65 anos, professor titular "sênior" do IFF (ex-CEFET-Campos, RJ) e engenheiro. Pesquisador atuante nos temas: Capitalismo de Plataformas; Espaço-Economia e Financeirização no Capitalismo Contemporâneo; Circuito Econômico Petróleo-Porto; Geopolítica da Energia. Membro da Rede Latinoamericana de Investigadores em Espaço-Economia: Geografia Econômica e Economia Política (ReLAEE). Espaço para apresentar e debater questões e opiniões sobre política e economia. Blog criado em 10 agosto de 2004.
sexta-feira, novembro 21, 2008
Wall-Mart, Coca-Cola & jesus
Não se espantem com as letras maiúsculas e minúsculas. Elas não foram digitadas erradamente e nem há nenhuma valoração embutida no fato. Aproveite o semi-feriado e leia o texto abaixo na íntegra e entenda o que se está comentando.
Além do bom texto “Fantástica fábrica de consumidores” do Xacal no blog A TroLha sobre a inauguração do Wall-Mart, em Campos, ainda sobre a questão da economia, vendas e consumo, outro assunto chamou a atenção deste blog. A notícia que foi veiculada no jornal, Valor Econômico é que a Coca-Cola está fazendo venda de porta-a-porta em Recife.
A gigante do setor de refrigerante há tempo se sente incomodada com a concorrência que sofre no Brasil das tubaínas de valor mais baixo que os seus produtos. Os responsáveis pela empresa no Brasil vivem tentando explicar aos executivos na matriz nos EUA as dificuldades que enfrenta no mercado brasileiro.
Nesta busca, o trabalho, semelhante ao da Avon, em Recife é um teste. A empresa está tentando duas coisas: chegar aos consumidores da classe “C”, para o qual criou um grupo de estudos voltado especificamente para esta faixa de consumo na qual está pautando sua estratégia de crescimento das vendas; e em segundo lugar, a volta da venda em garrafa de vidro.
As vendas em Kombi nos bairros populares de Recife está sendo feita por R$ 1,89 e o cliente ganha o vasilhame, onde poderá trocar depois com o pagamento de apenas R$ 1,39 para a garrafa de vidro cheia.
Provavelmente, o preço final do refrigerante em garrafa não saia assim tão barato, com economia de R$ 0,50 por vasilhame, já que a empresa tem o problema do transporte dos vasilhames, a lavagem, as perdas, etc. O objetivo deve ser o de tentar fidelizar o cliente que com as garrafas Pet escolhem a cada compra o líquido a ser adquirido conforme gosto e disponibilidade de dinheiro.
Para o meio ambiente, a opção da Coca-Cola é interessante, resta saber se o consumidor, em tempos de correria e de busca de facilidades, irá retomar o hábito já fortemente absorvido de dispensar guarda e transporte de vasilhames. Além disso, é bom observar o que o pessoal das tubaínas fará como resposta à estratégia da Coca-Cola. (mais detalhes aqui)
Se já não fosse pesada esta concorrência, existe outra que é contra a pressão cada vez maior de parte da opinião pública contra o uso dos refrigerantes, que hoje é proporcionalmente, muito mais consumido, pelas classes mais baixas do que nas de maior poder aquisitivo.
A pressão vem até de governos que identificam no consumo de refrigerantes, conseqüências na saúde da população é pela troca por sucos naturais e outras bebidas à base de leite. No próprio EUA, a Nestlé tem atacado a Coca-Cola por meio de anúncios que relatam os malefícios à saúde causados pelo consumo de refrigerantes.
Ainda sobre o assunto é interessante que aqui pelo Maranhão, um refrigerante bastante consumido tem o nome de Jesus. Isso mesmo, Jesus. O refrigerante tem a cor rosa e sabor adocicado que lembra um pouco cravo e/ou canela. Segundo a Wikipédia, o guaraná Jesus foi criado em 1920 e por aqui, se diz que a Coca-Cola já teria tentado adquirir a fábrica e a fórmula deste refrigerante local. É estranho dizer, me dá um Jesus bem gelado, por favor. Então, nesta guerra pelo consumo então, valha-me Deus!
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Um comentário:
Hoje dando uma rápida olhada pelos blogs listados na Rede Blog encontrei algo curioso no Blog do Sagaz. Uma nota dá conta da nova empreitada da IURD: o ramo dos refrigerantes, refrigerantes evangélicos.
É o "Leão de Judá Cola", também nos sabores Guaraná e Laranja.
No site da empresa há versículos bíblicos, os 10 mandamentos do refrigerante e o nome do presidente: Jesus Cristo, que não é um homônimo é o Jesus Nosso Senhor mesmo.
Buscando outras citações ao refrigerante, cheguei a um site que falava, dentre outras coisas, do Guaraná Jesus, o do Maranhão, que teria sido comprado de fato pela Coca.
O Jesus, inventor do Guaraná que herdou seu nome, era ateu. Parte de sua curiosa história pode ser lida aqui:
http://www.midiaindependente.org/pt/blue/2001
/12/12320.shtml
Obs: Para ler a história de Jesus basta juntar o link no navegador.
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