65 anos, professor titular "sênior" do IFF (ex-CEFET-Campos, RJ) e engenheiro. Pesquisador atuante nos temas: Capitalismo de Plataformas; Espaço-Economia e Financeirização no Capitalismo Contemporâneo; Circuito Econômico Petróleo-Porto; Geopolítica da Energia. Membro da Rede Latinoamericana de Investigadores em Espaço-Economia: Geografia Econômica e Economia Política (ReLAEE). Espaço para apresentar e debater questões e opiniões sobre política e economia. Blog criado em 10 agosto de 2004.
segunda-feira, junho 08, 2009
Royalties do pré-sal
Há muita desconfiança com relação às possibilidades de mudança nas regras de rateio da receita dos royalties do petróleo no país, especialmente em nossa região, onde a incidência do mau uso destes recursos se tornou mais conhecido em âmbito nacional.
O comitê interministerial que discute o novo marco regulatório assim como a legislação que deve ser adotada, como modelo de exploração, na camada do pré-sal no litoral brasileiro já estabeleceu que se deve maximizar os ganhos da União, tanto pelo baixos riscos exploratórios, por conta das reservas já abundantes, quanto, pela comparação de que no exterior, a carga tributária para esta exploração chega a 78%, nos países escandinavos, enquanto que, no Brasil com a legislação atual, os royalties somados às participações especiais (PE), imposto de renda e CSLL ficam em 54,8%.
Porém, nada ainda foi informado sobre possíveis cortes nos valores a serem repassados a estados e municípios, em relação ao que hoje é pago na exploração realizada no litoral brasileiro. É compreensível que a União fique com uma parcela maior das receitas do petróleo do pré-sal para dar conta das enormes demandas da população brasileira.
A possibilidade se aumentar a carga tributária, na exploração da camada de pré-sal, cria condições para esta região produtora, manter as receitas do petróleo extraído dos atuais campos, mas, isso só será possível com uma inversão completa das prioridades de uso destes recursos por parte dos nossos municípios produtores.
Nesta linha o blog volta a defender a implantação estratégica de um programa de políticas públicas regional com os recursos dos royalties e PE, que agregue a participação do governo estadual, de forma a contemplar os municípios não produtores da região com projetos e ações regionais e integradoras, por exemplo, nas áreas de saúde, educação, desenvolvimento social.
O fato levaria a uma defesa de que os royalties estariam corrigindo distorções regionais. Fora daí, podem começar a contabilizar as quedas de arrecadação com esta receita. Porque, de verdade, os royalties não têm chegado à população que vive problemas cotidianos e básicos, semelhantes aos vividos há 20 anos. Temos muito pouco, ou quase nada, para mostrar de boa utilização destes recursos. Enfim, apenas mais uma pitada sobre o pré-sal!
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5 comentários:
Professor, pra mim, fato é que royalties a nossos políticos é como dar nota de 100 reais pra uma criança de 1 ano:
Ela vai riscar, rasgar, comer, esconder, sujar, sumir com ele, mas nao vai saber utilizar.
Em 1998 tinhamos um orçamento inferior a 150milhões/ano. Hoje, recebe-se isso NO MES. E a cidade parece que vive de esmola. Ha 11 anos recebemos milhões e tudo que vimos foram CPIs, casarões, manchetes do Jornal Nacional e escandalos diversos (com o que se descobriu. imagine com o que nao foi tornado publico).
Pasmei-me com a comemoração de Manaus, a capital do AMAZONAS, que comemorou o fato de ser sede da Copa do Mundo, o que fará com que EM CINCO ANOS RECEBA CERCA DE MEIO BILHAO DE REAIS DE INVESTIMENTOS.
!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!
Os caras comemoram meio bilhao em 5 anos e a gente recebe O DOBRO todo ano e nao tem nem o Godofredo Cruz em condições de receber jogos do Americano decentemente. Eles terão JOGOS DE COPA DO MUNDO NUM ESTADIO MODERNÍSSIMO, metrôs, estradas, empregos por metade do nosso orçamento/ano.
De que adianta receber se nao sabe usar? É desanimador
A camada de pré-sal não fica na Bacia de Santos??? porque nos preocuparmos com algo que não nos diz respeito???
A camada de pré-sal em nosso litoral vai de Santa Catarina ao Espírito Santo.
Em nosso caso é uma bacia abaixo da Bacia de Campos, assim como na Bacia de Santos.
Sds.
Em baixo da bacia de Campos, tem
outra bacia de Campos (pré sal).
ou seja, royalties em dobro, para
ser roubado em dobro
Trabalho há 25 anos na Bacia de Campos e, consequentemente, acabo tendo contato com pessoas de várias partes do país. Paulistas, cariocas, sergipanos, gaúchos etc. Bom, a verdade é que a imagem que a maioria dessas pessoas tem da cidade de Campos não é nada boa. Já tive que ouvir e me calar diante de comentários sobre a sujeira da cidade, as manobras políticas de baixo nível e, claro, o mau uso dos royalties.
Discordando do que disse acima o JD, os políticos sabem muito bem o que fazer sim, com tanto dinheiro. Mas não em benefício da população e sim em benefício próprio, entre outras coisas para prover recursos para futuras campanhas eleitorais.
É uma vergonha que uma cidade como a nossa somente apareça no notíciário nacional em manchetes envolvendo falcatruas eleitorais, prisões de mafiosos infiltrados na prefeitura, enchentes etc. Nossa cidade não tem nada a oferecer ao Brasil além de más notícias?
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