65 anos, professor titular "sênior" do IFF (ex-CEFET-Campos, RJ) e engenheiro. Pesquisador atuante nos temas: Capitalismo de Plataformas; Espaço-Economia e Financeirização no Capitalismo Contemporâneo; Circuito Econômico Petróleo-Porto; Geopolítica da Energia. Membro da Rede Latinoamericana de Investigadores em Espaço-Economia: Geografia Econômica e Economia Política (ReLAEE). Espaço para apresentar e debater questões e opiniões sobre política e economia. Blog criado em 10 agosto de 2004.
segunda-feira, junho 15, 2009
Como as pessoas aprendem?
Esse e muitos outros temas interessantes foram objetos de mais uma sensacional entrevista com o neurocientista, Miguel Nicolelis no programa Canal Livre da Rede Bandeirantes. Uma excelente e esclarecedora entrevista que mostrou para onde apontam as pesquisas sobre o cérebro humano e seus intricados problemas e potencialidades.
Nicolelis tem 48 anos é paulista e se formou na USP. Hoje é um dos mais respeitados especialistas nas pesquisas sobre os estudos da neurociência, entre estes, um em estágio bastante avançado, sobre o tratamento do Mal de Parkinson utilizando próteses neurais para a reabilitação de pacientes desta terrível doença.
Miguel é também o idealizador do Instituto Internacional de Neurociências de Natal que funciona na cidade de Macaíba, na região metropolitana de Natal, onde ele desenvolve um programa com crianças da rede pública de ensino no “campus do cérebro”.
Nicolelis disse sobre o assunto: “Quero demonstrar com esse experimento do empreendedorismo científico que o Nordeste brasileiro é o futuro do Brasil em termos de desenvolvimento econômico de alto valor agregado e em termos de recursos humanos e desenvolvimento, capacitação de recursos humanos”.
Nesta mesma entrevista, de onde o blog retirou o comentário acima, o neurocinetista disse ainda: “Eu acredito que não sou paulista, sou brasileiro. O Brasil só irá realmente se estabelecer como federação, país, que tem uma agenda nacional, se em todas as atividades fundamentais para o desenvolvimento do país nós tivermos a homogeneização da excelência. E a ciência é um caso grave no Brasil dada a altíssima concentração de recursos humanos e investimentos que ocorrem no Sudeste brasileiro. 70% da produção científica brasileira vem do Estado de São Paulo. Para um país com as dimensões do Brasil isso é um grande problema. Não interessa que a ciência e São Paulo seja muito boa. O que acontece é que o resto do Brasil não tem oportunidade de participar. Os talentos brasileiros não têm os caminhos e as oportunidades de participarem tanto na produção quanto no consumo dos bens gerados pela produção científica. Quando nós criamos esse projeto há quatro anos a filosofia central era incentivar a descentralização da produção científica por todo o território nacional. E Natal é muito emblemático para nós. Muita gente duvidava, achava que não tinha chance de nada ser feito, tinham pessoas que achavam que era loucura. Mas estamos mostrando que é possível sim criar núcleo de excelência, de ciência de ponta, vinculada a uma missão social, construir prédio, construir laboratórios, clínicas para mulher e trazer para cá não só recursos humanos, mas financeiros privados de uma maneira que o Rio Grande do Norte e o Brasil jamais viram. Uma das nossas doações, que é da senhora Lily Safra, é a maior doação privada de uma pessoa para a ciência no Brasil na história do país”.
Mais detalhes sobre o Instituto Internacional de Neurociências de Natal clique aqui. "O trabalho do brasileiro é reconhecido pela comunidade científica. Em 2004, Nicolelis foi apontado como um dos 50 líderes em tecnologia pela revista "Scientific American".
O blog vai tentar descobrir um link com o vídeo da entrevista para postar aqui e assim disponibilizar para aqueles, que neste gelado fim de domingo, depois de um feriadão e antes do início de mais uma semana de trabalho, foram mais responsáveis no descanso pré-trabalho.
PS.: Atualizado às 06:44 de 16 de junho: Veja aqui os vídeos da entrevista completa no Canal Livre dividido em quatro partes.
PS.2: Aqui você pode ver uma entrevista com o mesmo professor publicada no dia 8 de junho na Folha de São Paulo que foi enviada ao blog pelo Marcos Almeida que é mestrando em neuroaprendizagem.
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Um comentário:
Pena que programas desta qualidade são exibidos tarde da noite...este vem a ser o grande (de)serviço prestado pela mídia. Adilson (o Pessanha).
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