segunda-feira, maio 18, 2009

"A Bacia de Santos vai ser mais importante do que a Bacia de Campos"

Riscos do aumento da concentração econômica em São Paulo A frase foi dita pelo diretor de Exploração e Produção da Petrobrás, Guilherme Estrella, em matéria publicada, no dia 26 de abril, pelo jornal Estado de São Paulo. O potencial extraordinário de reservas - apenas no pré-sal podem superar os 50 bilhões de barris, segundo algumas estimativas - a região tem óleo de boa qualidade, com alto valor de venda no mercado internacional. "O estado de São Paulo está se preparando para esta nova realidade. A região norte do estado deverá ser mais beneficiada com uma série de empreendimentos, como estaleiro, bases de apoio e unidade de tratamento de gás. A perspectiva é que pelo menos um estaleiro e duas bases de apoio para a exploração de petróleo em alto-mar sejam construídos em algum ponto entre o estuário de Santos e Ubatuba". A matéria informa ainda que: “Quatro estradas serão ampliadas para melhorar a infraestrutura rodoviária, já saturada pela demanda turística. Em Caraguatatuba, a Petrobrás conclui as obras da unidade de tratamento de gás que vai receber a produção de Mexilhão, primeiro campo de porte a entrar em produção definitiva na bacia, já em 2010”. “Todos os projetos constam de relatório que será concluído em julho pela Comissão Especial de Petróleo e Gás do governo do Estado de São Paulo (Cespeg). O trabalho tem como objetivo preparar o litoral do Estado para receber petroleiras e prestadoras de serviços para a atividade de exploração e produção na Bacia de Santos, que deve chegar a 2020 com uma produção superior a 2 milhões de barris por dia - volume maior do que o produzido hoje no País”. “Segundo projeção da estatal, o pré-sal de Santos estará produzindo 1,8 milhão de barris por dia em 2020. Além disso, a empresa vem fazendo descobertas importantes em outras regiões da bacia, que se estende por uma área de 350 mil quilômetros quadrados entre Santa Catarina e a Região dos Lagos, no Rio de Janeiro”. “A atividade exploratória em Santos atrai também diversas empresas privadas, como as novatas Vale e OGX, além de multinacionais de grande porte. "Em Campos, a Petrobrás levou 24 anos para chegar a 1 milhão de barris por dia. Em Santos, isso vai acontecer em 12 anos", diz o secretário executivo do Cespeg, José Roberto dos Santos”. Analisando as informações acima algumas questões surgem para reflexão. Não se pode deixar de considerar a enorme vantagem que o estado de São Paulo levará para se credenciar a um aumento do fornecimento de materiais e serviços para a cadeia produtiva ligado à extração de petróleo e gás, agora, tanto pela proximidade com a Bacia de Santos quanto, pela sua alta capacidade já instalada, diferentemente do que ocorreu quando da instalação da base de operações da Bacia de Campos em Macaé. O fato tenderá a aumentar a concentração econômica já existente em São Paulo, em relação aos demais estados da federação. Outro ponto que merece análise é aquela que alguns estudiosos chamam da “Maldição Mineral” ligada a esta cadeia produtiva do petróleo e gás. A referida maldição parte da hipótese de ser esta atividade predadora, das demais atividades produtivas, pela sua gigantesca capacidade de movimentar extraordinárias quantias de dinheiro, produzindo com o decorrer do tempo, o aniquilamento ou pelo menos, a redução da capacidade de outras atividades econômicas, hoje bem sedimentada no estado de São Paulo. Em termos estratégicos para o país, a concentração econômica exagerada de São Paulo que guarda relação com a concentração política, terá que ser pensada e considerada em relação ao restante do país, com relação ao risco do setor petróleo passar a ser demasiadamente forte em relação aos demais e, com a Bacia de Santos, ainda mais concentrador de riquezas já instaladas naquela região do país. A questão tem que obrigatoriamente ser objeto do desenvolvimento de programas e projetos que reduzam estas possibilidades.

2 comentários:

Anônimo disse...

O problema será quando ele começarem a ver que a bacia de Santos só levará o nome e o recurso será destinado ao rio pela linha. Irá então ser criada a manifestação da bancada de São Paulo pela distribuição para todo o País, tem muito problema a vir ainda.

Anônimo disse...

Roberto,

Quero fazer um comentário sobre outro assunto. Gostaria da sua colaboração para exigir a divulgação de uma lei pouco conhecida pela população. A lei 3364/00, que dá direito aos menores de 21 anos de pagarem meia entrada em todo estado do RJ, apenas provando a idade, ou seja mediante apresentação da carteira de identidade. Gostaria que o PROCON afixasse cartazes alertando para esse direito nos cinemas, teatros, shows ou qualquer outro espetáculo cultural. Neste fim de semana, no cinema do shopping, quiseram cobrar a entrada inteira da minha filha de 14 anos por não estar com carteira de estudante. É um absurdo, temos que propagar as leis que nos beneficiam. Nos bares não existem cartazes informando que é proibido venda de álcool a menores? Vamos fazer valer nossos direitos!