65 anos, professor titular "sênior" do IFF (ex-CEFET-Campos, RJ) e engenheiro. Pesquisador atuante nos temas: Capitalismo de Plataformas; Espaço-Economia e Financeirização no Capitalismo Contemporâneo; Circuito Econômico Petróleo-Porto; Geopolítica da Energia. Membro da Rede Latinoamericana de Investigadores em Espaço-Economia: Geografia Econômica e Economia Política (ReLAEE). Espaço para apresentar e debater questões e opiniões sobre política e economia. Blog criado em 10 agosto de 2004.
terça-feira, março 17, 2009
Educação ou enrolação: a questão das bolsas no ensino fundamental em nosso pobre município rico!
Mais do que divulgar as reclamações pelos critérios, ou sua falta, o blog confessa-se espantado com o número de bolsas concedidas a alunos em nosso município. A discussão é diferente das bolsas universitárias. No ensino médio até poderia ter um maior sentido, mas ainda assim, a pergunta é simplória: o que fizeram do ensino público numa cidade rica em que sua rede deveria ser um exemplo de infra-estrutura, plano de carreira, formação e capacitação de professores e profissionais da educação?
O ensino médio é reponsabilidade do estado, mas, numa cidade bem dotada financeiramente, não seria absurdo, que além de melhor cuidar da sua própria rede, no ensino infantil e fundamental, o município ampliasse de verdade sua atuação para este nível de ensino.
Não é natural que tanta gente tenha ojeriza, aversão ou mesmo repugnância à rede pública municipal e brigue por uma bolsa, em escolas, algumas de qualidade duvidosa, só pelo fato de serem particulares.
A bolsa em pouquísssimos casos, pela distância até a escola pública, por uma demanda pontual acima da média, ou um ou outro fator poderia ser justificada, mas não na proporção que vinha e, pelo jeito, continuará sendo concedida.
Não há como observar isso como um desvio do normal. Aceitar isto como algo natural é distorcer o debate. É abrir mão da luta histórica e justificável da escola pública de qualidade.
Enquanto a sociedade se torna mais complexa em todos os sentidos, assim exigindo mais estudo, pesquisa e compreensão das diversas formas de manifestação e enfrentamento, em prol de um mundo melhor, menos formal e chato, mais conectado e mais solidário, a educação neste pobre município rico, ainda engatinha nos entraves da politização e partidarização da máquina de gerir e aperfeiçoar as nossas escolas.
Sem superar esta visão mesquinha como pensar em ultrapassar a barreira do conteudismo, da disciplinarização e da avaliação repressora e excludente? Este debate infelizmente ficou velho. Alunos e professores estão na escola, mas não gostam e não acreditam nela, a não ser pela titularização ou certificação que não servirá para os concursos, pela má formação oferecida - com exceções - mas, para as terceirizações escravizadoras.
Antigamente, os estudo de casos eram paradigmas do aprendizado teórico. Se ainda assim fosse, o caso dos nossos Campos, não poderia deixar de ser estudado, em prosa e verso sobre a nossa língua e nossa literatura. O orçamento municipal, assim como sua execução, deveria servir como problema e teorema de matemática.
A ocupação desordenada, não apenas na periferia, mas no centro e nos bairros da elite, poderiam ajudar a entender a nova geografia, acompanhada da análise dos processos históricos que contam, para quem tem olhos de ver, porque chegamos até aqui da forma que estamos vendo.
A física e a química explicariam o que estamos fazendo do nosso ambiente no ar, na água e nos solos. A nossa vida em grupos pequenos e maiores, o nosso comportamento ao escolher representantes políticos poderia ajudar alunos e professores a descobrirem com ajuda da sociologia e da antroplogia, porque nossos conterrâneos têm tanta dificuldade de ousar e arriscar alternativas.
Seria injustiça culpar a instituição escola por todos estes problemas, mas não se pode deixar de dizer, sob pena de ter que assumir ser mais honesto arrear a mochila, que, num município rico e com tão grande capacidade de investimento, continuam preferindo distribuir dinheiro para espertos, ao invés de fazer uma escola exemplar para nosso povo. Ainda é tempo de mudanças. Quem se aventura?
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16 comentários:
Pois é, e a enrolação continua, Rosinha anunciou neste fim de semana que resolveu o problema das bolsas de ensino fundamental. Que resolveu que nada. Tudo mintirinha, Tudo historinha! Depois de todo o sofrimento dos pais com recadastramento, demora e humilhação de alunos nas escolas foi aprovada uma lei que tem a única intenção de acabar com o programa. Sou uma mãe de aluna que teve o recadastramento aprovado e não adiantou de nada. A escola simplesmente não aceita pq não vão renovar o convênio com a prefeitura. Minha filha é aluna do João XXIII e fui chamada pra negociar a mensalidade com disconto já que eles não querem mais o convênio. Não sei se está acontecendo o mesmo com a outras escola mas com relação ao João XIII, posso garantir já que fui pessoalmente tratar do assunto. Se quiserem comprovar é só entrar em contato na escola
Como professora da Rede de ensino da PMCG, posso dizer com certeza que nossas escolas estão um caos total. Não tem material, livros e até ontem a minha escola não tinha direção. É um lástima ver o descaso com o aluno. Os que moram distante não estão podendo estudar pois não há transporte e agora resolveram que as turmas devem ser multisseriadas, além de a alfabetização de adultos não ser mais da alçada da prefeitura.
E ainda há quem diga que um país se constrói com educação e cidadania... não aqui na planície Goytacá!!! Que pena.
Prof. Roberto Moraes e amigos do Blog:
Enquanto a política continuar sendo feita nos moldes atuais, nossa cidade não se desvencilhará das caóticas condições impostas pela jurássica forma coronelista de administração político regional.
Como professor da rede municipal e da rede estadual, espero uma educação realmente comprometida com a possibilidade de resgate da dignidade de nossos alunos e de nossos colegas professores, que na linha de frente da educação, sentem na pele o que é a realidade no seu cotidiano letivo.
Na realidade, o grande exemplo que pode ser dado é a reestruturação total da área educacional municipal de nossa cidade, garantindo que assim, a mesma possa condizer com os valores atribuídos aos royalties que chegam, mas não transparecem em ações profiláticas para o estabelecimento de um quadro urbano de desenvolvimento e aquisições positivas voltadas para toda a população, principalmente, para as camadas menos assistidas.
Gente competente para isso há, o que falta é determinação.
Abraços e obrigado pela atenção.
Talvez eu seja um saudosista, do alto de meus 53 anos de praia.
Estudei em escola pública, quase que 100% da minha vida. Meu ensino primário foi no Visconde de Rio Branco na Lapa, onde cursei o 1º e 2º ano, depois, fui para o Externato Regina, onde cursei o 3º e pulei para a 5ª série, fazendo a seguir, exame para o Liceu de Humanidades de Campos (naquela época era como se fosse um verdadeiro vestibular, o Liceu assim como a Escola Técnica, eram excelência em ensino) onde estudei por sete anos, do ginásio ao científico.
Em 1974, terminamos o 2º grau. Minha turma foi a última antes da malfadada reforma do ensino, implantada a partir do ano de 1975que diminuiu os níveis de exigências nivelando por baixo o ensino no país (só para se ter uma idéia, no Liceu, para se passar direto numa disciplina, a média de notas tinha que ser 8,5. A partir da reforma, caiu para 7,0 e por aí abaixo).
Minha turma, de maneira geral, enfrentou o vestibular da Cesgranrio sem a necessidade de se cursar paralelamente um cursinho pré-vestibular, sendo o índice de aprovação dos egressos do Liceu, altíssimo.
Felicidade, passei no Vestibular para Desenho Industrial na UFRJ, em 5º lugar. Mais uma escola pública na minha vida, com excessão dos dois anos no Externato Regina (me lembro com muita saudade de dona Leda e sua dedicação aos alunos).
Estudar no Liceu, na Escola Técnica naquela época era garantia de aprovação no vestibular e me orgulho de ter tido minha formação em escola pública.
O mesmo não se pode falar nos dias de hoje. A escola pública, com excessão ainda do ensino universitário, está um verdadeiro caos. Professores mal remunerados, desestimulados, escolas em péssimas condiçoes de conservação, e quem sofre com tudo isso é o aluno, que acaba tendo uma formação aquém do ideal.
Tudo isso, vai contribuindo para a formação de uma sociedade desigual, injusta onde as diferenças se acentuam de tal forma que àqueles mais pobres têm poucas oportunidades de progredir verdadeiramente.
Essas bolsas concedidas nas instituiçoes privadas, não passam de mera panacéia, servem para tapar o sol com a peneira, o grande investimento deveria ser na estruturação da rede pública de ensino municipal, com investimentos maciços na qualifição dos professores, oferecndo salários atraentes e condições de trabalhos dignas.
Afinal de contas, a base da evolução de toda sociedade é a Educação. Quanto maior a qualidade do ensino, maiores são as perspectivas dessa mesma sociedade progredir e reduzir as desigualdades sociais e, quanto menores elas forem, maiores as chances dos menos favorecidos galgarem os degraus do progresso.
Prezado Roberto,
A questão das bolsas de ensino no ensino fundamental é vergonhosa...
O municipio tem a OBRIGAÇÃO de prover uma escola de qualidade, principalmente no que tange o ensino fundamental.
Uma vergonha o municipio dar bolsas para este segmento. É simplismente reconhecer que nesta área, o municipio simplismente deixou de trabalhar para oferecer o melhor as suas crianças.
E ver um bando de anônimos fazerem denúncias vazias - tendo ou não razão de reclamar - me dá nojo.
Tais adultos deveriam estar cobrando do poder publico uma escola limpa, comprometida, disponível para as suas crianças.
Um abraço,
Professora de Português.
Em vários bairros as escolas e creches continuam sem direção.
No Parque Prazeres, por exemplo, há uma rixa entre o vereador Jorge Magal e o Vieira Reis. Não concordo com a forma de nenhum dos dois de fazer política, afinal é a mesma, a política populista e clientelista do Garotinho. Agora verdade seja dita, o Vieira Reis não fez campanha alguma no bairro, se teve votação foi apenas pelos votos cooptados nas igrejas. A propósito lembram que este último saiu da Câmara de Deputados suspeito de envolvimento com a máfia das sanguessugas??
Falaram (falam)tanto do grande investimento que foi feito nas escolas particulares com essa história de bolsas na Gestão passada e agora continuam fazendo o mesmo, porque não investem esse dinheiro na nossa escola pública e se tenta igualá-la a escola privada. Temos Profissionais qualificados que só precisam de incentivos para transformar a nossa educação!!
O pior de tudo professor é a prefeitura querer implantar ensino técnico nas escolas do nosso município. O problema do nosso município é também do professores recebem mais que os professores da minha ex-cidade (Cachoeiro, ES) e são desqualificados e ruins. Meu neto estuda das 12:30 as 16:30 em escola municipal, um verdadeiro absurdo no ES é das 12:00 as 17:30.
Outra coisa é vereador colocar diretor de escola, coisa antiga e detestável. Nem vereador nem secretario de educação é qualificado para escolher.
Mais um exemplo agora do Paraná, na rede de ensino fundamental os professores escolhe o diretor e este tem que ser professor CONCURSADO da escola. E o ensino médio o diretor deve ser escolhido pelos alunos é simples basta querer.
Perguntar não ofende (?): quando começou a ser NATURAL/NORMAL/JUSTIFICADO o poder público financiar a escolarização dessa forma? Pois a aberração não é a falta de critério para conseder bolsas, mas o próprio fato de recorrer a esse expediente! Além da automática autodesobrigação do poder público para com um dever constitucional, cabe refletir: por que os pais que podem pagar não o fazem? Campos cada vez mais parece aquilo que o pensador Thomas Hobbes chama de "estado de natureza", ou seja, "cada um por si e deus contra todos"!
Na verdade, a prefeitura tem obrigação sim de conceder bolsas, para suprir a falta de vagas na rede pública. O estranho é o número. Sabemos que a oferta de vagas cresceu pouquíssimo nos últimos anos, mas cabe saber se a carência é tão grande assim.
Segundo os critérios publicados no DO, a bolsa só seria concedida àqueles que tentaram uma vaga na rede pública mas foram classificados como "excedentes". Mas me parece que, quanto a este critério específico, foi deixada uma brecha para os que já possuíam bolsas.
Só corrigindo o comentário das 09:03. O horário de funcionamento das escolas em Campos é das 13 às 17 horas e em relação ao salário não enetndi o que a Senhora quis dizer. Poderia ser mais clara?
Cachoeiro é uma cidade muito desenvolvida. Tem até fábrica de manteiga, não é? Fica onde mesmo, esta cidade de professores tão capacitados? Preciso ir para lá me qualificar.
Professora de português das 12:35.
no que tange o ensino fundamental??
simplismente ?????
municipio ??????
o melhor as suas crianças ?????
cobrando do poder publico ????
Com tantos erros partindo de uma professora de português, vê-se a razão do baixo nível educacional
de nossas crianças.
Realmente é uma vergonha !!!!!
Esculápio.
Só faltou dizer o seguinte: foi Garotinho que começou essa história de bolsas para escolas particulares. Agora essa turma vem defender moralidade. Magal era um dos que colocou um monte alunos, sendo sempre apadrinhado por Garotinho. Esses Garotinhos são ridículos, criticam...criticam, mas um monte de m. que foi seguida por seus sucessores começou com Garotinho. Um outro exemplo: quem começou essa "farra" de shows e trios em Farol? Povo hopócrita essa turma que fica entrando em blog pra defender os Garotinhos como arautos da moralidade. Já deu né gente???
Professor, parabéns pelo excelente artigo, espero que chegue o tempo em que os leitores possam discutir como contribuir para o fim desta enrolação, e não ficar destacando quem começou.
Botelho Pinto na sua terra os alunos estudam das 13 às 17 horas, em Campos não. Ñ faça como um Garotinho atirando merda no que não sabe de que se trata pode vim uma vazo como resposta. É este o motivo de uma cidade parada no tempo, falta de educação da população.
Botelho Pinto, mostra claramente como são os professores da nossa cidade. Não sei sobre a cidade deste senhor, mas falta educação nas palavras do educador Botelho Pinto como pode um pessoa deste tipo lecionar na nossa cidade? É este o motivo da baixa educação em nossa cidade professores desqualificados e sem educação. Este parece com um professor de um outro post cheio de girias e com pouca educação sera que este é seu verdadeiro nome? Seu pai deve estar triste com o que "Botelho" no mundo. Continue entrando no blog e se espelhe no blogueiro.
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