É evidente que a atração da área urbana sobre a rural é muito grande, especialmente para os mais jovens. A área urbana, simbolicamente, em qualquer lugar do mundo, aponta para o encontro de mais pessoas, de oportunidades, de lazer variado, etc.
Tudo isso vem contribuindo para que a população urbana atinja hoje, o patamar de quase 90% de toda a população brasileira. O nosso município com a extensão que tem, superior a 4 mil Km², maior município entre todos da região sudeste e sul do país, a situação não é diferente.
Todo este interior, do extremo norte em Santo Eduardo, ao extremo sul em Serrinha, junto com a nossa tradicional Baixada Campista, com todos os problemas da agricultura canavieira e com a divisão das propriedades a partir das heranças também foi encolhendo em termos de população, especialmente depois da segunda metade da década de 70.
Não adianta chorar pelo caldo da cana derramado até pelas desigualdades sociais que a monocultura ensejava, mas é preciso reagir. Não é admissível que uma política agrícola baseada nas pequenas propriedades não seja articulada pelo poder local em tão grande município. Com tanto órgãos governamentais de apoio, pesquisa e extensão, não é possível que não se encontre saídas.
Neste processo não se deve ter a ilusão de milagres. Não há saída num curto prazo, ou nos prazos dos mandatos dos nossos representantes políticos. Romper a desilusão e o descrédito que a população local do campo têm para com o setor público e suas políticas, que talvez por isso, aja, de forma mais assistencialista do que como agente de promoção para as potencialidades, que é um trabalho de longo prazo e de resultados paulatinos.
Fora disso é enxugar gelo num interior devastado ambientalmente falando e com gente que gosta de ser surpreendida e estimulada a reproduzir boas histórias de luta pela sobrevivência e pelo desenvolvimento de suas famílias e de suas comunidades.
PS.: Atualizada e corrigida redação às 17:10.
Nenhum comentário:
Postar um comentário