domingo, novembro 01, 2009

O último

O título “Esloúltimo” traduzido ao pé da letra “é o último” e se trata de uma inovação instalada inicialmente em Barcelona, mas prevê lojas também no Brasil, já no ano que vem. Está se falando de uma rede de lojas onde seus idealizadores pretendem expor as últimas inovações de importantes marcas. A proposta é interessante, inovadora, mas também com riscos. Imagine você poder entrar numa loja, encher a sacola e sair sem pagar nada... A matéria foi veiculada no caderno Empresas/Serviços, na última edição do Valor Econômico e será reproduzido abaixo para você ver como o capitalismo vai se reinventando a cada dia, baseado especialmente nos interesses individuais e no “desejo de ter” das pessoas. Não veja, necessariamente uma crítica, apenas uma observação.
Clique aqui e acesse a página do empreendimento. A foto ao lado é da loja em Barcelona. Abaixo a matéria da Talita Moreira na íntegra:
Em Barcelona, consumidor leva produto e não paga” “Entrar numa loja, encher a sacola e sair sem pagar nada. Ou quase nada. Pode parecer estranho, mas assim funciona a Esloúltimo, que abriu suas portas em Barcelona há duas semanas.
Para frequentar a loja, instalada no centro da cidade, é preciso fazer um cadastro e pagar uma taxa de € 5 por semestre. A partir daí, o cliente pode levar para casa até dez produtos por mês, de alimentos a cosméticos, sem fazer desembolso adicional.
Não, não se trata de um "revival" socialista nem de um novo modelo de consumo que está emergindo para caber nos bolsos apertados do mundo pós-crise. A experiência, na verdade, não poderia ser mais capitalista.
A Esloúltimo ( é o último, em tradução livre) foi criada pela Guía de Tendencias, empresa barcelonense especializada em marketing e pesquisas sobre consumo, com o objetivo de testar a reação dos clientes aos lançamentos de produtos feitos por diversas empresas. Mais que uma loja, o local é uma espécie de laboratório de consumo.
"A ideia é oferecer às marcas um espaço para que possam comunicar e promover seus produtos", afirma Virginia Bernal, gerente de contas do Guía de Tendencias.
As empresas não pagam nada para expor seus lançamentos. Se a Esloúltimo só cobra dos clientes da loja uma taxa semestral de inscrição, como o negócio vai se sustentar? O Guía de Tendencias pretende vender às companhias pesquisas sobre o comportamento dos consumidores e a aceitação dos produtos.
Os próximos passos preveem a abertura de uma loja em Madri em fevereiro e a chegada a outras capitais europeias nos meses seguintes. O plano de negócios contempla a abertura de lojas no Brasil e nos Estados Unidos em 2011, mas datas e cidades ainda não foram definidas.
Em Barcelona, participam do projeto 78 empresas - Sara Lee, Bimbo e Pepsico, entre elas -, que podem deixar seus produtos em exposição de 15 dias a um mês. O modelo, diz Virginia, é inspirado nas "sample shops" (lojas de amostras ou lojas-teste) do Japão, mas ainda era inédito na Europa.
Alguns produtos disponíveis na Esloúltimo têm embalagem de amostra grátis. Outros são itens em tamanho comercial. Há novidades em produtos de limpeza, refeições congeladas, desodorantes, cremes antirrugas, entre outros. Os mais corajosos podem levar para casa uma cerveja sem álcool sabor maçã verde.
O movimento na primeira quinzena superou, de longe, as expectativas dos organizadores. Todos os dias, a Esloúltimo tem recebido de 600 a 800 novos clientes. A projeção inicial era de 400 a 500.
Com a procura acima do esperado, a empresa teve de fazer alterações em seu modelo. "Nos primeiros dias, tivemos filas de espera de até quatro horas para entrar na loja e isso vai contra o propósito do negócio", afirma a gerente.
Agora, em vez de visitas semanais o cliente pode ir à loja uma vez a cada 15 dias, mas leva, no total, o mesmo número de produtos. Além disso, a Esloúltimo criou um sistema de agendamento de dia e horário dessas visitas para que o consumidor não tenha de ficar esperando do lado de fora da loja.
Ainda assim, os problemas persistem. No site da empresa não faltam reclamações de pessoas que não estão conseguindo se cadastrar devido ao grande volume de inscrições. Outro ponto sensível é o abastecimento da loja. Na tarde de quarta-feira, quando o Valor esteve na Esloúltimo, os atendentes tinham dificuldade em manter as prateleiras cheias. "Erramos na quantidade de produtos que pedimos às empresas", reconhece Virginia. "Mas agora isso já está sendo resolvido."
O excesso de frequentadores também fez a empresa repensar a distribuição de produtos tecnológicos. Como são itens muito mais caros do que, por exemplo, um pacote de biscoitos, os volumes que poderiam ser distribuídos seriam pequenos - o que, segundo Virginia, poderia gerar descontentamento. Agora, as marcas participantes (Panasonic, HP, Pentax, BenQ) avaliam a possibilidade de criar um sistema de testes, em que a pessoa pode levar o produto para casa, mas tem de devolvê-lo após um período.
A popularidade da Esloúltimo deve-se, em grande parte, ao efeito disseminador das redes sociais da internet. A loja tinha página no Facebook antes mesmo de abrir as portas e, ontem de manhã, somava mais de 4,8 mil fãs. No Twitter, são 155 "seguidores". A empresa não fez publicidade tradicional.”

Um comentário:

Splanchnizomai abraçando o amanhã. disse...

Será que não é o "los últimos" antes do chip?
Onde seremos ( eu não) marcados para comprar ou vender?