65 anos, professor titular "sênior" do IFF (ex-CEFET-Campos, RJ) e engenheiro. Pesquisador atuante nos temas: Capitalismo de Plataformas; Espaço-Economia e Financeirização no Capitalismo Contemporâneo; Circuito Econômico Petróleo-Porto; Geopolítica da Energia. Membro da Rede Latinoamericana de Investigadores em Espaço-Economia: Geografia Econômica e Economia Política (ReLAEE). Espaço para apresentar e debater questões e opiniões sobre política e economia. Blog criado em 10 agosto de 2004.
segunda-feira, março 02, 2009
São João da Barra precisa desenvolver sua sede
Estrategicamente o município de São João da Barra precisa desenvolver ações que levem a sede do município a ter uma importância que, se não ficar evidenciada em demandas de serviços hoje puxadas, pelas obras do porto e/ou pelos turistas de seus balneários, fará com que o município de Campos, como pólo econômico comercial e de serviços, continue a ser muito mais atrativo, do que o município que hoje, é de certa forma fim de linha.
Para isso algumas ações estratégicas seriam importantes. A ligação rodoviária, mais eficiente com o Farol, que não seja, propriamente pelo litoral, cuja construção, seria segundo estudiosos da questão ambiental danosa à região, já bastante impactada pelas obras do porto do Açu.
O término da ponte para SFI que pode fazer de SJB um nó importante nesta nova rede de logística. A construção de um hospital geral na sede do município. A unificação na sede de uma instituição de ensino profissionalizante com projetos permanentes que crie raízes e interfira com extensão e pesquisas de interesse mais específicos daquela comunidade.
Por último, a ampliação de investimentos culturais que gerem interesse externo, crie vínculos e gere outras demandas turísticas como extensão dos negócios, para além do verão.
Fora daí, o município de São João da Barra corre o risco de ver o eixo do desenvolvimento que está sendo criado pelo porto, se ligar bem mais a Campos do que propriamente àquele município. O que na prática, convenhamos, já está ocorrendo. Assim, o blog abre o assunto ao debate.
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10 comentários:
Concordo plenamete professor.
São João da Barra tem que ter uma escola não só profissionalizante como escola técnica também, mesmo que seja de alguns cursos mais tem que ter. Algumas pessoas não sabe o potencial de emprego que está sendo gerado com a construção desse porto e os empregos durante o funcionamento. No meu modo de ver um profissional com uma formação no mínimo técnica e morando no município certamente terá um bom salário e um bom salário é o fruto de fazer a economia girar. Hoje se não fosse a escola técnica de Campos dificilmente teria uma mão de-obra qualificada, ou teria emprego para os saojoanense de ajudante no seguimento de várias áreas não por culpa deles, mais por falta de incentivo do governo.
Penso que não é só o fato de ter o porto em construção e em funcionamento tendo a população um salário mais baixo por falta de investimentos no ensino.Acho também que está demorando e muito uma ligação rodoviária para outros municípios assim como a estrada que dará acesso ao porto.
Quem não conhece nem imagina que existe ali a construção de um porto.
Essa ponte que pode ligar São João da Barra à São Francisco pode ou poderá fazer com que tenha a inclusão da população de São Francisco nesse empreendimento, pois a facilidade de locomoção ocorreria com menor custo.
Sobre o hospital, este deveria está pronto a muito tempo. Uma que a popoulação irá aumentar e muito e junto cresce a demanda, e essa demanda sem o hospital vai para o Ferreira Machado em Campos onde a prefeitura de Campos arca com todos os gastos? Acham certo isso? Pelo que sei não só São João da Barra com vários outros municípios utilizam o Ferreira Machado para cuidar de pacientes que eles(os municipios deveriam cuidar). Se alguém souber sobre ajuda financeira de outros municípios me diga, pois realmente não sei.
Que o governo tome atitude de investir na educação e na formação profissioanl da polulação profissionais do município e diminua o desemprego e melhore a economia, que faça o hospital e invista na infra-estrutura do porto, ou o porto será em São João da Barra com mão-de-obra de Campos e municípios adjacentes e a população desempregada aguardando o verão chegar para vender picolé, andar de charrete, abrir os quiosques, cobrar caro nas pousadas. Não estou denegrindo o trabalho de ninguém, todo trabalho é digno. Mais quem sabe o vendedor de picolé está vendendo o picolé porque não viu o caminho para trabalhar devido a falta de incentivo?
Lembrando que já vendi picolé e churrasco heim.
Está aberto o debate professor.
caro roberto moraes exite algum proscesso contra rosinha que pode cassa ela?parece que vai te um bomba essa semana contra rosinha essa semana e verdade?parece que a bomba sobre o homens de preto ?os homens de preto pode cassa rosinha?
Creio que o governo está apenas preocupado nos impostos durante o funcionamento do porto do que a qualificação profissional.
Segundo li em jornais, São João da Barra terá até 2015, cerca de 250.000 moradores.
Considerando que hoje só tem próximo de 30.000, os "estrangeiros", no futuro, é que irão dirigir o município.
Aí sim, talvez saia do "mesmismo" em que sempre viveu, apesar do ufanismo de muitos bairristas.
A mudança política se fará "na marra", deixando o sanjoanense de hoje à margem das decisões.
Será bom? Só o tempo dirá, mas, pior, certamente não ficará.
Possivelmente é viável vislumbrar, no caso de San Juan, inegável vontade política.
O problema é mais crônico no plano da capacidade técnica, ainda provinciana, com quadros que não se encontram suficientemente qualificados, tendo a reboque majoritariamente projetos paisagísticos e afins.
San Juan poderia se preparar melhor para seu segundo êxodo. O primeiro foi ambiental em Atafona e pouco ou nada foi feito... O segundo será político-econômico. Os estrangeiros, como disse o anônimo, de fato irão expurgar as atuais elites pela sua pura e simples falta de preparo...
Este segundo êxodo, como o primeiro, se não poderia ser evitado certamente poderá ser ao menos minimizado.
certamente é um debate, alem de importante, de muitas faces. A face da politica, que precisa "aplicar em doses homeopáticas" seus investimentos (geralmente com cunho eleitoreiro por tras); a face da populaçao, que como bem reparou um comentario acima, será minoria da cidade que ajudou a construir dentro de poucos anos e, consequentemente, terá de se sentir visita na propria casa; existe tbm a face da verdade, em que pesa o fato de que cidades portuárias são vítimas das piroes espécies de marginais, que pulam de porto em porto clandestinamente. Enfim, é preciso agir.
Assim como se fala de SJB ter o $ e Campos "lucrar", aconteceu com Macaé sobre a nossa cidade: onde estão as empresas? Aqui? hehehe a unica loja que descreve-se como "offshore" em letras garrafais no seu letreiro é a Riala (e recentemente fez isso).
Uma rapida olhadela por Macae, mesmo que de dentro de um onibus, esta palavra acho que só nao é usada em Igrejas - isso porque nenhum neopastor pensou antes, eu acho.
O que sei é que ja existe uma mobilizaçao na área de ensino. O poderoso Eike Batista exigiu de Carla Machado uma escola do nível do Pedro II, no Rio de Janeiro, de modo que possa abrigar os filhos dos empresarios e contratados do alto escalao do porto. E ja foi nomeado a uma diretora de escola daqui de Campos (que por incrivel que possa parecer nao é nenhuma instituição grande daqui) para desenvolver tal projeto.
A escola deverá ser bilíngue, diga-se de passagem. Será que vai? E pro povo? Mais um "Brizolão"?
Quem viver, vai ter q ver.
Concordo plenamente, mais um relevante assunto abordado.
De fato as obras do porto já apresentam resultados mais efetivos na economia em Campos que em SJB, visto os empregos, a ligação à qualificação da mão-de-obra, e por cadeia os hotéis e apart-hotéis que são utilizados pelos funcionários.
Mesmo que ocorra medidas que visem o desenvolvimento da sede de SJB, Campos já sofrerá impactos significativos, tanto na questão de aumento populacional, como impactos positivos como aumento do poder aquisitivo, empregos pela oferta de mão-de-obra campista, já que não se trata de um simples porto e por cadeia o fato de ser pólo de comércio e serviços, imagine se não houver essa valorização da sede do município de SJB, até porque a cidade de SJB tende a crescer no sentido Grussaí - Cajueiro, então ou é agora ou ficará difícil.
Prezado Professor Roberto Moraes e amigos comentaristas deste maravilhoso blog,
São João da Barra prepara-se para ser uma cidade aberta e conectada, conforme exemplos da carta social n.º181 de Augusto Franco. Como observou Ohmae, "o principal elemento em qualquer região bem-sucedida é a abertura para o mundo externo, a qual precisa ser vista positivamente como fonte de prosperidade. Noções xenofóbicas precisam ser apagadas, bem como o conceito de nativo versus estrangeiro. Ou seja, nada de proteções aos 'de dentro', barreiras contra os 'de fora', em nenhum setor. Mais do que isso, entretanto, a cidade deve estar tão altamente conectada – e não apenas para atrair cérebros, mão-de-obra qualificada e investimentos 'de fora' – que seja possível aos seus habitantes e organizações se associarem a empreendedores e empreendimentos de outros lugares sem terem que sair do seu próprio lugar e sem, necessariamente, importar pessoas físicas e jurídicas (embora seja sempre desejável receber novas pessoas, novas empresas e novas organizações com antecedentes e habilidades úteis ao desenvolvimento). É claro que essa condição só será alcançada quando a cidade for uma cidade digital, com banda larga universalmente disponível, pois quando se fala da cidade conectada está se falando das possibilidades de conexão de suas pessoas, de suas redes e organizações." Assim tem buscado fazer a nossa competente Prefeita Carla Machado ao incentivar as associações, as cooperativas, a criação de incubadoras de microempresas ao promover a internet livre ao incentivar a criação do fundo de desenvolvimento de São João da Barra com as verbas dos Royalties. Com relação a indagações sobre o uso do Hospital Ferreira Machado pelos sanjoanenses, existe convênio para isso e vou além, nós bancamos a educação, saúde e infra estrutura de uma boa área no extremo sul do município de São João da Barra, que nos pertence por direito, e, que Campos é que recebe o FPM.Injustiça!. Então, se colocarmos no papel um ressarcimento de anos e anos de investimentos públicos numa área que Campos imoralmente detém, a soma seria vultuosa! Quem sabe com esse dinheira conseguíssemos construir nosso hospital modelo? Bom, com relação ao processo de qualificação sanjoanense, só não vê os melhoramentos quem é cego! Várias turmas foram formadas em diversos ramos, vários pólos de qualificação foram instalados em pontos estratégicos do município, bolsas de estudo são fornecidas com critérios de compensação pela responsabilidade de prestação de serviços ao município, e agora assinamos o convênio de compensações ambientais na ordem de 7 milhões! Tá bom ou querem mais??? A Sec. Munic. de Planejamento abriu concursco para Projetos urbanisticos em SJB, mas nunca vi acontecer isso em Campos ou outra cidade do NF. O Plano Diretor está vigorando, o zoneamento ambiental está feito, os Distritos estão reorganizados, a maioria dos conselhos produzindo resultados, missões internacionais visitam o município constantemente a exemplo da China, Itália, Argentina, Corea e por aí vai. Não adianta dizerem por aí que os sanjoanenses vão "perder" espaço para mão-de-obra para outros municípios, mas sim , numa visão holística e moderna da Prefeita Carla Machado, trabalharemos com sinergia e competência, onde todos da região sairão ganhando! Por isso que Carla Machado representa os anseios do Norte Fluminense em diversas organizações que faz parte. Seria por demais injusto e egoísta considerarmos tão somente a área de influência direta do empreendimento... Seria o mesmo que comer o bolo sozinho - dá indigestão!
Abraços
Andre Pinto
Prezado André,
Muitíssimo interessante o discurso "oficial" e creio que parte de suas reivindicações sejam de fato justas.
Tampouco considere as críticas aqui elaboradas como um "ataque" a atual e esforçada prefeita.
O que estamos a pontuar é a necessidade de maior planejamento, da busca pela invenção de outras gramáticas políticas que possibilitem (para além de jargões pós-modernos), de maneira a criar de fato um ambiente motivado por um "círculo virtuoso" de desenvolvimento local.
Nestes termos uma tecnocracia altamente qualificada, vinculada a uma visão progressistam, se faz necessário. Fala um Celso Furtado para esta bela cidade banhada pelo Paraíba!
Abçs
George
O comentário do André ( no caso excelente pessoa de nossa cidade), mas existe um controversia. O plano diretor está só no papel, o hospital é uma calamidade ( no caso prontosocorro, adminstrado pela prefeitura. Sem falar no meio ambiente, onde André é um ferrenho defensor, mas neste blog existe uma matéria sobre o que irar acontecer com nossas restingas. Com relação aos conselhos, estarem funcionado é brincadeira, haja visto, o pronto socorro. Sem falar no conselho de segurança, onde uma delegacia nova foi prometida na 1ª capnha da prefeita, e olha que garotinho estava no cargo nos dois último anos de governo e carla era prefeita, com relação aos outros conselhos, todos que participam, são funcionários da prefeitura, efetivos ou contratados, não precisa falar mais nada.
Um abraço Robert e ao André que excelente pessoa, mas que demonstrar seu afeto pela prefeita.
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