65 anos, professor titular "sênior" do IFF (ex-CEFET-Campos, RJ) e engenheiro. Pesquisador atuante nos temas: Capitalismo de Plataformas; Espaço-Economia e Financeirização no Capitalismo Contemporâneo; Circuito Econômico Petróleo-Porto; Geopolítica da Energia. Membro da Rede Latinoamericana de Investigadores em Espaço-Economia: Geografia Econômica e Economia Política (ReLAEE). Espaço para apresentar e debater questões e opiniões sobre política e economia. Blog criado em 10 agosto de 2004.
sexta-feira, julho 24, 2009
As mãos que obram na cana
As informações disponibilizadas ontem, pelo Ministério Público do Trabalho em Campos, só confirmam a desconfiança de que os problemas na contratação de mão-de-obra e as condições de trabalho continuam terríveis em toda a nossa região.
Depois ainda tem gente que não sabe porque tão poucos se dispõem a executar este tipo de trabalho. Além das condições precárias em muitas das contratações, as péssimas condições e a violenta carga de trabalho, afastam até mesmo, aqueles que estão desempregados. Muitos dizem: "tudo menos o corte de cana". Em notas postadas, em maio de 2006, este blog já descrevia o problema:
“O número de trabalhadores que atua no corte de cana na região é de aproximadamente 15 mil trabalhadores. Estima-se que a energia despendida para o corte de seis toneladas de cana diária atinja o patamar de 3.600 calorias. Por este dado se vê a importância que tem a alimentação e a saúde do trabalhador para que este trabalhador possa alcançar patamares maiores de produção. Para o patrão é melhor e mais barato pagar por uma produção diária de corte de oito toneladas a um trabalhador do que a dois que corte apenas quatro toneladas”.
“O esforço feito por estes campeões de corte têm gerado problemas ainda não identificados. Na safra passada, no interior de São Paulo, pelo menos doze trabalhadores foram a óbito por problemas ainda não diagnosticados. A única coisa que se sabe é que eles eram os campeões de corte. Análises feitas no sangue de alguns deles estão identificando algumas anormalidades que especialistas imaginam se tratar de substâncias químicas geradas pela queima dos canaviais”.
Em julho de 2006 em outra nota o blog registrou aqui a presença de trabalhadores de fora atuando na região.
É certo que as péssimas condições de trabalho não estejam ocorrendo em todas as propriedades, mas as informações repassadas pelos procuradores indicam uma grave incidência. Eles chegam a falar nas mais graves do país. Por tudo isso, seria bom separar o joio do trigo. Isto só ocorrerá se o trigo se mostrar, caso contrário o joio valerá para a realidade da cultura da cana-de-açúcar da região. Assim fica difícil propagandear o etanol mundo afora.
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Um comentário:
É interessante o silêncio sepulcral
dos comentaristas deste blog. Álguém sabe os nomes dos proprietários destas fabriquetas de açúcar ? Com certeza os medíocres colunistas sociais dos jornalecos campistas sabem. Mas preferem apenas comentar a suas "peripécias sociais" e suas viagens explendorosas.Devemos dar nomes aos bois em qualquer situação, doa a quem doer. Vamos lá comentaristas, digam, se souberem, os nomes dos coronéis exploradores da vida humana. E em caso positivo, publique Sr. Roberto.
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