65 anos, professor titular "sênior" do IFF (ex-CEFET-Campos, RJ) e engenheiro. Pesquisador atuante nos temas: Capitalismo de Plataformas; Espaço-Economia e Financeirização no Capitalismo Contemporâneo; Circuito Econômico Petróleo-Porto; Geopolítica da Energia. Membro da Rede Latinoamericana de Investigadores em Espaço-Economia: Geografia Econômica e Economia Política (ReLAEE). Espaço para apresentar e debater questões e opiniões sobre política e economia. Blog criado em 10 agosto de 2004.
quinta-feira, outubro 30, 2008
A política partidária no estado
O ex-blog do quase ex-prefeito, Cesar Maia, traz hoje, uma análise sobre o quadro político partidário, pós-eleição, em noso estado, sobre o qual não há reparos significativos a serem feitos. Nele, está embutida a informação de que Maia será candidato a governador em 2010 e já disputa o apoio do PSDB de José Serra ao seu DEM:
"1. Espacialmente, a política fluminense pode ser dividida em 9 vetores: Capital-Sul, Capital-Norte, Capital-Oeste, Baixada Fluminense, Norte/Centro Norte Fluminense, Niterói/São Gonçalo, Região dos Lagos, Sul Fluminense, e Região Serrana.
2. Na Capital-Sul a referência de Gabeira ficará estabelecida pelo tempo que ele definir um projeto político e então se avaliará o desdobramento. Não deverá ser candidato a governador, mas uma candidatura sua ao senado, se em coligação, reforçará muito esta coligação. Na Capital-Norte e na Capital-Oeste não há vetor político hegemônico, pois as oscilações entre primeiro e segundo turno foram claras, inclusive com inversões em certas áreas e a avaliação positiva do atual prefeito, aí, poderá lhe dar sustentabilidade. O exercício do poder pelo PMDB na capital nestes 18 meses pré-eleitorais definirá sua expressão política, na medida em que não vem tendo referências de opinião pública há anos.
3. Na Baixada Fluminense o fato mais expressivo foram as derrotas do PMDB nos grandes municípios. As lideranças afirmadas dos prefeitos eleitos de Nova Iguaçu (PT) e de Caxias (PSDB) vão desenhar o quadro futuro. O prefeito de Nova Iguaçu será candidato a governador, negociando, com a saída do governador a vice do PT, o apoio do PMDB. Nesse caso se fortalece muito. O PSDB, com o cacife de Caxias, avaliará o quadro político nacional e as coligações que poderá fazer regionalmente com vistas a 2010, já que ainda não tem um nome majoritário para governador.
4. O PDT reina soberano em Niterói-São Gonçalo e com força eleitoral e lideranças expressivas, será peça desejada no jogo das alianças para 2010. Garotinho ressurge das cinzas e retoma sua trajetória a partir de sua liderança no Norte-Centro Norte Fluminense, com uma base de lançamento muito forte, lastreada pelos royalties do petróleo. O Sul Fluminense sai das eleições municipais sem vetor hegemônico, com as forças divididas.
5. Na região dos Lagos, o PMDB se enfraqueceu ao se dividir e se repete a situação do Sul Fluminense: não há hegemonia. Na região Serrana a surpresa foi a vitoria do PT em Petrópolis, o que, apoiado em nível federal, será um reforço à candidatura do prefeito de Nova Iguaçu a governador.
6. O jogo para 2010 parte com uma dúvida: se o governador do PMDB sairá para ser candidato a vice-presidente ou permanece e será candidato a reeleição. O prefeito de Nova Iguaçu será candidato de seu partido. O DEM inevitavelmente lançará o atual prefeito do Rio. Garotinho afirma que é candidato de qualquer forma. O PSDB avaliará se reproduzirá aqui a aliança nacional com o DEM, reforçando a candidatura deste a governador, ou não. E o PDT avaliará o quadro estadual até o último momento de forma a buscar a parceira certa com vistas a seu fortalecimento político e parlamentar.
7. Paradoxalmente, os espaços políticos do governador do PMDB se estreitaram muito no Estado desde sua vitória em 2006. Sua avaliação hoje é apenas sofrível, o exercício do poder na capital não é um passeio e o ano de 2009 não ajudará. Será um jogo que já começa animado, esse de 2010".
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