65 anos, professor titular "sênior" do IFF (ex-CEFET-Campos, RJ) e engenheiro. Pesquisador atuante nos temas: Capitalismo de Plataformas; Espaço-Economia e Financeirização no Capitalismo Contemporâneo; Circuito Econômico Petróleo-Porto; Geopolítica da Energia. Membro da Rede Latinoamericana de Investigadores em Espaço-Economia: Geografia Econômica e Economia Política (ReLAEE). Espaço para apresentar e debater questões e opiniões sobre política e economia. Blog criado em 10 agosto de 2004.
quinta-feira, maio 28, 2009
Pescadores reclamam da intervenção do grupo EBX/MMX/LLX
A reclamação com uma riqueza de detalhes e de observações que podem ser checadas, foram repassados por e-mail a este blog pelo professor Hevilmar Carneiro Rangel, e está transcrita na íntegra abaixo:
“Caro Roberto,Atendendo pedido de vários amigos, que são pescadores de Gargaú e tiram seu sustento do mar, escrevo-lhe para, se possível, possa dar publicidade através da Rede Blog, a uma calamidade que está ocorrendo em nossa região, que atinge diretamente não somente a estes trabalhadores, assim como aos demais pescadores que atuam na regiãomarinha da costa dos municípios de Campos dos Goytacazes, São Francisco de Itabapoana e São João da Barra.
Como sabemos, a empresa MMX colocou em andamento um dos seus projetos mais ambiciosos, o Porto do Açu, que está sendo muito festejado por autoridades, imprensa e membros da comunidade. Nada tenho contra o progresso, e aos benefícios que este projeto possa estar trazendo para os municípios da região.
A reclamação é dos pescadores, a qual ninguém parece querer escutar. Afirmam que o material da dragagem que está sendo feita para aprofundar o leito do mar, aumentando a altura da lâmina d’água na área do porto, está sendo despejado em locais marcados em seus GPS’s, como corais onde efetuavam as pescarias de peruás, pargos, etc. Além do aterro que está sendo efetuado em uma longa extensão de corais, a “carga” lançada no mar pelo navio-draga, afugenta os peixes.
Segundo os pescadores, as sondas de seus barcos que localizavam os cardumes de peixe, hoje somente localizam “poeira” em suspensão na água. Trata-se de uma tragédia dupla: a ambiental, pois grande parte dos corais estão sendo soterrados em quilômetros de extensão, matando a vida marinha da nossa costa; e a humana, pois ao acabar com “pontos” de pesca de milhares de pescadores dos municípios citados, estão tirando o sustento destes trabalhadores, que já passam por necessidades.
A MMX ou LLX, tem feito palestras para os pescadores, na sua propaganda dos benefícios que está trazendo para a região. Dizem das compensações ambientais que estão fazendo, como doação de veículos, computadores e outros benefícios, para prefeitura(s). Dizem ainda, que não podem ajudar diretamente aos pescadores, pois somente fazem convênios com as prefeituras. Falta dizer como matar a fome e garantiro sustento desta gente e de suas famílias, pois se estão mandando recursos para prefeitura(s), estes nem de perto passam dos pescadores.
O pior é que estas tragédias poderiam ter sido evitadas, se antes a empresa tivesse feito contato com os pescadores e identificado os “pontos” pesqueiros (todos marcados em GPS’s), efetuando o despejo do aterro em locais mais distantes, onde os pescadores não atuam. Coisa de mais 20 km de mar, o que para a MMX, não representaria nada.
Quem quiser conferir esta história, basta ir a Gargaú e conversar com os pescadores. Para não relacionar uma lista imensa, podem procurar Carlinhos de Belinha, Gilmar, Gilberto, Lelé, Lauro, Venildo, Humberto, Cid; e quaisquer outros da localidade.
Grato pela atenção,
Hevilmar Carneiro Rangel”.
Assinar:
Postar comentários (Atom)
Nenhum comentário:
Postar um comentário