65 anos, professor titular "sênior" do IFF (ex-CEFET-Campos, RJ) e engenheiro. Pesquisador atuante nos temas: Capitalismo de Plataformas; Espaço-Economia e Financeirização no Capitalismo Contemporâneo; Circuito Econômico Petróleo-Porto; Geopolítica da Energia. Membro da Rede Latinoamericana de Investigadores em Espaço-Economia: Geografia Econômica e Economia Política (ReLAEE). Espaço para apresentar e debater questões e opiniões sobre política e economia. Blog criado em 10 agosto de 2004.
quinta-feira, março 12, 2009
Onda de violência continua em Campos
Agora pela manhã foi noticiado que mais uma pessoa foi assassinada em Campos. O caso ocorreu no distrito de Travessão. A polícia informou que Cristiano da Silva, de 29 anos, foi encontrado pelos vizinhos, hoje de manhã, morto dentro da sua própria casa.
A situação em Campos é grave e não parece ter fim ou, pelo menos, trégua. É simples e despudorada a alegação das autoridades de que se trata de crimes entre quadrilhas ou decorrente das drogas.
A desculpa passa a idea de que estas mortes pode até ser boa para a sociedade que assim estaria se livrando de pessoas indesejáveis para o convívio, e ainda através de uma morte gerada por eles mesmos. Além disso, a atitude policial deixa também transparecer que seria perda de tempo avançar nas investigações sobre as causas e seus responsáveis.
É evidente, que assim como vem acontecendo em Macaé, o tráfico de drogas e o transporte clandestino devem estar por trás, das causas do crescimento exponencial das ocorrências policiais, mas daí, a considerar a situação como “natural” ou quase isso é a sociedade abrir mão de um de seus mais importantes direitos.
Para além desta pequena provocação, o leitor não deve deixar de ler a ótima análise sobre o tema produzida por Xacal com o título “É hora de agir” aqui, em no blog A TroLha.
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2 comentários:
Ninguém nasce mau, ninguém nasce bandido... O meio é quem transforma...
Caro Professor, lendo o tópico postado em seu blog e, vendo a sua recomendação para que se leia a análise postada no blog A Trolha, pelo Xacal, ótima por sinal, tomo a liberdade de enviar meu comentário ali postado:
Em nossa cidade, vejo, ouço e leio nos noticiários, que a maioria dos homicídios que envolvem pessoas de baixa renda, segundo as autoridades na área de segurança pública, a ligação com o tráfico de drogas é óbvia.
Isso, segundo elas, as autoridades. É claro que é fácil atribuir esses crimes à disputas territoriais ou mesmo acertos de contas, pois assim, as mesmas autoridades, podem se esconder e não investigar os autores dos homicídios cada vez mais frequentes e consequentemente, banais.
A banalização da violência causa uma espécie de torpor na sociedade civil e, a grande maioria dos cidadãos, perde a capacidade de se indignar, só reagindo de forma mais emocional quando a vítima faz parte de seu círculo de relacionamento.
É comum vermos opiniões mais radicais do tipo "bandido bom é bandido morto", só que, a presunção da inocência é um dos pilares básicos de nossa Democracia. Sem o devido processo legal, nenhum cidadão pode ser condenado, com bem disse o Xacal.
O Estado Democrático de Direito foi uma dura conquista da sociedade, após anos de Ditadura Militar, não podemos pois, ignorar tal conquista e jogar na lata de lixo da História, só porque as autoridades se mostram incompetentes para elucidar esses crimes.
O uso da inteligência no combate ao crime é primordial, mas, temos que admitir que o Estado não dá as mínimas condições para que as polícias possam trabalhar, são viaturas caindo aos pedaços, policiais mal remunerados, mal preparados, delegacias em péssimas condições de conservação, enfim, o caos!
Há cerca de dez dias atrás por exemplo, em Grussaí, socorri uma Patamo na rua das Flores, que, quando os policiais pararam a viatura e desligaram o motor, quando foram ligar novamente, não conseguiram, como eu tinha um cabo de chupeta, conectei na minha bateria e conseguimos dar a partida na viatura, que, diga-se de passagem, estava em péssimas condições de conservação.
Como Uenfezado disse, o problema é mais complexo e o somatório disso tudo, faz o caldo de cultura ideal para que a violência assuma proporções incontroláveis.
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