65 anos, professor titular "sênior" do IFF (ex-CEFET-Campos, RJ) e engenheiro. Pesquisador atuante nos temas: Capitalismo de Plataformas; Espaço-Economia e Financeirização no Capitalismo Contemporâneo; Circuito Econômico Petróleo-Porto; Geopolítica da Energia. Membro da Rede Latinoamericana de Investigadores em Espaço-Economia: Geografia Econômica e Economia Política (ReLAEE). Espaço para apresentar e debater questões e opiniões sobre política e economia. Blog criado em 10 agosto de 2004.
domingo, outubro 11, 2009
As merecidas férias do Veríssimo
Até o craque Luiz Fernando Veríssimo às vezes perde a inspiração. A informação ao final do texto de que está saindo de férias mostra como é difícil, mesmo para uma pessoa acima da média, ser sempre excepcional. Veja a sua crônica de hoje no jornal O Globo e confirme ou não a opinião do blogueiro sobre a "baixa" do cronista:
“Nomes”
“Bikini dava medo. Era o nome de um remoto atol no Pacífico onde os americanos faziam seus testes com bombas nucleares.
Especulava-se sobre os efeitos dos testes na atmosfera e da sua irradiação na Humanidade.
Lembro-me de um filme de ficção científica da época em que um iate desavisado passava muito perto da zona dos testes e seus ocupantes, quando voltavam para casa, começavam a virar monstros. E notícias de Bikini eram lembretes constantes da possibilidade de uma guerra nuclear que nos liquidaria a todos. Mas as notícias constantes também popularizaram o nome, que foi adotado para o maiô de duas-peças reduzidas que começava a aparecer nas praias. Não sei de quem foi a ideia de chamar o novo maiô de bikini, nem se havia outro motivo para usar o nome além do fato de ele estar em evidência. Talvez uma alusão ao poder demolidor de um belo corpo exposto de maneira inédita? De qualquer maneira, o nome pegou. Dizem que o atol de Bikini ainda brilha no escuro e peixes mutantes nadam ao seu redor. A ameaça nuclear não terminou. Mas, para o consumo do mundo, a banalidade derrotou o terror.
Em 1957, para espanto de todos e embaraço dos Estados Unidos, a União Soviética pulou na frente na corrida espacial, lançando o primeiro satélite artificial da Terra, o Sputnik. Os americanos responderam acelerando o seu próprio programa espacial, que acabou colocando um homem na Lua, mas durante algum tempo tiveram que conviver com aquela prova da superioridade científica dos russos girando sobre suas cabeças. Mesmo se, como diziam os cínicos, a única vantagem dos russos sobre os americanos era que tinham ficado com melhores cientistas alemães no fim da Segunda Guerra Mundial, para todos os efeitos de propaganda e autoestima a competição era entre dois sistemas, e o comunista estava ganhando. Mas se sentiam-se ameaçados pela coisa, os americanos adoraram o seu nome. Em pouco tempo o sufixo “nik” passou a ser usado para tudo nos Estados Unidos. Membros da geração “beat” ficaram conhecidos como “beatniks”, embora em nada lembrassem uma bola dando voltas na Terra e fazendo “bip, bip”. Ou talvez, às vezes, lembrassem. No caso do Sputnik, também ganhou a banalidade.
BAI BAI Vou tirar férias. Volto no dia 15 de novembro.
Comportem-se.”
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