segunda-feira, novembro 10, 2008

O blog entrevista - um papo sobre as bolsas de estudo

Aproveitando o ensejo da nota que tratava dos problemas do programa de bolsas de estudo, o ProCampos, o blog entrevistou João Paulo Paes. João Paulo é aluno do 5º período de Direito da Faculdade de Direito de Campos e presidente do mais tradicional e atuante diretório acadêmico da cidade, o José do Patrocínio, DAJOPA, daquela instituição. João Paulo acompanha de perto os problemas vividos pelos alunos e pelo próprio diretório nas constantes e infrutíferas tentativas de manter relações com o poder público, por isso traz importantes e pertinentes análises sobre o quadro atual e as reivindicações dos universitários. Acompanhe:
Blog: O ProCampos como ferramenta que é de inclusão social e democratização de acesso ao ensino tem alcançado sua finalidade de maneira satisfatória?
João Paulo Paes: Não, de maneira satisfatória no que tange a função social do ProCampos seria se a distribuição das bolsas fosse justa, criteriosa e transparente, quando na verdade temos um programa distorcido e desvirtuado de sua finalidade.
Blog: Quais são as principais queixas e reivindicações dos alunos?
João: Nós alunos, pleiteamos um programa de bolsas mais justo, que conceda bolsas pra quem realmente precisa, que tenha critérios objetivos e que o processo seja transparente, só assim os apadrinhamentos políticos poderão ser combatidos. Os atrasos de repasses dos valores das bolsas para as IES e a desorganização do ProCampos, deixam o aluno em situação muito instável. Muitos alunos que precisam de bolsas, fazem sua matricula, se sacrificam para pagar as primeiras mensalidades na esperança de conseguirem uma bolsa logo, quando não conseguem trocam o sonho do ensino superior por uma dívida impagável com a sua faculdade, enquanto isso há pessoas que não precisam com bolsas de estudo em percentuais muito satisfatórios.A nossa principal proposta é a criação de um conselho, responsável pela gestão do programa de bolsas, este conselho deveria ser formado por representantes da prefeitura, representantes das direções das faculdades e representantes discentes (diretórios acadêmicos), o modelo de programa centralizado nas mãos da prefeitura é muito vulnerável a erros em especial a apadrinhamentos políticos.
Blog: Há oposição por parte dos universitários á prestação das chamadas contrapartidas sociais, ou seja, prestação de serviço ao público por parte do aluno bolsista?
João: Não vejo oposição por partes dos alunos, obviamente para a maior parte inicialmente deve estranhar a prestação de uma contra-partida por obrigação, todavia hoje estudantes de diversas faculdades já prestam essa contra-partida social de alguma forma (principalmente em estágios que atendem ao público) o que não existe é a obrigatoriedade neste serviço, por parte do bolsista. A contra-partida pode ser projetada de maneira adaptável ao aluno que pode enriquecer seu conhecimento prático e ao mesmo tempo cumprir uma função social.
Blog: Em seu governo interino, Roberto Henriques sinalizou uma espécie de ação conjunta entre prefeitura e diretórios acadêmicos para a reformulação e fiscalização da concessão de bolsas de estudo, que acabou por não se concretizar devido ao curto tempo e às incertezas do momento político na época. Quais seriam, efetivamente, as atribuições dos diretórios?
João: Durante a interinidade Roberto Henriques, convidou todos diretórios acadêmicos para junto com prefeitura e com os diretores das faculdades participarem diretamente do redimensionamento do ProCampos e em conjunto nossa principal proposta que é a criação de um conselho gestor formado pelos diretórios, direções das IES e membros da PMCG, foi aceita pelo então prefeito, era a primeira vez conseguimos ter um dialogo sério e frutífero com a PMCG sobre o ProCampos, e nossas reivindicações estavam sendo atendidas, entretanto o governo interino logo terminou o que impossibilitou que estas idéias fossem colocadas em prática. Posteriormente nos esforçamos para retomar o dialogo com a PMCG, o que não foi possível.
Blog: Que dificuldades o diretório encontrou para dialogar com o governo Mocaiber?
João: As nossas dificuldades começavam no dialogo, lembro bem quando entrevistamos em 2007 para o nosso jornal “Opinião de Impacto” o então coordenador das bolsas Dr. Francisco de Assis (hoje preso), ele dizia que faculdade é artigo de luxo e depois que fizemos o jornal do Dajopa, que era um instrumento crítico ao programa de bolsas, alguns companheiros nossos (Pedro Filipe e Igor) chegaram a ser intimidados. Mas isto apenas serviu para fortalecer a nossa luta e percebermos que nosso posicionamento incomodava. Posteriormente na câmara em uma sessão que tratava sobre o Procampos, a própria secretária de educação que foi convidada pela câmara não compareceu a reunião, os vereadores criaram uma comissão para discutir o Procampos, conseguimos que um representante do DAJOPA estivesse nesta comissão. A comissão durou alguns meses, o tema saiu um pouco da mídia e a câmara então deixou de dar a devida importância até acabarem com a comissão. Íamos até a PMCG juntamente com outros diretórios tentar nos reunir com o prefeito ou alguém que responda pelo governo no que engloba bolsas de estudo e não éramos recebidos. Reunir com o prefeito para discutir o ProCampos, era como uma utopia, algumas vezes diziam que iriam marcar uma reunião, mas não passava disso, faltou dialogo, mesmo não faltando esforço de nossa parte para isso.
Blog: O que se espera da prefeita eleita e quais medidas deveria ela tomar para sanar os vícios do atual critério de concessão de bolsas de estudo, bem como tornar mais justa e eficiente a prestação do benefício?
João: Tenho boas expectativas em relação a mudanças no programa de bolsas, durante a campanha em uma entrevista na nossa Faculdade de Direito de Campos, a prefeita havia dito que no seu governo os diretórios acadêmicos iriam participar diretamente da elaboração do novo programa de bolsas. Acredito que algumas medidas são essenciais para o programa de bolsas, tais como; publicação em Diário Oficial dos nomes dos contemplados, visitações domiciliares para checagem dos dados, critérios objetivos, participação direta dos Diretórios Acadêmicos e das direções de faculdade no processo decisório do programa e equidade na distribuição dos valores para as IES, não podendo mais o ISECENSA, ser privilegiado em detrimento de outras IES.

13 comentários:

Splanchnizomai abraçando o amanhã. disse...

Curioso, este papo me trouxe à lembrança uma charge que vi, na semana passada, no Jornal Folha da manhã.A charge mostrava o Bush entregando ao Obama o "troféu abacaxi". Foi bem significativo que no troféu havia um sifrão, e embaixo da charge: TRANSIÇÃO.

Terá sido coincidência? Esperei que os blogueiros comentassem... mas como não comentaram aqui vai:
- Que Rosinha exprema bem este abacaxi, para não ficar nem um pedacinho para charges vindouras... e que este suco seja tomado pelo Mocaiber & Cia, para que seus rins sejam perscrutados e não fique nenhuma pedra no caminho da Rosinha... É este meu desejo..

E assim... Bolsas de Estudo não farão parte das "charges" de A"manhã".

CRAQUES DA BOLA disse...

ESPORTIVIDADE
ENGENHÃO, POR QUE NÃO?

Um clássico com 20.881 pagantes (metadade da capacidade do Engenhão), com dois times Flamengo e Botafogo vivendo os seus momentos mais fracos na competição fizeram um jogo sofrível, salvo por um pênalti no finalzinho, o que fez lembrar um pouco (bem pouquinho), os outros memoráveis clássicos do dois últimos anos.

Porém não irei comentar o jogo em sí, e sim o motivo de leva-lo ao Maracanã e não ao Engenhão como houvera pedido o mandante Botafogo.

PERGUNTAS E RESPOSTAS:

O Engenhão é menor – Repito o público no Maracanã foi a metade do Engenhão

Violência – Poucos casos de conflito entre torcedores foram registrados ontem pela Polícia Militar, não houve qualquer ocorrência além dos casos rotineiros em dias de clássicos.

O trânsito – Nos arredores do Maracanã fluiu muito bem, dando a entender que esse ponto não seria problema caso a partida fosse em Engenho de Dentro.

Renda – A renda no Maracanã é maior, em compensação as despesas também o são.

E ainda tem mais, o problema de segurança na cidade do Rio de Janeiro independe de local, onde a partida será realizada.

Exemplo verídico: Três carros foram roubados em um arrastão na esquina da Avenida Maracanã, duas horas antes do clássico (as pessoas já estavam chegando), alguns bandidos com fuzis e pistolas, destacando ainda que dos três motoristas assaltados, dois eram policias militares. Um carro destes até já foi recuperado, o caso está na 19°DP (Tijuca).

O mais moderno estádio do Brasil (Engenhão), não pode realizar clássicos, por falta de segurança, o que atesta a incompetência de nossa segurança, como se o Estado falasse, "ok nesta região vocês são os maiorais, bandidos, em Engenho de Dentro não podemos com vocês".

Mas tenho certeza, quando o Maracanã sofrer as obras para a Copa de 2014, o estádio João Havelange servirá para algo.

Forte abraço.

Granger Ferreira

A coluna ESPORTIVIDADE, sai todas as segundas no www.equipecraquesdabola.blogspot.com

Armandao.com disse...

Uma distribuição ideal e de acordo com as necessidades se faz necessária das Bolsas.
Não quermos nos assustar com uma cruzada religiosa. Sai da vez uma instituição católica como aconteceu na gestão da Secretária de Educação e em seu lugar entra.....
Fiquemos de olhos abertos, pois que com justificativas até certo ponto tendenciosas, podem transformar o programa de bolsas, que não é perfeito quando a sua distribuição igualitária eu um novo projeto, ainda com intensões assistencialistas e eleitoreiras, talvez o preconceito aconteça, como já parece acontecer.

Não tenho nada a favor de Rosinha ou Arnaldo; tenho a favor de Campos !

Armando Barreto

Anônimo disse...

Num comentário feito no post original do Prof Roberto, alguém citou que um dos critérios para a concessão de bolsas, era de que o aluno deveria ser eleitor em Campos. E que esta afirmação consta de uma entrevista do encarcerado Francisco de Assis "metralha", ao jornal Mania de Saúde em Maio de 2007. É verdade isso, Sr. João Paulo Paes ou ele estava de brincadeirinha ? Vocês são ou não obrigados a transferir o domicílio eleitoral para Campos, com o intuito de conseguir uma bolsa de estudos ? Isso é crime eleitoral. Precisamos saber das verdades escondidas atrás dos critérios. Esclareça, se puder.

Anônimo disse...

João Paulo atuante no moviment estudantil? isso só pode ser uma brincadeira!

Anônimo disse...

Se esse programa aí criado pelo melhor prefeito da cidade, arnaldo viana, é ruim porque entao esse pessoal do diretorio tem bolsa?
se é ruim deveriam abrir mão delas.
e otra coisa: da onde que esse diretorio é bom e atuante? eles não fazem nenhum evento, palestra, festa, nada nada pelos alunos e para os alunos. eles não fazem nada, só querem mamar rosinha.
esses meninos aí tão por fora, nós vamos tirar eles de lá.

ALUNO REVOLTADO

Igor disse...

Convido o comentarista que se identifica como "Aluno Revoltado" para que faça uma visita à sede do DAJOPA, no prédio da Xerox e do Curso de Línguas. Com certeza, durante o horário de aula, haverá um ou mais membros que poderão tirar suas dúvidas a respeito do trabalho das gestões Impacto e Atitude, bem como mostrar-lhe os (por volta de) 150 eventos realizados nesses últimos 3 anos.

Aliás, todos os comentaristas do blog do Prof. Roberto estão convidados à palestra a ser proferida pela Prof. Verônica, a respeito d"A Nova Lei de Estágio", amanhã, 11 de novembro, às 19h no auditório da FDC.

Att,

Igor - Vice-Presidente do DAJOPA 08/09

Anônimo disse...

Acredito que quem quer que venha assumir a secretaria de educação independente de religião fará muito mais pelos professores e pelos alunos da nossa cidade. E não digão que esta tal de Beth Landim é católica, pois nos envergonham.

Anônimo disse...

Sou do 10ºperiodo da FDC e concordo com os dois comentários acima. Atuante nada! Bando de desocupados q ficam de fantoxes dos outros! Uns usam ainda a DAJOPA como instrumento de ascensão política. Outros passam a tarde no diretório navegando pelo orkut e fazendo pose de superior, imagina se alguém dá poder a essa turminha. Nesses anos de Faculdade as pessoas q eu posso afirmar q realmente batalharam pela FDC é o Jordi, o Pedro Filipe e o Gordinho moreno q esqueci o nome.
Ridículo!

Anônimo disse...

E outra... esse joão paulo é um borra botas.
Ass: Anônimo do post acima!

Bruno Lindolfo disse...

Ao realizar a entrevista o intuito era aprofundar o debate sob a ótica de quem acompanha de perto o caso em questão, gerando um debate saudável, com argumentos e um convite a pensar a cidade e os programas da administração pública com outros olhos e outra mentalidade.

Uma pena que a coisa tenha decaído para os ataques infundados.

Sou aluno da UCAM, mas grande parte de minhas atividades complementares foram realizadas em eventos da FDC, idealizados e realizados pelo diretório.

De pronto me recordo dos bate papos com o Rodrigo Pimentel, o João Estrella, o debate com todos os candidatos a prefeito e a semana jurídica, um evento sem dúvidas de difícil organização.

Acho que não se pode agradar a todos e nem pode ser assim, vozes dissonantes são sempre necessárias e bem vindas, realizando um contraponto bastante salutar, o problema é quando feito de maneira desonesta e pobre. Perdem todos: perde a situação, perde a oposição, perdem os alunos e perdem aqueles que observam de longe na esperança de um debate em outro nível.

Anônimo disse...

PESSOAS BOAS PARA FALAR DA "CORRETA" DISTRIBUIÇÃO DAS BOLSAS SE CHAMAM LÉO E RITA DE CÁSSIA!

Anônimo disse...

Campos não tem MOVIMENTO ESTUDANTIL; Tem alunos que fazem parte de Diretórios...

Agitador