Desabafo de um veranista em busca da cidadania!

O advogado militante, Luiz Victor Monteiro Alves, acaba de enviar, por e-mail, ao blog o seu desabafo sobre as más condições do balneário de Grussaí. Mais que um lamento pessoal, ele apela por soluções que dependem unica e exclusivamente do Poder Público Municipal. Leia a íntegra de sua reclamação: "Roberto, Boa tarde. Acabo de retornar de Grussaí, para onde fui mais cedo com minha família com o objetivo de passar as festas de final de ano, como venho fazendo há cinco anos, desde que pude realizar um sonho, qual seja, ter uma casa na praia para poder relaxar da dura rotina que é nossa vida profissional. A casa é muito legal e o local também é especial. Você bem sabe porque conhece bem a região e o imóvel. Entretanto, não pude ficar em Grussaí tamanho o volume de água acumulada em todo o entorno do imóvel. O quintal onde me esmerei para criar uma área de lazer que pudesse aproveitar com minhas filhas e meus amigos, simplesmente desapareceu sob as águas. A situação é revoltante, porque este quadro se repete desde o ano de 2006, sem que a Excelentíssima Senhora Prefeita tome qualquer atitude realmente séria para resolver o problema. Os moradores mais antigos, igualmente abandonados como nós, meros veranistas (pelo menos é assim que imagino que pense a Prefeita), são unânimes em afirmar que o problema se encontra na interrupção do canal que passa bem em frente à igreja de Grussaí, cortando a rua Manoel Ferreira Landim ou rua da Academia Vital (onde se localiza o meu imóvel), em razão de construção de casas que ou não manilharam o solo para permitir o curso das águas do canal, ou o fizeram com manilhas finas e insuficientes para dar vazão ao volume de águas neste período. Pois bem! No ano passado, a prefeitura cortou nossa rua e colocou grande manilhas que por sua vez foram conectadas às manilhas existentes sob um imóvel construído bem em frente ao valão de dimensão muito menor. Esta atitude do poder público foi meramente paliativa e eleitoreira, na medida em que é mpossível dar vazão à água acumulada neste período sem derrubar o muro desta tal residência, cortar o terreno e colocar novas manilhas com calibre suficiente para efetivar a drenagem. De nada adianta alegar que o proprietário não permite a realização da obra, porque se há obstrução, o Poder Judiciário existe exatamente para impor a obrigação de deixar fazer, exatamente porque neste caso o interesse público é maior do que a mera alegação do direito de propriedade. Mas nada foi feito. Aliás, Roberto, desafio a Prefeita Carla Machado a demonstrar qualquer investimento feito nesta região de Grussaí. Ao longo destes cinco anos a prefeitura não trocou uma lâmpada sequer da rua. Todas foram substituídas por mim e pelos outros moradores, senão estaríamos condenados a não possuir uma luz na rua. Também não tivemos serviço de limpeza púplica. A rua vive cheia de mato que cresce estimulado pelo acumulo de água. Minto. A prefeitura fez um "grande investimento" no local: Após a enchente de 2006 jogou ao longo da rua inúmeros caminhões de areia que, com a estiagem, transformou-a num imenso areal onde só se podia passar de carroça ou com veículos tracionados. No ano passado, após aquela tromba d´água que inundou a Avenida da Liberdade, cobriu a areia com barro vermelho, que hoje, com qualquer chuva, transforma a rua em um enorme lamaçal. Não poderei passar o dia 31/12 na minha casa e por certo também não será possível aproveitar o restante do recesso forense, porque mesmo que a chuva dê uma trégua a água acumulada por certo deverá levar um bom tempo para ser absorvida pelo terreno, a menos que o canal existente no local seja desobstruído, o que acabaria permitindo que o lençol freático voltasse ao seu nível normal. Com toda certeza no ano que vem receberemos o carnet do IPTU que no meu caso gira em torno de R$900,00, iremos pagar e mais uma vez nada será feito pela Prefeitura até que no próximo final de ano de novo tenhamos nossas casas invadidas pelas águas. Me desculpe o desabafo, mas passei inúmeros e-mails para a ouvidoria do Município sem que nenhuma resposta tenha sido obtida. Talvez o ouvidor só ouça o Eike e o tilintar de suas moedas. Afinal, para que ouvir a população e muito menos uma pessoa que é tão-somente veranista? Perda de tempo sem ganho de votos! Roberto, a paciência do povo tem limite e um dia pode chegar ao fim e proporcionar uma reação desordenada e violenta como muitas vezes assistimos. O seu blog é uma das coisas mais sérias que aconteceu na região nos últimos tempos e sei que os políticos costumam acessá-lo, daí o envio deste desabafo, quem sabe o ouvidor ou alguém do Poder Executivo ou Legislativo do Município de São João da Barra leia e tome alguma atitude séria para resolver o problema de uma vez por todas. Um abraço, Luiz Victor Monteiro Alves."