65 anos, professor titular "sênior" do IFF (ex-CEFET-Campos, RJ) e engenheiro. Pesquisador atuante nos temas: Capitalismo de Plataformas; Espaço-Economia e Financeirização no Capitalismo Contemporâneo; Circuito Econômico Petróleo-Porto; Geopolítica da Energia. Membro da Rede Latinoamericana de Investigadores em Espaço-Economia: Geografia Econômica e Economia Política (ReLAEE). Espaço para apresentar e debater questões e opiniões sobre política e economia. Blog criado em 10 agosto de 2004.
quarta-feira, fevereiro 25, 2009
Boa reflexão sobre as cinzas
O antropólogo Roberto da Matta em seu artigo semanal, hoje, no jornal O Globo, fez uma boa reflexão sobre as cinzas e a dualidade que ela se impõe ao carnaval e a outras coisas da nossa vida cotidiana. O blog retirou dele, apenas um trecho, para servir de aperitivo:
“Sem as polaridades não haveria condição humana. Todas as grandes cosmologias foram permeadas por dualismos e as sociedades que os antropólogos descobriram nos seus estudos as usam para inventar e compreender o mundo. Dia e noite, inverno e verão, paraíso e inferno, mortos e vivos, Deus e Satanás, natureza e cultura, homem e mulher, sagrado e profano, esquerda e direita, alto e baixo, dentro e fora, preto e branco, pureza e impureza, velho e novo, feio e bonito, carnaval e cinzas...
A lista de alternâncias, cuja característica principal é a complementaridade e a interdependência, não tem fim. A polaridade indica que um termo não existe sem o outro que é o seu exato oposto, não o seu sinônimo ou paralelo. Ao passo que a complementaridade revela algo que, nós, modernos, estamos tentando acabar faz algum tempo: a interdependência.O fato de que essas oposições se manifestam por meio de suas relações. Só entendemos a vida quando estamos diante da morte. É a experiência com o feminino que nos dá a plena sensação de masculinidade (e vice-versa!). Seria o mal uma ausência do bem? Ou eles existem como princípios independentes, a questão sendo — como diz Louis Dumont — que o bem contenha (e canibalize) o mal, mesmo quando ele é o seu contrário”.
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2 comentários:
A interdependencia é inerente ao equilíbrio. O antropólogo só corroborou a velha máxima de que tudo em demasia gera desequilíbrio( o mal). Então concluisse que só temos conhecimento pleno das coisas quando conhecemos ao máximos seus antônimos.
Retificado um erro de digitação:
A interdependencia é inerente ao equilíbrio. O antropólogo só corroborou a velha máxima de que tudo em demasia gera desequilíbrio( o mal). Então conclui-se que só temos conhecimento pleno das coisas quando conhecemos ao máximos seus antônimos.
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