65 anos, professor titular "sênior" do IFF (ex-CEFET-Campos, RJ) e engenheiro. Pesquisador atuante nos temas: Capitalismo de Plataformas; Espaço-Economia e Financeirização no Capitalismo Contemporâneo; Circuito Econômico Petróleo-Porto; Geopolítica da Energia. Membro da Rede Latinoamericana de Investigadores em Espaço-Economia: Geografia Econômica e Economia Política (ReLAEE). Espaço para apresentar e debater questões e opiniões sobre política e economia. Blog criado em 10 agosto de 2004.
quarta-feira, junho 18, 2008
Só para saber
Os EUA consomem 25% de todo o petróleo do mundo: 7 bilhões de barris por ano. Suas atuais reservas não dão para quatro anos. Os americanos mantém tropas na Arábia Saudita, cujas reservas de petróleo somam 260 bilhões de barris. Domina o Iraque que detém 100 bilhões de barris de reserva e ameaça o Irã que possui outros 100 bilhões.
Na América Latina, as reservas do México já foram em grande parte, apropriadas e de 54 bilhões de barris, só restam hoje 17 bilhões. Os EUA estão surpresos com a descoberta de petróleo leve na camada de pré-sal sob as águas brasileiras. As estimativas preliminares falam em 30, 50 ou 70 bilhões de barris neste depósito natural no megacampo de 800 por 200 quilômetros de área no litoral brasileiro.
Fala-se, na preocupação dos EUA contestarem a posse brasileira sobre as novas reservas, por estarem além do limite das 200 milhas náuticas que define a largura do mar territorial do país. Os EUA apesar de terem assinado, não teriam ratificado a Convenção de MontenegoBay que definiu, não só o limite das 200 milhas, mas também o prolongamento da plataforma continental, no fundo do oceano, pode ser estendida a até 300 milhas que em nosso caso, teriam sido confirmadas, pela Comissão de Levantamento da Plataforma Continental da ONU.
Entre outras medidas é possível identificar algo além de chifre de cavalos, quando os EUA definiram em abril a reativação da sua IV Frota para operações na América Latina que tem entre outras preciosidades bélicas um porta-aviões nuclear da classe Nimitz com capacidade para carregar até 90 aviões, além de destróieres, submarinos nucleares e embarcações de apoio. Veja o que o petróleo traz além dos já conhecidos royalties.
Fonte: Le Monde Diplomatique Brasil.
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Um comentário:
Roberto, muito bem colocada a sua preocupação.
Lembro-me de tempos atrás ter comentado com colegas de trabalho sobre a enorme fragilidade de nossas instalações marítimas e o quanto somos - nós brasileiros - ingênuos com relação às políticas internacionais na disputa pelo petróleo...
Você foi muito feliz por ter trazido os números que de fato estão em jogo...ainda mais por conta agora da decadência do dólar perante às demais moedas - principal fator a manter o barril cotado nas alturas...
Não bastará uma performance eficaz no campo diplomático, a história de sucesso dos americanos é fundamentalmente constituída de conflitos sangrentos pelo ouro negro...e a nossa Petrobras sempre esteve na mira...agora, ainda mais...veremos em breve muitos episódios...
Daí porque sou radicalmente contra àqueles que estão vendendo a alma na especulação na Bolsa de Valores e não construíram de fato nada - como a tropa do mega Eike Batista e os demissionários da Petrobras -, eles estão expondo de forma irresponsável, ao mundo faminto, as informações privilegiadas e que deveriam ser tratadas como de segurança nacional!!!
Esses caras criarão situações ainda perversas por aqui!!
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