65 anos, professor titular "sênior" do IFF (ex-CEFET-Campos, RJ) e engenheiro. Pesquisador atuante nos temas: Capitalismo de Plataformas; Espaço-Economia e Financeirização no Capitalismo Contemporâneo; Circuito Econômico Petróleo-Porto; Geopolítica da Energia. Membro da Rede Latinoamericana de Investigadores em Espaço-Economia: Geografia Econômica e Economia Política (ReLAEE). Espaço para apresentar e debater questões e opiniões sobre política e economia. Blog criado em 10 agosto de 2004.
sábado, novembro 28, 2009
Nem tudo está perdido!
Sem querer e nem poder acusar uns e defender outros, mas desejando fazer referência, às boas atitudes, o blogueiro não pode deixar sem registro, o caso por qual passou hoje, na BR-101, num trecho entre as duas entradas de Macaé, quando seguia de Campos em direção ao Rio de Janeiro.
Fui parado por um policial. Ele pediu meus documentos e o do carro. Entreguei e, logo em seguida ouvi a pergunta: "mas aqui há duas identidades e não a carteira de motorista". Pedi de volta os documentos e vi que ele tinha razão. Em instantes tentei entender o que estava acontecendo, já que há um bom tempo não era parado nestas blitzs.
Lembrei-me que na mesma época que renovei a carteira de motorista, também peguei uma nova identidade do Conselho de Engenharia, o Crea. Daí que certo dia vendo a carteira volumosa e não por dinheiro (rs, rs,rs) retirei alguns cartões e, uma das duas identidades, a antiga - ainda em validade - e a nova do Crea, que é muito parecida com a de motorista... então deduzi... que assim fiquei com as duas identidades do Crea e sem a carta de motorista.
Expliquei, sem querer convencê-lo, mas até para eu entender... Ele pediu de volta a carteira de identidade e pediu que confirmasse que aquele era meu CPF. Disse que sim. Ele pediu para aguardar foi na viatura policial pegou um palm-top, voltou e disse: "você acabou de renovar a carteira que terá validade até 2014". Em seguida ele afirmou que eu estava ok, mas o correto seria portar a carta de motorista. Concordei. Em seguida, o policial perguntou se minha esposa dirigia e, então sugeriu que ela assumisse o carro para não ter problemas mais adiante e desejou boa viagem.
Sei que a tecnologia ajudou. A referência aqui do blog não é pela "aliviada" do policial, eu não a solicitei, mas, porque em nenhum momento vi, ele interessado em usar minha dificuldade - ilegalidade mesmo - para vender alguma facilidade. Podem dizer que a tecnologia ajudou. Isto pode ser verdade, mas para quem pretende criar dificuldades, o equipamento poderia ser desconsiderado, mas não, ele usou para fazer o seu serviço e certificar que eu não era um condutor sem carteira e vendo que não era o caso, liberou e continuou o seu trabalho... tudo isso por volta das 13 horas, debaixo de um calor de mais de 40 graus...
Sei que alguns poderão dizer que o registro é pelo benefício, alegando se fosse o contrário, se houvesse pressão do policial, a reclamação deste blogueiro aconteceria. Pois eu afirmo que não.
Ao identificar meu engano, já considerava a punição que não tenho certeza se está baseada no Código de Trânsito, que proíbe a condução sem habilitação, mas tendo o policial à mão a informação se o condutor é habilitado, o documento torna-se-ia desnecessário. (não tenho certeza desta interpretação)
Porém, este registro em nota do blog é porque, em nenhum momento, o policial deu qualquer pista ou intenção de querer levar vantagem e diante da confirmação da ausência da carta, buscou a infomação e decidiu rapidamente pela liberação.
Isto me permitiu interpretar o que já ouvi de alguns interlocutores: uma nova geração de policiais - sem querer atacar os mais antigos - parece estar surgindo nas diversas polícias, inclusive, na Polícia Rodoviária Federal, tão atacada pelos achaques até algum tempo. Daí concluo: nem tudo está perdido.
PS.: Atualizado e ampliado o texto às 00:58.
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9 comentários:
Que o Brasil seja contaminad de verdade, integridade e Humildade.
Antigamente virava manchete caso e corrupção. Hoje está virando manchete caso de Dignidade.
Que o Brasil seja contaminado de Verdade,Integridadee e Humildade, nos mínimos detalhes.
Integridade é verdade nos mínimos detalhes. E a gente pode chegar lá sim. Creio, Oro, Busco, Espero verei. Amém.
Palavrinha:
fancr
Franqueza.
É isso aí.
A CNH é documento de porte obrigatório, e não há exceção para a norma...
O policial descumpriu a regra...
Uma pena que sua percepção de "uma boa atitude" se dê através de uma irregularidade...
Nesse sentido, não há muita diferença entre a irregularidade(concussão, corrupção ativa e ou passiva) e a prevaricação, a não ser a dose das pena...Todas são consideradas crimes...
Ah, é claro, a diferença foi para o narrador, que "ganhou" uma "aliviada grátis"...
Um abraço...
Caro Xacal,
Ainda assim, considero uma atitude diferenciada.
Não pedi, não pediria e, volto a lembrar, minha referência na nota, não tem relação com a "aliviada" e sim, com o fato de que o policial estava, no exercício do seu trabalho, querendo saber se eu era habilitado, e como tal, autorizado a guiar.
Insisto que o fato dele não querer usar a informação da não portabilidade da CNH, para tirar vantagem, é um fato excepcional para mim, mesmo que compreenda que sua decisão não tivesse amparo legal.
Não sei me entende, não estou satisfeito pela "aliviada", estaria de igual forma contemplado, se ele mantivesse sua posição pela legalidade, que entendi que só foi "aliviada" pela garantia de que eu nao era, um não habilitado.
De qualquer forma, o caso serve para debate. E, insisto, é bom que consideremos o fato de que estamos diante de situações novas, em que, quem tem a força e o poder, já compreendem, que devem saber usá-las.
Abs.
É isso aí! Chega mesmo desse negócio de "é relativo". O certo é certo, O errado é errado. Se todos nós começarmos a ver assim o "relativismo" não mais dará "brechas" para a corrupção. O relativismo e essa "aliviada" diante de transgressões. Mas entendi a postura do Roberto. Inclusive foi franco em mostrar o fato como foi.
Roberto,
Eu entendi a sua intenção e seu sentimento...
A minha posição é que parece não ter ficado clara...
É lógico que foi um "avanço" a postura do agente...Ainda mais com a visão já estereotipada da qual gozam os policiais(não sem razão, é verdade)...
Mas entenda que não caberia ao agente essa discricionariedade...
E quando ele faz para "o bem", nada impede que o faça "para o mal", aí variando a situação e as cirsunstâncias envolvidas...
É claro que você não pediu nada...Mas a prevaricação(deixar de praticar ato de ofício por sentimento ou vantagem pessoal)se dá, não só pela "cervejinha", mas qualquer sentimento...
Nesse caso, ele "julgou" que você merecia o "favor"...Ele não poderia ter feito isso...Nem de graça, nem por dinheiro...
Um abraço...
O comentário da Rosângela é repudiado por mim!
Sem entrar no mérito se ele prevaricou, aliviou ou outras coisa.
O CERTO É QUE ELE USOU O BOM SENSO, ISSO É QUE VALE.
PROFESSOR, A SUA POSTAGEM FOI MUITO BOA, POIS ESTAMOS EM UMA NOVA REALIDADE DE POLICIAIS.
Ccordo com o Xacal. Certe é certo , errado é errado, ainda que doa no bolso!!!
É esse o ponto, caro comentarista: nem sempre a Lei expressa um bom senso...como foi esse caso...
veja que a imposição de portar a CNH se deu quando ainda não era possível checar telematicamente se o condutor é ou não habilitado...
logo, o policial usou sim o bom senso, mas isso não o exime de ter cometido uma irregularidade...
nesse sentido a Lei(justa ou injusta)existe para formalizar procedimentos contra todos,e afastar esse tipo de "julgamento circunstancial"(ou de ocasião) pelo policial ou qualquer outro agente fiscalizador do Estado...
quando digo que o policial deveria lavrar o auto infracional, é preciso que se diga que ao condutor(nesse caso, Roberto)poderia argüir sua tese em sede administrativa, e quiçá judicial, para aí, quem sabe, o Estado possa rever seus institutos normativos em atualização com as possibilidades tecnológicas, como foi nesse caso...
Um abraço...
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