65 anos, professor titular "sênior" do IFF (ex-CEFET-Campos, RJ) e engenheiro. Pesquisador atuante nos temas: Capitalismo de Plataformas; Espaço-Economia e Financeirização no Capitalismo Contemporâneo; Circuito Econômico Petróleo-Porto; Geopolítica da Energia. Membro da Rede Latinoamericana de Investigadores em Espaço-Economia: Geografia Econômica e Economia Política (ReLAEE). Espaço para apresentar e debater questões e opiniões sobre política e economia. Blog criado em 10 agosto de 2004.
segunda-feira, maio 18, 2009
Controle social dos governos, uma realidade
Retomando o assunto da última postagem, clique aqui para ver, falaremos de controle social.
Controle social é, segundo definição sítio do Programa Bolsa Família: “participação da sociedade civil nos processos de planejamento, acompanhamento, monitoramento e avaliação das ações da gestão pública e na execução das políticas e programas públicos. Trata-se de uma ação conjunta entre Estado e sociedade em que o eixo central é o compartilhamento de responsabilidades com vistas a aumentar o nível da eficácia e efetividade das políticas e programas públicos.”
A própria lei que estatui o Bolsa Família prevê a necessária participação popular na execução e acompanhamento do programa. A participação, no entanto, caso não ocorra de maneira articulada, torna-se apenas quimera legislativa.
A criação de grupos de controle social nos municípios visando uma formação heterogênea, unificando diversos segmentos políticos, religiosos e sociais torna mais efetivo o controle proposto, podendo ainda desenvolver ações positivas em conjunto com o governo ou independente dele.
As possibilidades são infindáveis a começar por resgatar a consciência de sermos seres políticos e sociais, promovendo o conhecimento sobre a própria cidade, debatendo e propondo melhorias, realizando parcerias e desenvolvendo ações afirmativas para a melhoria da qualidade de vida da população. Resgatada a consciência do “ser-com”, transformador e pensador perene de seu espaço, temos acabado o objeto do voto consciente, ainda desarticulado de sua efetividade, porquanto desarticulada e esquecida a consciência de quem o exerce. Surgem, portanto, as duas frentes do efetivo exercício democrático: voto e participação cidadã, embora apenas uma seja devidamente evidenciada.
O surgimento de grupos de controle social é um fenômeno mundial, ocasionado pelo descompasso crescente entre Estado e sociedade. Campos, a despeito de sua importância histórica e econômica e de sobejos motivos que a tornam figura recorrente no noticiário nacional, ainda caminha na contramão dessa realidade. Outras cidades da região como Búzios, Quissamã, Casimiro de Abreu e Petrópolis possuem comitês de controle municipal.
O projeto de extensão coordenado pelo Prof. Hamilton Garcia, da UENF, buscará trazer à luz essa discussão.
Na próxima postagem conheceremos o exemplo de Ribeirão Bonito, cidade do interior de SP que por meio de sua Associação de Amigos, a AMARRIBO, que, de posse de fartas provas de corrupção na cidade, forçou a renúncia de prefeito e vereadores, e causou uma pequena revolução que se alastra por diversos municípios brasileiros.
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Um comentário:
Bruno Lindolfo,
Essa abordagem que vc vem fazendo é muito interessante e importante para que as pessoas reflitam sobre suas ações e participação na gestão local.
Além disso, o mais importante, que os gestores compreendam isso como um trabalho necessário para o futuro da sociedade.
Angeline
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