65 anos, professor titular "sênior" do IFF (ex-CEFET-Campos, RJ) e engenheiro. Pesquisador atuante nos temas: Capitalismo de Plataformas; Espaço-Economia e Financeirização no Capitalismo Contemporâneo; Circuito Econômico Petróleo-Porto; Geopolítica da Energia. Membro da Rede Latinoamericana de Investigadores em Espaço-Economia: Geografia Econômica e Economia Política (ReLAEE). Espaço para apresentar e debater questões e opiniões sobre política e economia. Blog criado em 10 agosto de 2004.
quinta-feira, março 12, 2009
PF investigará mais cinco cidades do Rio sobre contrato com a SIM
A informação está hoje em matéria do jornal O Dia que cita outras prefeituras da região que estariam no esquema da empresa SIM, especializada em sistemas de gestão fiscal e contabilidade pública. Abaixo a matéria na íntegra. Antes porém dê uma olhada nestas notas postadas à época por este blog (aqui e aqui) dizendo que a SIM já era conhecida na região.
"PF investigará mais cinco cidades do Rio"
“CPI da Alerj que investiga membros do TCE ouviu delegado federal”
“Rio - A Polícia Federal vai instaurar novo inquérito para apurar irregularidades na contratação do grupo SIM Instituto de Gestão Fiscal por cinco municípios do Rio. A revelação foi feita ontem no depoimento do delegado Mário Alexandre Veloso, responsável pela Operação Pasárgada, à CPI da Alerj que apura o suposto envolvimento de conselheiros do Tribunal de Contas do Estado (TCE) em esquema de corrupção para aprovação de prestações de contas. Os contratos da SIM com Armação de Búzios, Cabo Frio, Campos dos Goytacazes, Macaé e Rio das Ostras serão os alvos da nova investigação.
A lista, no entanto, pode aumentar. Pelo menos outras duas cidades tiveram contratos com a empresa: Conceição de Macabu e São Pedro d’Aldeia. Em relação a Carapebus, município apontado pelas investigações como porta de entrada da SIM no estado, o delegado informou que já indiciou dois ex-prefeitos e três funcionários da prefeitura.
Veloso disse ainda que, posteriormente, serão aprofundadas as investigações sobre a evolução patrimonial dos envolvidos. “Primeiro vamos fechar a investigação sobre as propinas pagas pelo Grupo SIM. Depois vamos apurar a questão patrimonial. Não faz sentido que essas pessoas usufruam os bens adquiridos com propina”, explicou.
O delegado confirmou que vai indiciar o conselheiro Jonas Lopes de Carvalho por corrupção passiva, prevaricação, advocacia administrativa e formação de quadrilha. “Estou esperando seu depoimento, para ver se ele justifica alguns dos atos. Mas todos seus prazos já se esgotaram”, disse. A defesa do conselheiro contesta no Superior Tribunal de Justiça a competência do delegado para investigá-lo.
“Foi fundamental. Ele afirmou não ter dúvida do envolvimento dos dois conselheiros do TCE. O depoimento dele foi seguro, incisivo”, disse a presidente da CPI, Cidinha Campos (PDT), referindo-se ao indiciamento dos conselheiros José Graciosa e José Nader.
Nader falava de fé com dono da SIM
Também indiciado no inquérito da Operação Pasárgada, o deputado José Nader (PTB) foi o protagonista do momento irreverente da sessão. O delegado Mário Alexandre Veloso explicava que conseguiu comprovar diversos encontros do parlamentar com o principal sócio da SIM, Sinval Drumond Andrade. Ao informar os motivos relatados por Nader para justificar as reuniões, Veloso arrancou gargalhadas: “Ele disse que Sinval gostava de ouvir seus testemunhos, sua história de vida e sua conversão à religião evangélica”.
Já o momento de constrangimento foi provocado por Alcebíades Sabino (PSC). Prefeito de Rio das Ostras quando a SIM prestava serviço para a cidade, o parlamentar — que não é membro da CPI — insistiu três vezes que Veloso confirmasse se encontrou indícios de corrupção no caso. O delegado explicou que isso terá que ser verificado no novo inquérito, mas que já haveria indícios de fraude na licitação para a contratação da empresa. “Não encontrei porque não investiguei”, disse. Cidinha Campos, então, cortou a palavra do deputado.
A atual administração da Prefeitura de Rio das Ostras informou, via assessoria, que não firmou contratos com a SIM e que estará à disposição para colaborar com a PF.
CPI: indícios de corrupção em Macaé
Dos próximos alvos da Polícia Federal e da CPI, Macaé é a que tem mais indícios de irregularidades. Em planilhas apreendidas na sede da SIM e que demonstrariam o registro de propinas pagas a autoridades, segundo o delegado Mário Alexandre Veloso, constam valores regulares atribuídos a Jorge Adalberto Aziz da Silva, no total de R$ 76 mil, entre 2006 e 2008. A CPI o convocou a depor.
No período, Aziz foi presidente da Fundação Educacional de Macaé (Funemac) — que tinha contrato com a SIM. Atualmente ele é subsecretário de Políticas Pedagógicas da Secretaria Municipal de Educação. O DIA solicitou contato com Aziz à assessoria da Prefeitura de Macaé, que disse não tê-lo localizado. A prefeitura informou que vai instaurar inquérito administrativo para apurar o caso.
A Prefeitura de Campos alegou que o contrato com a SIM é do governo anterior e que não iria se manifestar. A atual gestão de Cabo Frio negou ter assinado com a empresa. Ninguém atendeu na Prefeitura de Búzios”.
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Um comentário:
Ex-subsecretário de Macaé terá que devolver R$ 412 mil ao município
Agora, com certeza se ele recebia propinas deste fornecedor, por que não podemos afirmar que isso já vinha acontecendo entre ele e outros fornecedores?
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