65 anos, professor titular "sênior" do IFF (ex-CEFET-Campos, RJ) e engenheiro. Pesquisador atuante nos temas: Capitalismo de Plataformas; Espaço-Economia e Financeirização no Capitalismo Contemporâneo; Circuito Econômico Petróleo-Porto; Geopolítica da Energia. Membro da Rede Latinoamericana de Investigadores em Espaço-Economia: Geografia Econômica e Economia Política (ReLAEE). Espaço para apresentar e debater questões e opiniões sobre política e economia. Blog criado em 10 agosto de 2004.
quarta-feira, julho 23, 2008
Mobilidade, inovação e flexibilidade refletem mudança de comportamento-II
Mais sobre mudanças de comportamento:
“Boa parte das pessoas não se incomoda de falar ao celular perto de estranhos. “O celular gerou uma confusão entre o que é público e privado”, diz o sociólogo John Thompsom, professor da Universidade Cambridge. “Com o telefone fixo, as pessoas se isolavam do mundo para falar”, afirma Thompsom. Agora, passaram a resolver tudo em público. Cerca de 50% dos brasileiros de até 24 anos não vêem problema em manter uma longa conversa ao celular durante uma viagem de ônibus. Na Espanha, uma pesquisa pública mostrou que os trens passaram a ser mais barulhentos com a popularização do celular. Hoje, há folders nas paredes dos terminais sugerindo que as pessoas falem baixo ao celular. Uma lei em Barcelona pode proibir ligações de mais de três minutos”.
“O banqueiro americano Joseph Young aprendeu como silenciar os mal-educados. Ele comprou na Índia uma arma contra o que chamou de “tagarelas de plantão”. O aparelho é do tamanho de um maço de cigarros e emite um forte sinal de rádio que derruba a ligação de quem está perto dele. Young usa o aparelho no trem quando se incomoda com alguma conversa paralela. “Eu aperto o botão e a ligação cai. O chato é que o pessoal insiste”, diz. O bloqueador de celular não é permitido nos Estados Unidos, mas é usado em cafés, salões de beleza e salas de cinema, para disciplinar os fregueses. “A pessoa que fala ao celular em público acha que tem mais direito que as que estão a seu lado”, diz o banqueiro”.
“Esse comportamento é menos comum entre os usuários mais velhos, diz a socióloga Noelle, de Cambridge. Sua pesquisa mostra que eles acham extremamente desagradável o telefone tocar em momentos íntimos. Os mais jovens, porém, não costumam se incomodar. “Os jovens acham absolutamente normal o telefone tocar enquanto estão em um jantar romântico”, diz Noelle. “Eles não desligam o celular. O máximo que fazem é não atender.”
“Noelle fez uma experiência que revela como a mobilidade gera emoções antagônicas entre jovens e adultos. Ela mostrou a foto de uma mulher sentada embaixo de um guarda-sol com seu celular e laptop a um grupo de pessoas mais velhas. Uma mulher de 47 anos opinou: “Tenho pena. Nem na praia a coitada tem sossego”. Para ela, lazer não combina com tecnologia. A maior parte das reações no grupo dos mais novos era bem diferente. Um jovem austríaco de 23 anos disse: “Que bom, ela poderia estar no escritório, mas está resolvendo tudo de um lugar lindo como este”. Noelle afirma que, em menos de 20 anos, o coro dos que associam o celular à boa vida abafará o outro, fadado a desaparecer”.
Sem tecnofobias, até porque o celular certamente é a tecnologia que chega a maior parte das pessoas, analisando estas informações é possível imaginar muita coisa vai mudar, ou melhor, está mudando, sem que, ao menos, percebamos.
Fonte: Matéria da Época de 30 de junho de 2008.
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