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65 anos, professor titular "sênior" do IFF (ex-CEFET-Campos, RJ) e engenheiro. Pesquisador atuante nos temas: Capitalismo de Plataformas; Espaço-Economia e Financeirização no Capitalismo Contemporâneo; Circuito Econômico Petróleo-Porto; Geopolítica da Energia. Membro da Rede Latinoamericana de Investigadores em Espaço-Economia: Geografia Econômica e Economia Política (ReLAEE). Espaço para apresentar e debater questões e opiniões sobre política e economia. Blog criado em 10 agosto de 2004.
Um comentário:
"Bandeirantes" ameaçou "melar" a Confecom
(RODRIGO VIANA)
Estou em Brasília. Acompanho a cerimônia de abertura da Confecom, a Conferência de Comunicação convocada pelo governo Lula (depois de grande pressão dos movimentos sociais que lutam pela democratização do setor).
Pois bem. A cerimônia devia ter começado há duas horas. Mas, nos bastidores, corre a informação de que o Grupo Bandeirantes estaria ameaçando abandonar a conferência. Por isso, há uma reunão de emergência pra apagar o incêndio...
Pra quem não está acostumado com esse debate, um rápido resumo. Quando Lula convocou a Confecom, as maiores emissoras de TV (reunidas na ABERT - "Globo") - além de jornais (ANJ - "O Globo, "Folha", Estadão) e revistas (ANEER - Abril) - fizeram de tudo para inviabilizar a conferência. Queriam controlar a pauta de debates, queriam controlar a comissão organizadora.
Não aceitaram as regras da Confecom, e logo se retirarm do processo.
O governo fez um enorme esforço para convencer a ABRA (que reúne Band e RedeTV) e as teles (grandes grupos que chegaram a Brasil para investir em telefonia e internet - Oi,Telefônica, Vivo) a permanecer na Confecom.
Deu certo.
Para agradar os empresários, criou-se uma regra que divide os delegados da Confecom em 3 categorias: sociedade civil (40%), empresários (40%), governo (20%). Além da sobre-representação empresarial (40% é demais!), estabeleceu-se outra regra: propostas polêmicas (ou, "temas sensíveis") só serã aprovadas na Plenária Final da Confecom se tiverem 60% dos votos. E mais: é preciso a aprovação de ao menos um representante de cada setor. Ou seja, em tese, os empresários teriam poder de veto na Plenária Final, porque detém 40% dos delegados. Se todos os delegados empresariais fecharem contra uma proposta, o veto estará dado.
O governo avalia que valeu ceder porque realizar a Confecom contra vontade de Globo, Veja, Folha e outros é uma grande vitória.
Concordo. Só acho que o governo Lula tinha força para ter convocado a Confecom muito antes. Mas ok. Essa discussão já está vencida.
O que ineteressa é que agora o Grupo Bandeirantes quer mais!!! Quer direito de veto também nos grupos de trabalho (GTs) que vão selecionar as propostas para a plenária final. Isso não está previsto nas regras. Mas eles querem. Estão acostumados a mandar. E pronto!
Há mais de mil delegados do Brasil inteiro a esperar a cerimônia de abertura. Que não ocorre porque o Saad dono da Band) resolveu vender um pouco mais caro a participação na Confecom.
Isso porque é a Bandeirantes. Imaginem como seria o jogo se a Globo estivesse aqui?
O governo Lula aposta em negociar, sempre. É um grande mérito. Mas dar essa moral toda aos Saad já é demais.
Em vez de debater comunicação, estamos no plenário, olhando a Ivete Sangalo a requebrar no telão. Sabe-la lá por que, alguém resolveu botar um DVD da Ivete pra acalmar o povo, enquanto o Saad não acaba de cobrar a fatura dele.
Viva a Ivete Sangalo!
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