65 anos, professor titular "sênior" do IFF (ex-CEFET-Campos, RJ) e engenheiro. Pesquisador atuante nos temas: Capitalismo de Plataformas; Espaço-Economia e Financeirização no Capitalismo Contemporâneo; Circuito Econômico Petróleo-Porto; Geopolítica da Energia. Membro da Rede Latinoamericana de Investigadores em Espaço-Economia: Geografia Econômica e Economia Política (ReLAEE). Espaço para apresentar e debater questões e opiniões sobre política e economia. Blog criado em 10 agosto de 2004.
sexta-feira, novembro 07, 2008
O desafio das bolsas de estudo
Outro assunto pouco comentado durante a campanha, salvo por citações vagas, genéricas e pouco propositivas, mas que merece nossa atenção por sua importância é o programa de bolsas de estudo, o ProCampos, antigo Probo, que desde a época de seu nome jocoso já carecia de probidade e transparência.
A prefeita eleita terá pela frente a missão de estruturar esse programa crivado de vícios do início ao fim: desde os critérios ou ausências deles na seleção dos alunos bolsistas e ausência de divulgação dos beneficiários, até a relação leonina ou permissiva mantida pelo poder público com as instituições de ensino e a ausência de contrapartida social por parte dos bolsistas. Nesse último ponto, é importante ressaltar o programa de governo da prefeita eleita que prevê a utilização desses universitários bolsistas em diversas áreas e atividades. A contrapartida é uma importante ferramenta cidadã e de valorização do próprio benefício auferido.
Não raro ouvimos histórias de pessoas que, necessitadas, não conseguiram, enquanto outras, apaniguadas, têm o benefício quase em sua totalidade. De mesmo modo, analisando o repasse de verbas de cada instituição é possível observar uma disparidade enorme dentre algumas delas, o que só faz concluir que ocorra, para algumas, o benefício do privilégio, enquanto outras sofrem com atrasos de repasses e toda sorte de retaliação.
A má vontade com algumas instituições, bem como a falta de transparência do processo tiveram um exemplo recente. A PMCG abriu, por poucos dias e sem alarde, inscrições para algumas poucas bolsas, provenientes de alunos que se formaram no início do semestre. A explicação para falta de publicidade é curiosa e infundada: a pouca divulgação se deu para evitar muitas expectativas em face do pequeno número de bolsas. Outro fato estranho foi a não inclusão da Estácio de Sá, mais precisamente de seus alunos, nas inscrições citadas. A explicação dada nesse caso, não menos curiosa e frágil, é a de que a Estácio tem mensalidades muito flutuantes, gerando constantes diferenças entre contas apresentadas pela universidade e valores prestados pela PMCG.
Resta saber o que têm os alunos da universidade com o amadorismo do município e com suas desavenças administrativas e, talvez, pessoais.
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6 comentários:
Muito bem lembrado professor Roberto, e este problema não é só no ambito universitário não, acontece tambem nas escolas de ensino fundamental e médio, vista que ministro aulas em uma destas istituição e relato o problema ano após ano, a bolsa não tem cunho social, e sim pacional.
Comentarista 'pvitor', o artigo é do Bruno Lindolfo, um dos novos colaboradores do blog.
Amigo Roberto,vou lhe relatar um fato interessante que passou desapercebido e que merece atenção, em uma entrevista do jornal Mania de Saúde de Maio ou Junho de 2007, com o então futuro presidiário Francisco de Assis, coordenador do projeto de bolsas. Lá na entrevista, ele declara entre outros critérios, o de que o pretendende à bolsa deveria ser obrigatóriamente eleitor em Campos. Estranho não ? Posso morar em Macaé, S. Francisco, S. João da Barra, Itaperuna, etc, e preciso transferir meu domicílio eleitoral para Campos, prá que ? Claro que é prá votar com cabresto nos candidatos determinados pelos "doadores das bolsas". Ninguém reparou neste pequeno detalhe da entrevista. Se for possível, consiga esta entrevista que tem inclusive uma foto do "Chico Metralha", e publique.
Obrigado ao blog, mais precisamente ao Bruno Lindolfo, por abordar essa questão na qual estive em contato com o blog para saber se o Roberto ou seus colaboradores possuíam maiores informações pela não inclusão dos alunos da Universidade Estácio de Sá, já que sou aluno da instituição. Gostei mais ainda do enfoque dado a questão, pois sem dúvidas, será um dos desafios que a prefeita eleita terá pela frente. Por fim, argumento de total fragilidade da PMCG. Infelizmente é como o Bruno falou, “Resta saber o que têm os alunos da universidade com o amadorismo do município e com suas desavenças administrativas e, talvez, pessoais.”
Já passou da hora de deixarmos as desavenças de lado, quaisquer que sejam os âmbitos das mesmas e pensarmos no bem de nossos cidadãos como um todo. Bom, por enquanto nos resta esperar...
Há! Mas de agora em diante não há necessidade da Estácio e seus alunos ficarem preocupados com bolsa. O Sr. Paulo Hirano faz parte do governo Rosinha e temos certeza que estas bolsas de estudos para nossos alunos "carentes", vão estar disponíveis em quantidades suficientes.
Alguém duvida?
Robson
Engana-se quem pensa que vai haver justiça nas Bolsas de Estudo. Lembrem-se que Macaiber e Arnaldo são discípulos de Garotinho e aprenderam tudo com ele. No governo de Garotinho/Arnaldo houve distribuição de bolsas mas somente para os escolhidos deles. Eu procurei o Garotinho pessoalmente em um dia que eles estavam todos no Palácio da Cultura e consegui falar com o garotinho que negou dizendo não haver mais bolsas, mas a minha colega de sala conseguiu logo em seguida com o acessor de Nelson Nahim que a levou até ele. Eu sou testemunha de que há sim, em qualquer governo, os "escolhidos". Agora é a vez dos eleitores de Rosinha correrem atrás das bolsas, não interessa se precisa ou não, eles não olham para isso, eles querem ver sua potência como eleitor. Um Abraço
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