A afirmação é de Raquel Rolnik, arquiteta, urbanista e professora da Universidade de São Paulo (USP). Em entrevista à revista Isto É desta semana ela tceu comentários sobre os projetos de habitação e sobre urbanização dos nossos municípios:
“A favela é elemento estrutural do processo de urbanização. Ou seja, desde sua concepção, o modelo de urbanização adotado não acolhe os pobres. Vou dar um exemplo. Na Inglaterra, desde a década de 50, todo novo empreendimento imobiliário deve destinar parte de seu terreno às moradias populares. Houve interesse, desde a aceleração do processo de urbanização, de incluir quem não tinha acesso à moradia. No Brasil, não existe uma política de uso do solo urbano desenhada para acolher a habitação social. Aqui a política habitacional se limita ao crédito para a indústria da construção civil”.
A crítica positiva e construtiva é da ex-secretária nacional de Programas Urbanos do Ministério das Cidades do governo Lula no período de 2003 a 2007. No ano passado Raquel Rolnik foi convidada pela ONU para ser relatora especial para o Direito à Moradia da Organização das Nações Unidas.
Num momento que tanto o governo federal, quanto municipais desenvolvem programas habitacionais, vale a reflexão que a entrevista suscita. Leia na íntegra aqui.
Boa ainda, a observação de que os condomínios de classe média e alta reservassem espaços, conhecidos como ZEIS ou AEIS (Zona ou Área Especial de Interesse Social), que pudessem destinar espaços para as moradias populares, que assim não seriam expulsas para as periferias, cada vez mais distantes dos núcleos centrais e valorizados do solo urbano dos municípios.
65 anos, professor titular "sênior" do IFF (ex-CEFET-Campos, RJ) e engenheiro. Pesquisador atuante nos temas: Capitalismo de Plataformas; Espaço-Economia e Financeirização no Capitalismo Contemporâneo; Circuito Econômico Petróleo-Porto; Geopolítica da Energia. Membro da Rede Latinoamericana de Investigadores em Espaço-Economia: Geografia Econômica e Economia Política (ReLAEE). Espaço para apresentar e debater questões e opiniões sobre política e economia. Blog criado em 10 agosto de 2004.
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4 comentários:
Roberto
Hoje estava conversando sobre essa questão tão necessária e urgente. Penso que o IFF deve puxar essa discussão em Campos.
Abraço
Ainda em tempo... por qual motivo a atual prefeita Rosinha não adota o modelo de casas populares desenvolvidas pela excepcional UENF?? Além de serem ecologicamente mais corretas, as construções são mais baratas.
Alguém sabe o porque?
Roberto Moraes
Sugiro que você publique em seu blog o postado de Erick Schunk, (no blog dele) “Rosinha e Garotinho promovem o caos nas Escolas” ou crie um acesso ao blog. Por achar que está muito bem escrito e por recolocar em outro nível a discussão da educação no município.
Um abraço
Carlos também li ontem a noticia a respeito dessas casas, se nâo me falha a memória na Folha da Manhã, e também fiquei intrigado, porque o município não optou por esse modelo de construção? Inclusive, conforme afirma a reportagem, consta na proposta de governo de Rosinha. De acordo a com a mesma reportagem, a construção dessas casas é ecologicamente correta, mais barata (20 ou 30%, não estou bem certo), além de ser de mais fácil manutenção, para os futuros proprietários.
Faço coro contigo, também gostaria de saber do governo municipal, o motivo da opção da construção, pelo método tradicional, já que ao que parece o modelo da UENF é só benefícios?
Além de concordar contigo, que o IFF e a UENF, junto com os Blogs, puxem essa discussão. Que tal o Blog dar um espaço ao professor responsável pelo laboratório que criou essa técnica, para explicar como ela funciona e o seu custo.
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