65 anos, professor titular "sênior" do IFF (ex-CEFET-Campos, RJ) e engenheiro. Pesquisador atuante nos temas: Capitalismo de Plataformas; Espaço-Economia e Financeirização no Capitalismo Contemporâneo; Circuito Econômico Petróleo-Porto; Geopolítica da Energia. Membro da Rede Latinoamericana de Investigadores em Espaço-Economia: Geografia Econômica e Economia Política (ReLAEE). Espaço para apresentar e debater questões e opiniões sobre política e economia. Blog criado em 10 agosto de 2004.
sexta-feira, novembro 20, 2009
Um grande e alvissareiro motivo!
O meu saudoso pai gostava de lembrar a ironia de um grande amigo de trabalho, que sempre questionava estas pesquisas médicas publicadas em jornal, que a cada hora divulgava algo distinto de outro.
Nesta linha este seu amigo, avesso às atividades esportivas como terapia para uma série de doenças, questionava que os jornais traziam pesquisas, que ora dizia que o bom era correr, depois andar, depois... Aí ele dizia que... ainda iriam descobrir e divulgar que o melhor mesmo era ficar quietinho, aproveitando a vida...
Recordei desta passagem quando recebi hoje cedo, por e-mail, do sempre atento professor Salomão, aniversariante de ontem, a informação divulgada pelo jornal O Globo, cuja origem é a BBC, de que “O álcool reduz risco de doença cardíaca e homens, diz estudo”.
Além da provocação do “vamos encarar...” Salomão enviou um link da matéria que diz entre outras coisas:
“Uma pesquisa realizada em diversos centros de estudo na Espanha indica que o consumo diário de bebida alcoólica reduz em mais de um terço o risco de doenças cardíacas em homens. A Espanha tem, relativamente, altas taxas de consumo de bebidas alcoólicas e baixas taxas de doenças do coração.
A pesquisa envolveu mais de 15,5 mil homens e 26 mulheres e concluiu que o consumo de grandes quantidades de bebidas tem impacto diferente para o sexo feminino - as mulheres não se beneficiaram da mesma forma que os homens.
As idades dos pesquisados variava entre 29 e 69 anos, e os autores do estudo pediram que os participantes documentassem seus hábitos de bebida durante toda a vida. Os resultados foram acompanhados pelos pesquisadores durante dez anos. A pesquisa foi publicada na revista especializada Heart.
Os pesquisadores espanhóis separaram os participantes em seis categorias que variavam desde aqueles que nunca beberam até os que consumiam mais de 90g de álcool por dia - isso seria o equivalente a consumir cerca de oito garrafas de vinho por semana.
Para aqueles que bebiam pouco, menos que uma dose de vodca por dia, por exemplo, o risco de doença cardíaca foi reduzido em 35%. Entre aqueles que bebiam entre três doses e mais de 11 doses por dia o risco diminuiu em média 50%.
Mas não foram observados os mesmos benefícios entre as mulheres, que sofrem menos problemas cardíacos do que os homens.”
O blog sabe que o assunto vai despertar muito interesse, por isso divulga aqui o link onde você pode ler a matéria na íntegra. Porém, que fique claro, o último parágrafo, destacado da matéria, não tem nenhuma insinuação para os homens saírem por aí desacompanhados para protegerem suas mulheres.
Pensando bem, esta pesquisa até parece aquelas divulgadas bem antes das eleições, por encomenda dirigida de espertos aos institutos, com o intuito de inflar uma e desinflar outras candidaturas...
Assim, esta pesquisa espanhola tem toda cara de ter sido encomendada, mesmo com a informação de que levou mais de dez anos de duração... De toda a sorte, como o resultado convém a alguns... que desça o pano, ou melhor, a próxima!
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3 comentários:
Pois é Roberto, a grande questão da ciência é a pergunta e não a resposta.
Realmente estas respostas mudam para cada tipo de estudo. Isto é normal, pois as metodologias são diferentes e as reportagens não a citam. A única preocupação neste caso da bebida, é a sua frequência, quantidade e relação com outros hábitos, como por exemplo, alimentação, atividade física e sono. Para o caso dos exercícios físicos recomendados, é a mesma coisa. Depende da condição física atual do praticante, como por exemplo lesões pré-existentes, excesso de peso, sedentários ou ativos, etc., que são fatores de muita importância para saber, como no seu exemplo citado (corrida x caminhada), qual a atividade mais recomendada. Espero que o comentário seja útil ao se analisar estes estudos.
Prof. M.Sc Marcos Wellington Sales de Almeida
Pois é Roberto, a grande questão da ciência é a pergunta e não a resposta.
Realmente estas respostas mudam para cada tipo de estudo. Isto é normal, pois as metodologias são diferentes e as reportagens não a citam. A única preocupação neste caso da bebida, é a sua frequência, quantidade e relação com outros hábitos, como por exemplo, alimentação, atividade física e sono. Para o caso dos exercícios físicos recomendados, é a mesma coisa. Depende da condição física atual do praticante, como por exemplo lesões pré-existentes, excesso de peso, sedentários ou ativos, etc., que são fatores de muita importância para saber, como no seu exemplo citado (corrida x caminhada), qual a atividade mais recomendada. Espero que o comentário seja útil ao se analisar estes estudos.
Prof. M.Sc Marcos Wellington Sales de Almeida
Olá Professor Marcos Almeida,
Excelente comentário. Como professor reafirmo que não só a pesquisa, mas o ensono vive das perguntas: um bom aluno não é o que responde e sim o que pergunta.
A minha troça era mais para o humor do final de semana do que a seriedade que o tema da pesquisa exige.
É evidente que as metodologias, o universo pesquisado entre outros fatores induzem a resultados diversos que demandam novas perguntas e pesquisas e assim a humanidade vai evoluindo neste permanente processo de descoberta e dúvidas...
Agradeço sua observação e o seu comentário.
Gde. abraço,
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