65 anos, professor titular "sênior" do IFF (ex-CEFET-Campos, RJ) e engenheiro. Pesquisador atuante nos temas: Capitalismo de Plataformas; Espaço-Economia e Financeirização no Capitalismo Contemporâneo; Circuito Econômico Petróleo-Porto; Geopolítica da Energia. Membro da Rede Latinoamericana de Investigadores em Espaço-Economia: Geografia Econômica e Economia Política (ReLAEE). Espaço para apresentar e debater questões e opiniões sobre política e economia. Blog criado em 10 agosto de 2004.
quarta-feira, julho 02, 2008
PIB do interior de São Paulo
O colunista econômico George Vidal, do jornal O Globo, trouxe na segunda-feira, alguns dados que contradizem, e muito, as informações que normalmente circulam entre pessoas e na própria mídia, dando conta, da pujança econômica do interior paulista.
Antes, Vidor mostra, com dados da Fundação Seade, similar à Fundação CIDE do Rio, especializada na análise dos dados estatísticos do estado, que de 2004 para cá, o estado de São Paulo teria recuperado 3 pontos percentuais na sua participação no PIB do país. Um bom questionamento para quem pretende mudar a legislação dos royalties por considerar que eles concentram renda em poucos municípios fluminenses.
Voltando à questão do interior, na participação da economia do estado, fora do eixo de 100 km, ao redor da capital, a coisa é mais brava. Apesar do crescimento do agronegócio e dos serviços em áreas, verdadeiramente interioranas, o peso da indústria na economia paulista é de 87%. Mais: 85% de todo o PIB paulista são gerados na região metropolitana de São Paulo, na região metropolitana de Campinas, São José dos Campos, Sorocaba e Baixada Santista, todas no eixo de 100 quilômetros da capital.
Mais interessante é ver que, mesmo com os royalties do petróleo e com alguns novos projetos de empreendimentos que foram, e estão sendo implantados, em diferentes regiões do nosso estado, por aqui, só a capital, o município do Rio de Janeiro, concentra 46% do PIB estadual. Se desconsiderarmos o PIB gerado pela extração de petróleo na Bacia de Campos, que pela Fundação CIDE é contabilizado em separado, este valor alcançaria 55%.
No caso do estado de São Paulo é preciso juntar quatro outros grandes municípios, Campinas, São José dos Campos, Santo André e Barueri para se chegar a 50% do PIB paulista. Bom que se tenha guardados estes indicadores quando a discussão sobre concentração econômica de qualquer natureza for trazida ao debate. A questão é diferente, se o argumento for a desconcentração em relação a toda a região sudeste.
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