65 anos, professor titular "sênior" do IFF (ex-CEFET-Campos, RJ) e engenheiro. Pesquisador atuante nos temas: Capitalismo de Plataformas; Espaço-Economia e Financeirização no Capitalismo Contemporâneo; Circuito Econômico Petróleo-Porto; Geopolítica da Energia. Membro da Rede Latinoamericana de Investigadores em Espaço-Economia: Geografia Econômica e Economia Política (ReLAEE). Espaço para apresentar e debater questões e opiniões sobre política e economia. Blog criado em 10 agosto de 2004.
sábado, junho 21, 2008
Rede Blog: “Rabo preso - Clientelismo e voto em Campos”
Escarafunchando o termo para trazer algo para o tema deste dia 21, para a nossa Rede Blog procurei a palavra clientelismo no Aurélio e não encontrei. Lá há a palavra cliente que todos sabem o que significa. Lá diz se referir ao demandante do advogado, procurador ou ao médico habitual. Bom também saber que o nosso grande dicionarista, não considerava cliente, por exemplo, aquele que é ou era atendido num ponto de comércio.
A Wikipédia, a enciclopédia livre da internet, conceitua assim o clientelismo:
“O Clientelismo é um sub-sistema de relação política - em geral ligado ao coronelismo, onde se reedita uma relação análoga àquela entre suserano e vassalo do Sistema Feudal, com uma pessoa recebendo de outra a proteção em troca do apoio político.
Como nota característica o cliente fica em total submissão ao patrão, independentemente de com este possuir qualquer relação familiar ou empregatícia.
No Brasil e em alguns países da América Latina, suas raízes remontam às origens patriarcais destas sociedades.
A terminologia tem sua origem provavelmente no fato de que muitos dos patrões também eram médicos ou advogados - os dois primeiros cursos universitários, no Brasil. Ou mesmo na Roma Antiga onde havia situações muito parecidas com essa: a dependência de plebeus em relação aos patrícios, e que tinham exatamente o nome de "Clientelismo".
Relacionando ainda mais a questão do clientelismo ao desenvolvimento social a Wikipédia explica:
“O clientelismo é uma ferramenta muitas vezes utilizada para enfraquecer o capital social e humano de uma determinada localidade, ou de uma nação por inteiro. Ao se privilegiar a obtenção de benefícios oriundos de entes externos a uma localidade, ocorre o enfraquecimento das relações horizontais, homem a homem; cidadão a cidadão, diminuindo a capacidade de colaboração destes indivíduos e ampliando a competição por mais recursos exógenos, e que não geram riquezas locais. Este processo gera um ciclo vicioso que ao longo do tempo é capaz de desmobilizar completamente uma comunidade”.
“Por isso, e segundo Augusto de Franco, o clientelismo busca manter a verticalização da esfera pública e "modos de regulação autocráticos", dificultando a democratização da sociedade. Franco acrescenta ainda que da maneira os programas de combate a pobreza são desenhados, não faz com que se diminua a pobreza, pois alimenta "continuamente a cadeia vertical de subordinações e favores pela qual se exerce o clientelismo".
A partir daí podemos pensar a atual situação em nossos Campos dos Goytacazes. O movimento "Muda Campos" em 1988 tinha como lema mudar esta relação clientelista e coronoelesca na política local. Será que alcançou algum êxito? Nesta reflexão poderíamos pensar, onde o clientelismo, ainda se manfesta de maneira mais significativa em Campos. Para isso o blog conta com a colaboração dos seus leitores.
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2 comentários:
Roberto, assim como vc, antes de abordar o tema deste dia 21 da Rede Blog, fui ao dicionário para buscar o conceito de "clientelismo". No Dicionário Aurélio que eu tenho em casa, encontrei a tal palavra assim definida:
"Tipo de relação política em que uma pessoa dá proteção a outra(s) em troca de apoio, estabelecendo-se um laço de submissão pessoal".
Nem sempre comento, mas leio freqüentemente seu blog. Meu abraço.
Roberto, o comentário anterior (o primeiro deste post) foi feito por mim: Fátima (entrou como anônimo)
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