65 anos, professor titular "sênior" do IFF (ex-CEFET-Campos, RJ) e engenheiro. Pesquisador atuante nos temas: Capitalismo de Plataformas; Espaço-Economia e Financeirização no Capitalismo Contemporâneo; Circuito Econômico Petróleo-Porto; Geopolítica da Energia. Membro da Rede Latinoamericana de Investigadores em Espaço-Economia: Geografia Econômica e Economia Política (ReLAEE). Espaço para apresentar e debater questões e opiniões sobre política e economia. Blog criado em 10 agosto de 2004.
quarta-feira, abril 15, 2009
Lula "estadista global"
Quem alertou ao blog foi mais uma vez o professor Renato Barreto. O presidente Luiz Inácio Lula da Silva foi chamado hoje de "estadista global" pelo presidente do Fórum Econômico Mundial da América Latina, Klaus Schwab.
No evento Lula afirmou que o governo fará "qualquer coisa" para evitar que o Brasil volte à estagnação das décadas de 80 e 90, e defendeu a distribuição de renda por meio de programas como o Bolsa Família. Lula disse também que a população não pode "esperar o bolo crescer" para ser incluída no progresso do país.
"Só tem uma possibilidade de acabar com a miséria do mundo: se a distribuição da renda for concomitante com o enriquecimento do país", afirmou o presidente, citando o Bolsa Família, principal programa de distribuição de renda do país. "Desse modelo não abriremos mão."
Lula defendeu ainda que a resposta à crise financeira seja global e que os países evitem cair na armadilha do protecionismo. "O protecionismo é como uma droga, que oferece alívio imediato, mas logo coloca sua vítima numa depressão prolongada.""O Brasil entrou por último na crise e certamente vai sair antes e mais forte. Não desativem seus projetos porque o BNDES (Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social) tem dinheiro para financiar."
Lula concluiu dizendo:"Tenho duas alegrias e um tristeza em minha vida. A tristeza é ter perdido muitas eleições no Brasil. Uma das alegrias é que passei 20 anos carregando uma faixa e gritando 'fora FMI' e agora emprestamos para o FMI (Fundo Monetário Internacional). A outra é que passei metade da minha vida dizendo que era preciso construir uma nova ordem econômica mundial e agora ouvi (no G20) gente que eu nunca nem pensei encontrar falando exatamente isso."
A matéria é da Agência Reuters e pode ser lida aqui.
PS.:Atualizado às 23:24:
Enquanto isso O Globo Online dá assim a notícia da participação de Lula no evento:
“FH rebate declaração de Lula sobre crescimento do Estado”
“RIO - O ex-presidente Fernando Henrique Cardoso (PSDB) rebateu nesta quarta-feira a afirmação do presidente Luiz Inácio Lula da Silva no Fórum Econômico Mundial de que o Estado encolheu no século XX.
FH e Lula não se encontraram no fórum. O presidente saiu antes de Fernando Henrique chegar. Lula afirmou que quer um Estado indutor do crescimento e que seu governo "nunca sucumbiu aos dogmas do Estado mínimo" e nem deixou de "adotar ações vigorosas de cunho social e de fomento à produção". Para Fernando Henrique, o Estado não "tem que ser nem mínimo e nem máximo", mas sim competente em suas obrigações de atender aos interesses da população”.
Assinar:
Postar comentários (Atom)
5 comentários:
Pelo visto o Sr Renato Barreto se especializou em ser o porta voz oficial na blogosfera goytacá das boas novas da era neo-barbudinho-síndico-liberal.
A prontidão com a qual este Sr se prontifica a divulgar qualquer notícia elogiosa referente ao nosso querido presidente Lula só se iguala ao ufanismo míope e deslocado dos que preferem tapar o sol com a peneira intencionalmente ou por desconhecimento de outras trajetórias recentes de países estes sim, que cresceram baseados em políticas macro de verdade.
Para ficar em apenas um caso, eu cito a Coréia do Sul, país destroçado por uma guerra há menos de meio século e que hoje em dia ostenta índices de desenvolvimento econômico e humanos de primeiríssiomo mundo.
A Coréia deu um pé na bunda do FMI, investiu pesado cerca de 10% do seu PIB em educação, outros tantos em infraestrutura - saúde, tranporte, etc...- e se inseriu de verdade no grupo seleto de países que oferecem aos seus cidadãos uma vida digna e decente, distribuindo riqueza para todos, e não esmola assistencialista travestida de palavrório.
Ao contrário, o Brasil continua apresentando níveis africanos de desenvolvimento humano, saúde, educação, distribuição de renda e corrupção, sem que se perceba por parte do governo federal - este e seus antecessores, à bem da verdade -uma política direcionada verdadeiramente para e excelência da educação pública, saúde, transporte, desigualdade social, etc...
Enquanto a política brasileira seguir baseada no atual modelo político-partidário, que há muito tempo se transformou num balcão de negócios, não iremos à parte alguma.
O PT jogou pela janela uma oportunidade histórica de reformar as instituições republicanas e em vez disso, se apequenou nos meandros das ligações perigosas do clientelismo e nisso se igualou aos seus antecessores.
É preciso entender que existem outras vias além deste esquerdismo latino-americano com ranço de caudilhismo, mofado e requentado ou o direitismo parasita, oportunista e acomodado nas tetas do governo federal esta mãe generosa e benevolente com a elite econômica-empresarial.
Abanar o rabinho para o que o presidente do Fórum Econômico Mundial da América Latina (???) diz é típico do nosso complexo de cachorro vira-lata. Mas manipular os fatos que se escancaram nos sinais de trânsito, nos hospitais das baixadas, na fome dos sertões é apenas oportunismo barato.
A conclusão do Lula é interessante, pois mostra exatamente como são os políticos brasileiros: Quando estão na oposição tem uma linha de pensamento , quando assumem o governo mudam suas convicções.
FH disse: Esqueçam tudo que eu disse.Lula :Quando a gente é oposição pode falar toda bravata,mas no governo é diferente...
Sendo assim, políticos brasileiros vão se adequando as necessidades do momento.
Todos iguais, só diferem em status.
Caro anônimo 9:54, o relevante da comparação não está nos discursos e suas posições (oposição/situação), mas sim nas PRÁTICAS, ou seja, nas políticas públicas adotadas e no projeto de nação construído! Perguntinha simples: tirando o momento de euforia pós-real, quais eram os índices de aprovação e desaprovação de FFHH e seu governo???
Caro Raskolnicov , não consigo vr nada que difera do modelo FH , penas um melhoramento, reflexo da economia mundial nos últimos 6 anos , haja vista que bastou uma marola para os indices de popularidade do Lula cair.
O amigo fala da euforia pós-real, mas esquece que FH derrotou Lula 2 vezes em primeiro turno.
O PT soube explorar os escândalos FH , já a oposição ao governo Lula, como sempre foi governo, não tem nem um tino para fazê-lo.
Nos sucessivos escândalos do governo Lula ela assistiu a tudo passivamento, como que feliz com a confirmação da identidade PT-PSDB.
Acalmem-se viuvas de FHC. O neo-liberalismo ainda está aí, mais enfraquecido, é verdade... Afinal, a necessária e oportuna,ou oportunista, intervenção do estado em alguns países, como os Estados Unidos, por mais que contrarie a máxima de que o mercado se auto regula, não significa absolutamente que o sonho neo-liberal acabou. Para socorrer o grande capital, pode....
Postar um comentário