65 anos, professor titular "sênior" do IFF (ex-CEFET-Campos, RJ) e engenheiro. Pesquisador atuante nos temas: Capitalismo de Plataformas; Espaço-Economia e Financeirização no Capitalismo Contemporâneo; Circuito Econômico Petróleo-Porto; Geopolítica da Energia. Membro da Rede Latinoamericana de Investigadores em Espaço-Economia: Geografia Econômica e Economia Política (ReLAEE). Espaço para apresentar e debater questões e opiniões sobre política e economia. Blog criado em 10 agosto de 2004.
segunda-feira, julho 14, 2008
Os números da Lei Seca impressionam
Final de semana é sempre um momento de conversa mais leve com os amigos e parentes. Um dos assuntos prediletos, como não podia deixar de ser, foi sobre as duras exigências da Lei Seca. Uma interpretação é unânime: os números da redução de atendimentos nos hospitais e UTIs são impressionantes. Uma única vida preservada já seria suficiente para entender e aceitar sua repercussão, mas a realidade é bem mais ampla.
A sociedade coletivamente pode ter uma reclamação aqui e outra ali, mas entende que há limites para tudo. O limite de um vai até onde começa o do vizinho. Esta linguagem todo mundo entende e assimila. Tirando um exagero a mais, parece que a Lei veio para ficar, ainda bem. Para quem tem filhos entrando na idade dos dezoito anos, mais que um alento, a Lei passa a percepção que o estado também está pensando na sua família.
O papel do ministro da Saúde foi fundamental para implementação desta regulamentação. Bom que se lembre disto. Melhor, cada um de nós deve lembrar e pedir que esta Lei emplaque. Como final de semana também lembra futebol e torcida, não há como não escolher um lado e passar a torcer para que as resistências à sua validade sejam absorvidas. Não há sociedade que avance sem limitações.
Não posso deixar de confessar que inicialmente julguei um exagero a lei. Torci o nariz para a idéia. Mas, não há como ficar indiferente à informação de que o IML paulista registrou uma queda de 57% no número de mortes relacionadas a acidentes de trânsito após a Lei 11.705, conhecida por Lei Seca.
O instituto comparou os registros de mortes dos dois últimos fins de semana - com exceção deste - com os três primeiros fins de semana de junho, antes de a população tomar conhecimento da nova legislação. Os dados foram colhidos nas três unidades do IML em São Paulo; sul, leste e centro.
Ainda em São Paulo, entre sexta e sábado, a PM abordou 340 motoristas nas ruas. Destes, 139 foram submetidos ao teste do bafômetro, dez foram encaminhados para a delegacia e catorze multados pelo artigo 165 do CTB. Nesse período, policiais militares fiscalizaram 143 veículos e aplicaram 49 multas por infrações diversas não relacionadas com embriaguez ao volante.
Entre a noite de sábado e a madrugada de domingo, o número de abordagens aumentou quase 70%, mas o de encaminhados à delegacia ou multados diminuiu em relação ao dia anterior. Foram abordadas 573 pessoas, e 240 delas foram submetidas ao teste o bafômetro. Desses, dois foram encaminhados para a delegacia por embriaguez ao volante e oito foram multados com base no artigo 165. Foram fiscalizados 239 veículos e aplicadas 87 multas por outras infrações.
Os números mostram que a sociedade já alterou seu comportamento. Cabe à cada um de nós, a defesa da Lei senão ela não pega e se ela não pegar poderá atingir você. Numa época em que a lei e a Justiça estão relacionadas à conta bancária do réu é bom que cada um de nós faça a sua parte.
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Um comentário:
Lembra quando entrou em vigor o Codigo Nacional de Transito, há 10 anos? Os acidentes diminuiram, o número de mortos e feridos nas estradas também, etc. etc. (lembro que nem se podia botar o cotovelo pra fora da janela do carro, com medo de multa).
Mas o tempo passou. Ninguém hoje, em Campos, utiliza o cinto de segurança, por exemplo. Ele nem é cobrado pelas autoridades.
Quando a fiscalização da mídia passar, daqui a uns meses, quem dirigir bêbado vai poder dar um jeitinho no policial. E ai volta tudo a estaca zero.
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