sexta-feira, outubro 24, 2008

Mais uma vez o petroleiro que produz o petróleo e os royalties, não tem oportunidade de escolher quem dirigirá o uso destes recursos

O blog já tratou deste assunto em 2004 e 2006, mas não custa retornar ao tema, na véspera de mais uma eleição: a impossibilidade do petroleiro embarcado sufragar o seu voto. Verdade que nas eleições municipais, o fato é ainda mais difícil, por existir profissionais embarcados trabalhando nas plataformas que são moradores de diferentes regiões do país. Porém, uma parcela considerável é de nossa região. O blog, estima entre mais de dois mil petroleiros da região tenham perdido a chance de votar na eleição do último dia 5 de outubro. Agora, como só em Campos haverá segundo turno, o blog estima em aproximadamente 500 petroleiros estejam perdendo a oportunidade de escolher o seu candidato. Os sem direito a voto na Bacia de Campos Por e-mail, o blog recebeu agora o desabafo de um destes petroleiros, Ricardo Leite que mostrou a sua posição sobre o assunto: “Sou funcionário da Petrobrás há 27 anos, trabalho embarcado e vejo com tristeza, que o fruto de nossos esforços, em aumentar a produção, para que o país tenha mais soberania, gerando recursos sob a forma de ROYALTIES seja mal aproveitada. Estou embarcado e infelizmente não participarei do segundo turno, mas vejo com muita preocupação a situação que a nossa cidade se encontra, entendo que o governo deveria ter um mecanismo mais eficaz no sentido de fiscalizar o dinheiro dos ROYALTIES, como é feito com o nosso imposto de renda que é descontado na fonte, para impedir a roubalheira”. É interessante lembrar que nem na eleição presidencial os petroleiros da Bacia de Campos votam. O brasileiro que está na China ou na África vota, mas aqui na Bacia de Campos não. O TSE alega riscos de fraudes por conta dos petroleiros que embarcam e desembarcam no dia da eleição, que poderia levar a questionamentos e problemas eleitorais graves. Porém, é duro imaginar que este importante trabalhador brasileiro viabilize a produção de petróleo em alto mar, a profundidades acima de dois mil metros, gere riquezas, como a dos royalties e não tenha oportunidade de escolher o governante que determinará como será usado estes recursos que ele ajudou a produzir.

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