65 anos, professor titular "sênior" do IFF (ex-CEFET-Campos, RJ) e engenheiro. Pesquisador atuante nos temas: Capitalismo de Plataformas; Espaço-Economia e Financeirização no Capitalismo Contemporâneo; Circuito Econômico Petróleo-Porto; Geopolítica da Energia. Membro da Rede Latinoamericana de Investigadores em Espaço-Economia: Geografia Econômica e Economia Política (ReLAEE). Espaço para apresentar e debater questões e opiniões sobre política e economia. Blog criado em 10 agosto de 2004.
domingo, agosto 17, 2008
Um pouco de literatura para refrescar o final de semana
Recordo-me de Alcione Araújo, o teatrólogo e romancista, aqui no Café Literário, da primeira Bienal de Campos realizada no Cefet. Sua prosa me fez voltar a atenção para seus escritos e assim cheguei no maravilhoso romance “Nem mesmo todo o oceano” deliciado num período de férias, em Grussaí.
Hoje, uma interessante entrevista no caderno Prosa & Verso, do jornal O Globo, Alcione, comenta sobre seu novo livro e sobre a sua forma de escrever. O blog escolheu uma resposta e como complemento, a pergunta do entrevistador, Miguel Conde. O pensamento é primoroso sobre a vida, o poder, as idéias, a criação, etc. Vale a sua conferida:
Prosa & Verso: Quer dizer, ao escrever você tem a intenção de abordar um determinado tema, e desdobrá-lo na história?
Alcione: Escritores têm idéias, são seres afeitos ao abstrato e intangível. Mas não escrevo para provar teses, se tenho apenas opiniões provisórias.Tampouco pesquiso, com método e observação sistemáticos. Escrevo com a acumulação de vivências: lidas, ouvidas, vividas, imaginadas.
Sou fascinado pelo enigma de estar vivo, ter sonhos e desejos, sabendo que, afinal, a morte vencerá. Escrever é dose diária de angústia no prazer de dar forma a essa acumulação — sem essa angústia, a vida empobrece.
A criação é turbulenta como a paixão, mas escrever é construção diária, como o amor: inclui custosas negociações do relacionamento. Mas, sem o suor diário, não se produz, assim como a paixão que não resiste à fricção do cotidiano não chega a amor. Meu estado de espírito, e o mundo à volta, são determinantes no que escrevo...
Fiquei mais cético quanto ao homem, mas tenho mais compaixão por ele. Somos frágeis e erráticos. A consternação pelo absurdo da morte não pode tirar a alegria de viver, nem eliminar momentos de plenitude.
O poder é provisório, o sucesso temporário e a vida precária.
Mas o amor, a amizade e a arte são eternos.
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Um comentário:
torres:
Roberto,
Control-c..control-v:
Perfeito, fantástico.
Obrigado !
[ ]s RM
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