65 anos, professor titular "sênior" do IFF (ex-CEFET-Campos, RJ) e engenheiro. Pesquisador atuante nos temas: Capitalismo de Plataformas; Espaço-Economia e Financeirização no Capitalismo Contemporâneo; Circuito Econômico Petróleo-Porto; Geopolítica da Energia. Membro da Rede Latinoamericana de Investigadores em Espaço-Economia: Geografia Econômica e Economia Política (ReLAEE). Espaço para apresentar e debater questões e opiniões sobre política e economia. Blog criado em 10 agosto de 2004.
terça-feira, junho 10, 2008
Saúde: o calcanhar de aquiles da administração pública em Campos
Referendando o que o TeleGiz do Irajá hoje realçou e foi mostrado aqui pelo blog do Ricardo André: "Saúde Pública, salve-se quem puder!" todas as últimas pesquisas feitas em Campos, em que se perguntou sobre a prioridade de política pública a que o novo prefeito deveria se dedicar, a saúde tem sempre sido destacada, por cerca da metade das citações, em um percentual bem acima da segunda que é o emprego com algo próximo de 1/3 das indicações de saúde.
Interessante esta observação numa cidade, em que a administração pública está há mais de uma década entregue a médicos. O ex-prefeito que hoje é deputado federal e que é novamente candidato a prefeito, é médico. O atual é também médico. Um deputado estadual ex-secretário de saúde é médico. A atual legislatura tem a maior bancada de médicos da história da Câmara Municipal com cinco dos dezessete veradores, quase um terço de toda a bancada.
Mais interessante ainda é observar que o orçamento previsto para a área de Saúde de R$ 332 milhões pode ser considerado mais que suficiente. Temos uma boa e tradicional Faculdade de Medicina, além de outras também qualificadas instituições que congregam médicos e se aprofundam em estudos relacionados à saúde.
Olhando para trás, vê-se que é infrutífero e falso, o argumento de que o município necessite de um especialista para melhorar a gestão do setor. Na verdade, nosso município precisa de um choque de gestão e de moralidade em todas as áreas, numa perspectiva em que a política pública seja o objetivo e não o voto. Taí mais um ponto para discussão!
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2 comentários:
Roberto, você tocou em um assunto que sempre me incomodou muito. A privatizaçãoda da medicina começou com FHC e nos últimos 15 anos a "bancada da saúde" em Brasília e nas cidades só fez aumentar. A saúde pública perdeu e a particular vem se tornando um SUS volume 2. A ANS por sua vez não faz muita coisa a respeito dos planos de saúde. Em nível municipal, como você citou, além de deputados e prefeitos, temos tido ao longo dos anos vereadores, secretários e colabores diretos da administração municipal que - em termos práticos - não disseram a que veio: a pesquisa citada reflete isso, não é uma "opinião particular". Concordo com você: cai por terra a teoria de que médicos presentes no governo melhoriam a situação - a coisa só piorou. Infelizmente, com o os contatos e poder junto à população mais carente, tudo indica que essa coisa vai continuar. Precisamos de bons médicos bem remunerados nos hospitais públicos e particulares, clínicas, consultórios, domicílios de pessoas que não podem se deslocar, instituições científicas de pesquisas, laboratórios, mas longe da administração política (é claro que boas exceções existem).
Abs.
Roberto
Concordo inteiramente com o seu postado. O problema da saúde, em Campos, não é de recursos e sim de gestão, ao contrário de outros municípios do país.
Infelizmente a saúde pública em Campos é vista pelos governantes locais, como um cabide de emprego e um local para fazer politica pessoal e partidária, além de servir para alavancar amigos com pretensões politicas.
Não existe preocupação e nem interesse, dos governantes, em organizar e profissionalizar a gestão da saúde pública, em nosso município, porque deixaria de ser um campo fértil para as suas politicas personalistas, populistas e eleitoreiras, apesar de ter muitos profissionais capacitados na área de gestão em saúde, nos quadros municipais.
Caso a saúde pública, em Campos, fosse gerida de forma profissional e técnica, e se conseguisse afastar ou controlar os interesses corporativos, privados e políticos, existentes e poderosos no município, certamente o quadro seria outro. Com a quantidade de verba disponível para a saúde, no município, seguramente, Campos teria condições de ter um dos melhores sistemas públicos de saúde do país.
Um abraço
Guerreiro
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