65 anos, professor titular "sênior" do IFF (ex-CEFET-Campos, RJ) e engenheiro. Pesquisador atuante nos temas: Capitalismo de Plataformas; Espaço-Economia e Financeirização no Capitalismo Contemporâneo; Circuito Econômico Petróleo-Porto; Geopolítica da Energia. Membro da Rede Latinoamericana de Investigadores em Espaço-Economia: Geografia Econômica e Economia Política (ReLAEE). Espaço para apresentar e debater questões e opiniões sobre política e economia. Blog criado em 10 agosto de 2004.
sexta-feira, agosto 29, 2008
Cidade, nosso mais importante ecossistema...
Taí mais um bom artigo do nosso articulista e também blogueiro (veja seu blog aqui), Luiz Felipe Muniz. Um assunto oportuno nesta época, que embora pré-eleitoral está pobre em termos de discussão programática
Cidade, nosso mais importante ecossistema
Luiz Felipe Muniz de Souza
Advogado e Ecologista - lfmunizz@gmail.com - http://luizfelipemunizdesouza.zip.net/
Por mais que a luta ambiental nos remeta a pensar em florestas e animais, são as cidades os ecossistemas mais importantes e vitais para a humanidade pós-moderna na face da Terra.
Do alto, estes aglomerados humanos, são como verdadeiras colônias de bactérias consumindo energia e produzindo rejeitos na epiderme do planeta, cuja simbiose rudimentar de zonas hiper-complexas da dimensão humana, mantém todo o contexto numa perspectiva insustentável, caótica mesmo!
As avenidas superlotadas de veículos automotores são artérias em esclerose múltiplas, atrofiando a vida, invadindo os espaços públicos como células cancerosas, contaminando a atmosfera e conduzindo todos ao inferno dos mundos em paralisia neural!
Em recente visita à Universidade de Santa Catarina – em Florianópolis – o cientista social e urbanista, em palestra para os alunos de arquitetura e urbanismo, o colombiano Emílio Pradilla Cobos, disse que as cidades estão em crise profunda, particularmente na América Latina: “Numa perspectiva futura, até 2050 nenhuma cidade irá resolver seus problemas. Esta é uma das grandes tragédias das cidades latino-americanas causadas pelo neoliberalismo”.
Infelizmente os sinais são bastante significativos no sentido da degradação crescente das cidades e grandes metrópoles brasileiras. As nossas lideranças políticas são irracionais no quesito urbanístico e entendem patavina de sustentabilidade! Os investimentos precários em formação técnica para atuação em demandas urbanas e de organização dos espaços públicos são uma vergonha e uma enorme irresponsabilidade na maioria das cidades brasileiras e muito particularmente no Norte-Noroeste Fluminense!
Enquanto o Brasil se vangloria com o sucesso da economia, com a ascensão das classes “D” e “E” no mercado de consumo, com o estupendo avanço do mercado de construção civil e com os recordes sucessivos de vendas de automóveis e motos, todos nós assistimos atônitos ao avanço real da desordem e da desorganização social e ambiental nos espaços públicos urbanos, sem querer entrar na questão da insegurança generalizada...
As instituições democráticas de nossa frágil República latina estão no limiar de muitas mudanças paradigmáticas ou não! Os próximos anos, e talvez já estas eleições municipais, irão ditar os rumos que a sociedade brasileira e fluminense adotarão para o enfrentamento crescente e veloz da desorganização sócio-ambiental que ronda todas as cidades brasileiras neste momento.
Mesmo que você tente fazer a sua parte, o engano e a contra-informação nos mantêm reféns todos ao mesmo tempo agora!
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