65 anos, professor titular "sênior" do IFF (ex-CEFET-Campos, RJ) e engenheiro. Pesquisador atuante nos temas: Capitalismo de Plataformas; Espaço-Economia e Financeirização no Capitalismo Contemporâneo; Circuito Econômico Petróleo-Porto; Geopolítica da Energia. Membro da Rede Latinoamericana de Investigadores em Espaço-Economia: Geografia Econômica e Economia Política (ReLAEE). Espaço para apresentar e debater questões e opiniões sobre política e economia. Blog criado em 10 agosto de 2004.
segunda-feira, setembro 07, 2009
O uso dos royalties: o aumento da permissividade e seus limites
O debate sobre a utilização dos royalties cresce, mas ainda há muitas dúvidas. A lei antes definia a utilização restrita a saneamento e infraestrutura. Depois, este entendimento foi ampliado por jurisprudência dos Tribunais de Controle. Assim, as restrições ficaram apenas para o pagamento de pessoal e dívidas.
Mais adiante, este entendimento foi ainda mais esticado. As dívidas, desde que fosse com a União poderiam ser quitadas com uso dos royalties. (Com isso o governo estadual durante o governo Garotinho ficou autorizado a renegociar uma grande dívida com a União).
O pagamento de pessoal, desde que não fosse direto e sim com terceirizados poderia ser realizado. Os desdobramentos disso são conhecidos em Campos, onde um TAC (Termo de Ajustamento de Conduta) e uma nova licitação está a caminho para pagar pessoal indiretamente. Ainda sobre pessoal, o TCE-RJ passou a autorizar o pagamento de cargos comissionados (DAS) com recursos dos royalties por interpretarem que estes seriam temporários e não permanentes.
Pois bem, assim, hoje, quase tudo é possível pagar com recursos dos royalties, a não ser o que não se quer, e aí, se usa a lei como argumento.
O blog reconhece que a discussão é mais ampla. Se o município constrói escolas, creches e amplia o atendimento nos postos de saúde, é natural que eu tenha que ter pessoal para realizar este atendimento. Desta forma, a terceirização vira regra ou impedimento de funcionamento, forçando novos TACs e abrindo espaço para o fisiologismo eleitoral.
Agora, com o marco regulatório do pré-sal, a discussão sobre o que fazer com os extraordinários recursos dos royalties, vem à tona a demanda da área de saúde. Aparentemente nada mais justo, que se usem estes recursos para aplacar esta demanda social. Porém, nesta área, mais que outras (inclusive educação) se sabe que mais difícil do que construir ou equipar hospitais e postos de saúde é mantê-lo funcionando.
Nesta área, o custeio é tão ou mais alto que os investimentos, e aí o problema, se coloca claramente: como manter este quadro, se no futuro, em qualquer cenário, esta receita, não mais existirá?
Observando a execução orçamentária do município de Campos temos uma breve demonstração do que o blog está querendo mostrar: em 2000 o orçamento da área de Saúde foi de R$ 17 milhões (11,8% do orçamento total); neste ano de 2009, as despesas na área de Saúde foi projetada em R$ 355 milhões (23% do orçamento total).
Daí a pergunta surge naturalmente: será que a melhoria no atendimento seguiu na mesma proporção deste aumento? Alguém em sã consciência pode imaginar que isto poderá se sustentar no futuro?
Neste momento de reflexão e debates bate sobre as receitas dos royalties e das participações especiais, bom que a sociedade aprofunde o conhecimento sobre o uso destes recursos. Assim, o blog dá a sua colaboração.
Assinar:
Postar comentários (Atom)
13 comentários:
Muito interessante, Roberto, essas considerações. Tudo deve ser bem claro mesmo. Espero que a Prefeitura de Campos não faça nada que esteja fora da lei, e que tudo seja para o Povo.
*"Lei definia... e foi ampliado..."
*"Mais adiante foi esticado" (e aproveitado pelo Governo da época)
*"Pagamento de pessoal só com terceirizados" ( quer dizer sem terceirizados neca de pessoal para trabaLhar nas devidas empresas ( necessárias ou não?)
* TACs e DASs são invenção só da Prefeitura de Campos? "Coisa" inventada por Garotinhos?
* Se não tivessem os royalties não teriam mais escolas, creches e postos de saúdes? Se os royalties não fossem usados para isso, deveriam ser usados para quê?
Todos nós estamos carecas de saber que os "governos do mundo" não querem relação direta com funcionários. Não querem empregados, querem trabalhadores. Não querem esta "despesa" que cresce...
* Se isto é fisiologismo, quem inventou isso? Os garotinhos? Que poder, hein?
* Se a Prefeitura usa do Pré sal para Saúde e Educação, éjusto ou não? Agora, se o Governo gasta o dinheiro comprando submarinos Franceses ( já pensando numa "guerra pós pré sal"... realmente acho que vai ser difícil as prefeituras do Brasil, equipar qualquer coisa para o povo, e muito menos manter funcionando. Achei o Lula muito "inseguro" quando falou "superficialmente" sobre a compra destes "helicópteros e submarinos..."
Pelo que estamos vendo não só esta "receita no futuro não mais existirá", como não existirá nada em relação "a povo", se tudo for neste "guerrismo BRASILEIRO". Se um governo "toma birra" com alguns personagens são bem capazes, sim, de deixar os determinados municípios destes personagens a "ver navios". "Briga o mar com as pedras caramujo leva fumo."
Duas perguntas pertinentes do blogueiro:
1-"Será que a melhoria no atendimento seguiu na mesma proporção deste aumento?"
"Alguém em sã consciência pode imaginar que isto poderá se sustentar no futuro?"
Resposta de uma zementinha:
Roberto, desde quando iniciou este governo as perguntas são tantas...
E as respostas? Onde estão?
Perguntas como "Será que..." São perguntas de pessoas pessimistas. E um governo promissor não pode ser pessimista tem que ser otimista...acreditar, correr atrás e ver acontecer. Sem contar que se temos um Deus em quem acreditamos, tudo é possível ao que crê.
Olha, se não fosse meu marido ir a favor de mim quando deixei um empreendimento e me lance em algo partindo do nada, hoje não veria que estou vendo acontecer aqui na região.
Um município precisa de Governantes que CRÊEM.
Que tipo de sociedade vai debater esse assunto? Os técnicos e intelectuais? Ou o povo que anseia ser tratado como gente que merece ser o anseio dos sonhos do seus governantes?
olha a palavrinha:
dalid
Eu poeria dizer sem nenhuma sombra de dúvidas:
Dá- lhe DEUS!
Boa noite professor, mais uma vez venho por meio deste respeitado blog informar mais uma ação da Associação, gostariamos que o senhor postasse no seu blog mais esta informação um forte abraço de toda a Diretoria.
Lançamento do Projeto Internet Gratis para Todos
Será lançado no dia 10/09/2009 Projeto de inclusão digital "internet Gratis Para todos" no nosso Bairro.
É um projeto de internet banda larga grátis para a comunidade e além disso serão disponibilizados cursos profissionalizantes permitindo a capacitação das pessoas que participarem do projeto.
È de estrema importância que todos os moradores participa deste evento.
Quando? 10/09/2009
Onde? Club de Regata Flamengo (Flamenguinho da Lapa)
Rua Miguel Heredia nº32
Horario? 19:00Hs
Roberto, don Roberto,
sei que estás em conflito pela questão da censura, e por isso, penso eu, só por isso, permites esse lixo neocon evangélico miliciano em seu blog...
veja que não há base para qualquer debate, apenas demarcação de campo, com um autoritarismo implícito: se a "intolerância insistente religiosa" é refutada, escondem-se na "liberdade de expressão e de culto"...
se os temas são polemizados, escudam-se na "vontade de deus"...
como cientista que és, bem sabes que fé, confiança, mal, bem, etc, etc, não encaixam em polêmicas como as que tentamos sustentar por aqui...
extirpar esse tipo de escória não é censura...é exercício do controle em nome das regras democráticas que essa corja não respeita e nunca respeitará...
longe de mim querer interferir na condução de seu vitorioso blog, que inclusive foi inspiração para o meu, embora os estilos sejam tão distintos, mas só repito essas críticas por temer que suas intenções(as quais conheço em parte)sejam maculadas pela permanência desses boçais em nosso convívio, o que pode afastar mais gente...
um abraço....
O comentário de "zebulom", vulgo "jumentinha" é repudiado por mim.
Colaga Xacal:
Faço aliança contigo com relação a necessidade por parte do blogueiro Roberto Moraes da necessidade de evitar-se a publicação de "exageiros desprovidos de conteúdo " como são os comentários colocados pelo entitulado "zebulom".
Se não me engano, o mesmo já foi banido do blog outrora quando usava uma outra "identidade", pela falta de discernimento ao comentar os assuntos do prestigiado blog.
Roberto, você não precisa desta escória e portanto, acho bom repensar com relação a excluir "coisas" do tipo.
olha a palavrinha:
"Zebulom" = alguém despirocado de idéias e opinião.
Xacal, um pseudo intelectual, usa de palavras asperas para repudiar o comentario da Zebulom, rotulando de "lixo", a opiniao alheia.
Mesmo sendo religiosa e postando comentarios que na maioria das vezes beiram o non sense, nao e de bom tom que classificamos uma opiniao alheia e sem maldade dessa forma, como nao devemos nos referir a pessoas de bem como "escoria", "corja" e "boçais" foje a etica.
Portanto, assim como esse blog e democratico ao permitir que leiamos opinioes viajantes como a de Zebulom, ele tambem nos da o direito (e o desprazer) de ler as coisas putrefatas que voce vomita.
Como dizia a sabia vovozinha, respeito e bom e todos gostamos.
Querido comentarista anônimo,
não entrarei em polêmica, por um simples motivo:
discutir com a "jumentinha" já inútil, imagine com um "preposto"...
democracia não é permissão para todo e qualquer lixo, ou você concorda que publiquemos aqui frases racistas e neonazistas em nome da liberdade de expressão...???
quanto as minhas opiniões, o seu "elogio" é a certeza de que estou no caminho certo, ficaria preocupado se você tivesse me elogiado...aí sim, seria uma verdadeira ofensa...
Eis a questão:
O que esperar de alguém que se auto-entitula de "jumentinha"?
Roberto, não tenho palavras para definir tudo isso que estamos vivendo.
Rosãngela
O significado do nome Zebulom é incerto. Parecer ser um jogo com "זֵ֣בֶד zḗḇeḏ" nas palavras de Lia no GÊNESES, "'Deus me concedeu (זְבָדַ֨נִי zəḇāḏáni) excelente dote (זֵ֣בֶד zḗḇeḏ); desta vez permanecerá comigo meu marido (יִזְבְּלֵ֣נִי yizbəlḗni), porque lhe dei seis filhos;' e lhe chamou Zebulom".O nome aparece na forma זְבֻלוּן dezoito vezes, זְבוּלֻן vinte e seis vezes e זְבוּלוּן uma vez.( SEPTUAGINTA)Na literatura pós bíblica o nome aparece como Zabulom (JOSEPHUS, AITIQUETIES) e Zaboules. (VULGATA) Zabulom, a leitura do NOVO TESTAMENTO, é aquela da Septuaginta, originada da forma gragaΖαβουλών.Nada é conhecido, em particular, a respeito de Zebulom, exceto que Serede, Elom e Jaleel foram seus filhos e chefes de três famílias tribais.
ZEBULOM,JUMENTINHA,ZEMENTINHA OU ROSÂNGELA?....ATÉ AGORA......VAI VENDO.
EZ.
Amigo Roberto Moraes:
Prove que seu blog é respeitado e fidedigno e pare de uma vez a permitir comentários dessa tal de "jumentinha" ou "zebulom".
Os mesmos definem a imaturidade por sí só e são dispensáveis a qualquer leitor de seu blog.
Pense nisso, pense grande e liberte-se da tentativa de agradar a todos, ok.
Seja mais profisional, com todo o respeito e seriedade aos quais sei que são suas marcas maiores.
Abraços.
Despesa absurda é essa despesa com a contratacao de terceirizados.Não
há necessidade.Basta dar uma passada na maioria das repartiçoes e constatar que grande parte ali não faz falta.É só moeda de troca para se perpetuar no poder com os seus desmandos.Os efeitos desta política são sempre os piores,pois se cobrir tudo com os royalties e não fizer nada para tornar esta cidade menos dependente,vamos chegar a uma situação que nao conseguiremos dar conta dos onus advindo desta politica de empreguismo.
Despesa absurda é essa despesa com a contratacao de terceirizados.Não
há necessidade.Basta dar uma passada na maioria das repartiçoes e constatar que grande parte ali não faz falta.É só moeda de troca para se perpetuar no poder com os seus desmandos.Os efeitos desta política são sempre os piores,pois se cobrir tudo com os royalties e não fizer nada para tornar esta cidade menos dependente,vamos chegar a uma situação que nao conseguiremos dar conta dos onus advindo desta politica de empreguismo.
Postar um comentário