65 anos, professor titular "sênior" do IFF (ex-CEFET-Campos, RJ) e engenheiro. Pesquisador atuante nos temas: Capitalismo de Plataformas; Espaço-Economia e Financeirização no Capitalismo Contemporâneo; Circuito Econômico Petróleo-Porto; Geopolítica da Energia. Membro da Rede Latinoamericana de Investigadores em Espaço-Economia: Geografia Econômica e Economia Política (ReLAEE). Espaço para apresentar e debater questões e opiniões sobre política e economia. Blog criado em 10 agosto de 2004.
quinta-feira, outubro 29, 2009
Investimentos nos limites do ES e RJ
O grupo Ferrous controlado por fundos de investimentos estrangeiros que possui várias minas de ferro no estado de Minas Gerais, voltou a tocar seu projeto na cidade de Presidente Kennedy, próximo ao distrito de Barra do Itabapoana, na divisa dos estados do Rio e Espírito Santo.
O trabalho que está sendo feito agora é o da liberação do licenciamento ambiental da obra. Desde que o grupo fez as últimas aquisições de terra, os serviços andaram em ritmo lento, por conta da freada na economia em função da crise financeira internacional, mas agora estão sendo aos poucos retomados.
Consta que uma das áreas adquiridas, na localidade de Marobá para o empreendimento teria saído em torno dos R$ 4 milhões. O grupo chegou a anunciar investimentos totais de R$ 6 bilhões que incluiria a unidade de beneficiamento de minério e o porto para exportação de 50 milhões de toneladas anuais de minério. A previsão é que a exportação já possa ser efetivada no ano de 2014.
Todo o projeto é muito similar ao do Complexo do Açu que também começou agregando novos empreendimentos, a partir do mineroduto, da unidade de beneficiamento (antes pelotização) de minério e de embarque no porto (como o que já há no porto de Ubu, da Samarco, em Anchieta, ES, vizinho à Guarapari) e que depois foi recebendo complementos como a termelétrica a carvão, distrito industrial, retro-área para importação e exportação de outras mercadorias, siderúrgica, etc.
No desenho do empreendimento em Presidente Kenedy também já se fala em terminal portuário para uso de contêineres e recebimento de navios de grande porte (transporte de até 6,5 mil contêineres básicos) e que exigem calado de até 18 metros para atracação.
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2 comentários:
Caro Roberto:
Moro em Travessão de Barra, que, como você sabe, fica bem próximo da área onde vai ser construído esse empreendimento.
Passei em um concurso no ES, e tenho acompanhado de perto o desenrolar das coisas naquele Estado.
Pois bem, existe um jornal on-line (Século Diário - www.seculodiario.com), não ligado aos interesses da classe política, bem como dos grandes conglomerados, que vem, constantemente, tratando de assuntos como esse.
É sabido de todos, no ES, que o grupo ferrous está comprando grandes áreas para contruir o Porto e outros empreendimentos, porém, os organismos ambientes, e o jornal, têm denunciado a incapacidade hídrica para a construção dos empreendimentos na Praia das Neves. Eles, inclusive, têm afirmado que a área se transformará em uma nova Tubarão, cidade catarinense que sofre com os efeitos da construção de um porto e outros empreendimentos, sem a devida observância aos ditames de preservação do meio ambiente.
As cidades de Vitória e Anchieta, têm sofrido consideráveis perdas na qualidade de vida, por causa dessas usinas de pelotização de carvão, pois os níveis de poluição trazidos pela Samarco e Vale são absurdos, não sendo divulgados os números de emissões de CO2, por ingerência dos orgãos governamentais, que vivem protegendo essas empresas, com a falácia de que as mesmas geram "desenvolvimento".
NÃO QUERO ESSE TIPO DE DESENVOLVIMENTO PARA NOSSA REGIÃO!!
Infelizmente, os sanfranciscanos vibram com essa construção, pois a mesma pode gerar inúmeros empregos. Ok, tudo bem, gerar emprego é ótimo. Porém, qual vai ser o custo disso? Será que a ferrous tem compromisso com a qualidade de vida de nós moradores da região?
Inúmeros organismos ambientes do ES têm denunciado que ocorrerá mazelas incontáveis para a população da região. Eu não estou falando de violência, estou falando de poluição. Ou pessoas acham que um conglomerado multinacional se preocupará em gastar dinheiro para protegar a saúde dos habitantes da região??
Temos sofrido com as práticas predatoriais desses grupos internacionais.
Desenvolvimento não é só geração de emprego, também, é geração de emprego; porém, desenvolver uma região, sem reconhecer suas capacidades hídricas, bem como cumprir uma série de medidas mitigadoras de impactos ambientes, é danoso para a população.
Sei que é difícil equacionar, desenvolvimento sem poluição, todavia, se deixarmos nas mãos dos governos e da ferrous, eles vão destruir o rio itabapoana, a praia das neves, a praia de marobá, etc.
Qual seria a quantidade de água necessária para tocar um empreendimento grande como esse? Será que o Rio Itabapoana daria conta do recado? Onde seria colocado o lixo gerado pela pelotizadora de carvão e etc.???
Isso já é terrível, agora veja um trecho de uma matéria do Jornal Século Diário, veiculada no dia 28/05/2009, sobre outro problema que está acontecendo na região:
"Para tanto, a Ferrous contou com a pressão da prefeitura do município para convencer moradores a venderem seus terrenos por preços irrisórios na Praia das Neves, segundo foi denunciado pela população local. Os que não concordaram foram ameaçados de desapropriação. A empresa já adquiriu 15 mil hectares na região.
Entre as situações denunciadas pelos moradors da Praia das Neves está o caso de Domiris Machado Filho, que vendeu 50 alqueires por R$ 50 mil o alqueire, e Aribaldo Manhães Corrêa, que vendeu 100 alqueires por R$ 100 mil o alqueire. Os moradores afirmam que esses dois terrenos foram repassados à empresa, logo em seguida, por R$ 800 mil o alqueire, como consta no Cartório de Registro.
Diante disso, a preocupação dos ambientalistas é cada vez maior. Eles ressaltam que a forma com que o empreendimento chega à região reflete a postura que a empresa terá diante dos moradores do município e seus direitos durante e após a sua implantação."
Observe bem, como a Ferrous está chegando na região, em união com aos entes governamentais capixabas!!
É preocupante...
TB não estou concordando, sou pesquisador em Ecologia atuante na área e gostaria de saber se o empreendimento de Praia das Neves será julgado no nível federal ou municipa. Muito perigoso, isso sim !
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