Não adianta intimidar para tentar levar ao julgamento que todo mundo é igual

Este blog e os projetos em que o blogueiro atuou, atua ou tem algum vínculo de relacionamento estão sendo, há mais de uma semana, objetos de um intenso tiroteio intimidatório. Não é difícil concluir que o blog está incomodando e muito. Não sou candidato, mas, os dois principais pólos não se conformam com as informações e o debate proposto aqui neste espaço sobre os métodos e cenários que representam uma ou outra opção.

Mesmo com o pouco tempo disponível do blogueiro, mas com a ajuda de pessoas interessadas na cidadania, ele continua e continuará no ar. Firme, livre e forte. Cada vez mais forte. Quem vem acompanhando os comentários feitos nas últimas semanas, com certeza já deve ter percebido a pressão. Hoje, no jornal Folha da Manhã, um de seus colunistas faz insinuações (veja aqui) sobre o projeto desenvolvido, pela ONG Cidade 21, entre 20 de agosto de 2004 e 20 de dezembro de 2005 intitulado: Projeto Resgate Cidadão, na comunidade do Matadouro no município de Campos.

O projeto na verdade foi proposto à Petrobras por cerca de dez funcionários-voluntários que depois solicitou, que a ONG Cidade 21 que pudesse contribuir com a sua implantação, e assim foi feito, até o final de 2005.

O período de atuação da ONG Cidade 21 no projeto se deu, entre 20 de agosto de 2004 a 20 de dezembro de 2005. Até ali, os resultados pretendidos foram não só alcançados, mas, superados, com a adaptação de um local, a aquisição de equipamentos, capacitação de pessoal para a formação de duas cooperativas de produção, uma de Panificação & Alimentos e outra de Sabonetes & Artesanatos na comunidade do Matadouro que envolveram em sua maior parte, 46 pessoas na sua organização e funcionamento, embora tenha levado ações de qualificação a quase duas centenas de pessoas.

Todo o seu desenvolvimento pode ser analisado, investigado e questionado no Relatório, entregue no final de 2005 à Petrobras, onde se relatou e detalhou todas as dificuldades desde a sua implantação e sustentabilidade, diante das ameaças fisiológicas de gente ligada ao poder público que, entre outras coisas cooptou a presidente de uma das cooperativas para ser “cabo eleitoral” e depois funcionária contratada “serviço prestado” da APIC. O relatório entregue à Petrobras pode ser lido na íntegra nesta página: http://projetomatadouro.blogspot.com/.

O projeto tem frutos, muito para além do funcionamento das cooperativas. Ele produziu inúmeros cursos, estimulou aquela comunidade a se organizar para pressionar o poder público na busca de melhorias para o bairro em meio ao marasmo do movimento comunitário em nosso município.

Só assim, saiu um conjunto habitacional. Só assim, a recuperação parcial da avenida São João da Barra foi efetuada. Só assim, o canal de Coqueiros foi dragado e urbanizado naquela região. Água encanada e esgoto só foram levadas à parte daquela população, depois que o Projeto exigiu ligação de esgoto para suas instalações, entre outras reivindicações surgidas.

Isso sim é cidadania forjada na luta e não no assistencialismo. A maioria dos beneficiários do projeto hoje não toca a cooperativa, mas se incluiu socialmente em diferentes situações, inclusive como trabalhador formal com algum grau de qualificação em diferentes empresas.

Portanto, não há que se falar ou insinuar sobre má gestão no projeto que teve a execução a cargo dos trabalhadores-voluntários listados no relatório e com a supervisão da própria empresa. Os resultados existem e podem ser mensurados sob diferentes pontos de vista conforme mostra o relatório. De forma mais especial deve ser lido o item “10. Riscos à manutenção do empreendimento pós-gerenciamento da implantação através dos voluntários da Petrobras e da Ong Cidade 21”. O projeto custou R$ 179 mil e não R$ 260 mil. A diferença entre este valor e a nota do colunista-secretário é de 60%, todos os equipamentos estão lá disponíveis e servirão a outros projetos. Além disso, cerca de R$ 11 mil foram devolvidos à Petrobras.

Aliás, este trabalho, assim como o de Informática Cidadã, desenvolvido entre 2000 e 2003 na comunidade da Aldeia acabou forçando o município a lançar o “Navegar é Preciso” na cidade e depois na própria comunidade da Aldeia é que a ONG Cidade 21 se destacou e percebeu que é necessário mudar o método do executivo gerir a cidade. Nestes empreendimentos populares, a ONG Cidade 21 forjou sua convicção da necessidade de lutar pela mudança do método da prefeitura gerir a cidade. Nesta nova forma de gestão, a política pública tem que ser exercida com participação popular e objetivos emancipacionistas como advoga o bom, Boaventura Santos.

Estes que estão aí não querem emancipação social. Querem dependência política e fisiológica. Por isso, tentam torpedear as pessoas, entidades, blogs e outros mecanismos de resistência visando descredenciar e desacreditar os críticos, na expectativa de se perpetuarem no esquema. Não conseguirão. Nossa cidadania é muito mais forte que os recursos dos royalties que distribuem na tentativa de manutenção do poder.

Este blog continuará o seu trabalho. Ouso dizer que os demais farão o mesmo. As explicações contra insinuações serão dadas nas diferentes esferas que se tornem necessárias, mas não nos calarão. O debate do contraditório será aceito, mas não admitiremos a tentativa de nos igualar àqueles que têm sistematicamente usado o público com interesses privados.

PS.: Veja na imagem abaixo, as responsabilidades da Petrobras, da Ong Cidade 21 e dos Empregados-Voluntários no referido projeto:

Algumas imagens do projeto:

Informe UN-BC e flagrante de reunião no início do projeto.

Parte de uma das turmas do curso de panificação e trabalho de confecção de sabonetes e brindes.

Alunos da E. M. Fco. de Assis visitando a Cooperdouro desenvolvendo um projeto pedagógico integrado à realidade do bairro. A outra imagem é da Cooperdouro na Exp. Agropecuária.

Curso de Segurança do Trabalho para os cooperados e ponto de comercialização dos produtos.

PS.: Para ver as imagens em tamanho maior clique sobre elas.