65 anos, professor titular "sênior" do IFF (ex-CEFET-Campos, RJ) e engenheiro. Pesquisador atuante nos temas: Capitalismo de Plataformas; Espaço-Economia e Financeirização no Capitalismo Contemporâneo; Circuito Econômico Petróleo-Porto; Geopolítica da Energia. Membro da Rede Latinoamericana de Investigadores em Espaço-Economia: Geografia Econômica e Economia Política (ReLAEE). Espaço para apresentar e debater questões e opiniões sobre política e economia. Blog criado em 10 agosto de 2004.
terça-feira, setembro 22, 2009
"Última chance!"
Assim começa o folder que recebi ontem pelos Correios. É a segunda correspondência que recebo do mesmo remetente e com o mesmo teor.
O prospecto faz propaganda para o destinatário se filiar a um grupo de partidos e assim se eleger com 18 mil votos.
O prospecto está assinado pelo “coordenador político” da Coligação, Wanderley Galdeano Pereira e pelos partidos PTN, PRTB, PSL e PSDC nas pessoas dos presidentes, Jorge Esch (PTN), Jimmy Pereira (PRTB), Tunico de Souza (PSL) e João Peixoto (PSDC).
O texto do convite diz assim:
“Último dia de filiação”.
“Última chance de eleger-se com 18.000 votos”.
“Os presidentes dos partidos, PSDC, PRTB, PTN e PSL unidos para uma futura coligação majoritária e proporcional no pleito de 03 de outubro de 2010 convidam você para a “Grande festa de filiação”.
“Pela primeira vez, quatro agremiações partidárias caminham juntas durante a fase de filiações, mostrando que estaremos unidos até o pleito de 03 de outubro de 2020”.
Por fim o convite estabelece data e local.
Até onde o blog conhece (e conhece pouco de legislação eleitoral) nada há de ilegal no convite. Porém, que é estranho é. Você ser chamado para uma “mamata” de se eleger por um número relativamente pequeno de votos. Porém, sem ilusões, mas com tristeza, se vê como está deteriorado o atual sistema processo eleitoral brasileiro, especialmente nas chamadas legendas de aluguel.
Alguns espertos, aparentemente, estão convidando e selecionando candidatos que possam somar votos e assim, ajudar e eleger os presidentes, ou os escolhidos por estes partidos. A regra com certeza já está estabelecida: não se filia ninguém que tenha o risco de superar os dois ou três “líderes” deste grupo e ainda deve garantir vantagens para quem tem potencial de somar votos. Pode ser mais barato que investir nas suas próprias candidaturas.
Como o TSE se pronunciaria sobre um convite destes: “Última chance de eleger-se com 18.000 votos”.
E pensar que já se viu tudo em eleição...
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2 comentários:
Caro Professor
A respeito da sua postagem, que aborda uma questão ética de extrema seriedade, onde sua ponderações são mais do que corretas: é uma grande enganação, uma verdadeira mamata para os "cardeais" da coligação citada, só tolos cairiam numa esparrela dessa, mas, como mesmo diz o dito popular, "enquanto existir cavalos e burros, São Jorge não andará à pé", não me espantaria se essa campanha de filiação venha a ser bem sucedida.
Mas o que quero observar mesmo é que, quando dizes já se viu tudo em eleição, devo apenas fazer um pequeno reparo: já vimos quase tudo, só não vimos ainda, "boi voar".
Forte abraço.
Gostaria de acrescentar ao comentário algo que deve ser apreciado com mais detalhes. Vejamos: O coeficiente eleitoral na eleição de 2010 estará na casa de 70 mil votos, explico: a cada 70mil votos dados ao Partido Político escolhido pelo eleitor, elege-se um Deputado, ou seja; o primeiro mais votado da legenda, se este mais votado tiver 18 mil votos, será ele o eleito. E assim por diante. Isto quer dizer que é perfeitamente elegível um candidato em um Partido Político pequeno, um candidato com poucos votos, como quer fazer valer o "pool" de partidos identificados. Ao contrário de uma legenda maior como PSDB, PT, PMDB, DEM, etc. o coeficiente partidário e muito maior, ou melhor: mais do dobro de votos para se eleger um Deputado.
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