisa de urbanização para a qual o município até já licitou, sem que a obra fosse realizada. Seria até desejável, que se investigassem os motivos da não execução destes serviços. As calçadas ao redor estão esburacadas e nem todo o esgoto, indevidamente jogado, pelas casas e comércio ao redor nas galerias de águas pluviais foram retirados para serem drenados para a estação de tratamento da Chatuba. De mais a mais, o centenário e histórico canal Campos-Macaé é tombado pelo Patrimônio Histórico, através do Inepac, o Instituto Estadual do Patrimônio Cultural, ligado à Secretaria de Cultura do estado que o casal governou por dois mandatos, e desta forma, não tem como sofrer intervenção do jeito que pretende a campanha eleitoral da ex-governadora. Parece evidente a falta de conhecimento das coisas da terra causadas pelo afastamento do casal. Assim, os marqueteiros terão problemas na campanha. É bom se inteirar melhor dos problemas da terra. Urbanizar a área sim, mas fechar o canal não. PS.: Se a assessoria do casal desejar saber mais detalhes do tombamento do Canal Campos-Macaé clique aqui e veja o processo E-18/001.134/2002 que diz: “Uma das maiores obras da engenharia do século XIX, foi idealizado pelo inglês John Henry Freese com o objetivo de ligar o rio Paraíba do Sul ao rio Macaé. Atravessava a região das restingas e alagadiços utilizando parte do leito das lagoas de Jurubatiba, Carapebus, Paulista e Feia. Visava facilitar o escoamento da produção açucareira, através do canal, ao porto de Imbetiba em Macaé, seguindo para o Rio de Janeiro. Sua construção começou em 1844, dependendo da mão-de-obra escrava. Considerada obra “faraônica” para época, o canal de 109 km foi inaugurado em 1861, somente começando a operar em 1872 com viagens regulares do vapor Visconde”.