65 anos, professor titular "sênior" do IFF (ex-CEFET-Campos, RJ) e engenheiro. Pesquisador atuante nos temas: Capitalismo de Plataformas; Espaço-Economia e Financeirização no Capitalismo Contemporâneo; Circuito Econômico Petróleo-Porto; Geopolítica da Energia. Membro da Rede Latinoamericana de Investigadores em Espaço-Economia: Geografia Econômica e Economia Política (ReLAEE). Espaço para apresentar e debater questões e opiniões sobre política e economia. Blog criado em 10 agosto de 2004.
domingo, novembro 30, 2008
A questão ambiental e a transição em Campos
A questão ambiental, mesmo diante de muitas ameaças, não apenas daqueles originárias de fora do município, “parecem” estar sendo solenemente ignoradas no processo de transição de governo, em Campos. Verdade que há questões urgentes e graves a serem resolvidas tanto a nível de contratação de pessoal, quanto de outras das áreas de saúde e educação.
Porém, o acidente e a ocorrência de mais uma derrama de poluentes no rio Paraíba do Sul, acontecida cinco anos após a anterior de Cataguases, deveria servir, pelo menos de sinal amarelo e de alerta, para a necessidade de se buscar alternativas de captação de água para distribuição e consumo pela população, assim como para elaboração de uma agenda propositiva e ampla, onde a questão ambiental deixasse de ser vista apenas como instrumental para outras demandas.
Políticas públicas que preservem nossos recursos hídricos – riqueza tão expressiva quanto o do petróleo em nosso litoral - inclusive os aqüíferos, nossos rios, nossas imensas e belas lagoas que necessitam de demarcação das margens e de cuidados que envolvem a proibição do lançamento de esgotos entre outros...
A implantação dos corredores florestais desde o Imbé até à nossa Baixada, sem deixar de lado o norte do município, área mais propícia aos investimetos industriais e de infra-estrutura logística. A instalação de um parque em nossa cidade que sirva como um pulmão verde da área urbana e que atenda à população que possui tão poucas opções de lazer saudável junto a espaço para práticas de esportes e eventos culturais.
A viabilização das unidades de conservação já definidas no Plano Diretor como do Itaóca, do Taquaruçu e outros são outras demandas a serem assumidas. A viabilização de uma estrutura técnica e burocraticamente eficiente e competente para assumir as responsabilidades de licenciamento ambiental que foram recentemente passadas para o âmbito do município, são para ontem.
Exigências ambientais como contrapartida para os beneficiados com os financiamento do Fundecam ou Fundecana já são tardias. Não há como se falar em desenvolvimento de novos empreendimentos econômicos, sem as exigências das devidas compensações ambientais.
Enfim, não é mais cabível, que nenhum gestor continue a ver o ambiente como um potencial a ser interminavelmente gasto e esgotado, sem prejuízos para a comunidade para quem o gestor deve trabalhar.
Por tudo, isso, o Meio Ambiente, não pode ser um apêndice ou mais um órgão público a ser entregue a aliados políticos de ocasião. Por ser o município, o nível de governo onde se gere verdadeiramente o espaço do território, aí está a principal instância que tem o dever de cuidar daquilo que deve ser perene. O município exige atenção e cuidado com nosso Ambiente.
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7 comentários:
Roberto, o fato é que o município nao exige um tratamento sério e nao instrumental ao meio ambiente.... Talvez só um governo com muita coragem, para tomar a iniciativa de "cima para baixo".
Amigos do Blog, saudações...
Por favor amigos do Blog, vamos nos unir numa cruzada contra a vergonha que foi este desastre ambiental em nossa região.
Conclamo a todos para que juntos, possamos recolher a maior quantidade possível de imagens mostrando a grande mortandade que houve e que assim, encaminhemos tais imagens ao www.greenpeace.org.br e ao www.wwf.org.br e Ministério Público Federal para que esta vergonha possa ser vista por todos aqueles que possuam meios de intervir contra futuros problemas como este.
Agradeço a todos que puderem colaborar.
Abraços a todos.
Campos é carente de áreas verdes, a população não tem um espaço para "respirar", o município possui uma região florestal que engloba o imbé, Morangaba etc, que aos poucos esta sendo devastada. A cidade é cortada por um rio espetacular que vem sofrendo fortes agressões de poluentes. Esse último envenenamento que causou esse desastre e grande mortandade de peixes, ainda por cima é cancerígeno.(eu nao confio mais na qualidade da água que nos abastece).
A Ausência de áreas verdes em Campos e o descaso de autoridades que se lixam pro meio ambiente, refletem na qualidade de vida da população. Eu particularmente não suporto andar na cidade, não é um ambiente agradável.
Falando em autoridades, cadê o prefeito? já faz alguns anos que não vejo um por aqui!
Caro prof Roberto
A questão embiental e toda a importância que esse tema envolve,
precisa ser tratado de forma responsável, pois o do descaso já se tornou anadimissível.
Quem será a novo Secretário do Meio Ambiente, que terá que encontrar soluções imediatas
para tantos problemas ambientais
deste município?
Vale lembrar, que a questão da preservação ambiental, implica em conscientização e educação de toda população. Os efeitos do desequilíbrios dos ecosistemas, já estão presentes e fazendo muitas vítimas e isso é só o começo.
Desejamos que a nova prefeita, que se diz imbuída de tantas boas intenções, saiba escolher à dedo seu secretariado, pois para fazer uma boa administração, ela precisa se cercar de técnicos e especialistas e não de políticos prontos ansiosos por repartir bolo.
Amanhã virá a público a lista da e dos secretários. Certamente pelos nomes que vaõ compor a equipe, já poderemos antever a qualidade da administração que a D. Rosinha vai fazer, e se realmente há a tão anunciada mudança ou se continua tudo como sempre foi.
ACR
Roberto,
Percebemos que, nos debates e nos programas de governo dos candidatos a questão ambiental, não foi colocada devidamente.
E é a mais importante das questões de gestão administrativa.
O ambiente em que vivemos é o responsável direto pela saúde !
Sem a saúde todas a outras áreas não tem razão de ser.
Poucos são os administradores que se pronunciam a respeito.
Diante dos graves acontecimentos ocorridos na nossa região.(o maior crime ambiental contra a nossa região), o silêncio da equipe de transição é muito preocupante.
Um exemplo, muito proximo de todos, nos mostra como o descaso com o meio ambiente e suas políticas trazem enormes prejuízos
sociais.
E isso já está virando rotina.
...DENGUE...!
abs
Prof. Isaac Esqueff, sou do Blog Outros Campos é apoio a iniciativa. Imagino que o Blog do Roberto Moraes seja a melhor opacao para recolher estas imagens... ou poderíamos fazer um blog especificamente sobre a tragédia ambiental conclamando a todos que possuem imagens para envia-las.
Pessoal, algo de fato precisa ser feito!
No meu blog disponibilizei fotos da mortandade de peixes em São Fidelis - http://luizfelipemunizdesouza.zip.net/
Lá também fiz o seguinte comentário sobre o momento da cidade e da região:
Enquanto as autoridades municipais se esforçam e investem diariamente em um modelo ultrapassado e corrupto de Administração da coisa pública, ignorando criminosamente as urgências que estão hoje envolvendo as questões ambientais em todo o mundo, resta aos demais cidadãos o exercício da solidariedade e um empenho continuado pelas mudanças de comportamento imediato dos agentes públicos eleitos, concursados e nomeados.
Não podemos mais, tão somente, pensar em crise ambiental como tese universitária, ou como projetos de reciclagem de lixo, ou ainda como um assunto em épocas de chuvas torrenciais. O tempo urge e não é mais prudente nem mais possível manter somente as ações no campo do socorro às vítimas, pois se assim prosseguirmos, todos seremos as próximas vítimas!!
É urgente a modelagem de Planos Plurianuais Macros de Sustentabilidade Ecológica para as regiões urbanas e rurais de nossos municípios, com vistas aos efeitos das inevitáveis mudanças no clima do Planeta, em particular no clima do Norte-Fluminense. E para que isso seja possível é necessário em choque profundo de Gestão na Administração Direta Municipal, não há outro caminho!! Nem a Justiça, nem os Ministérios Públicos têm competências para agir e solucionar questões que são próprias do Poder Executivo Municipal, chega de amadorismo político e de irresponsabilidades impensáveis!
Os novos grupos políticos que foram eleitos no último pleito terão pela frente inumeráveis desafios...e no meu entendimento será o DESAFIO DA CRISE AMBIENTAL que tomará a dianteira dentre todos os demais...infelizmente as visões ainda predominantes procuram manter uma certa distância desta discussão, seja por ignorar absolutamente o que está em jogo ou seja por pura incompetência no exercício dos poderes constituídos num Estado Democrático de Direitos e de Deveres em terras brasileiras!
Só para que tenhamos uma idéia da grave crise, a Inglaterra acabou de anunciar, na última semana, a criação oficial de um MINISTÉRIO DO MEIO AMBIENTE E MUDANÇAS CLIMÁTICAS, tudo isso em plena crise do sistema financeiro global, que certamente tem tentáculos - causas e consequências - na dinâmica das crises ambientais que assolarão o mundo inteiro nos próximos anos. Ainda veremos muito mais!!
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