65 anos, professor titular "sênior" do IFF (ex-CEFET-Campos, RJ) e engenheiro. Pesquisador atuante nos temas: Capitalismo de Plataformas; Espaço-Economia e Financeirização no Capitalismo Contemporâneo; Circuito Econômico Petróleo-Porto; Geopolítica da Energia. Membro da Rede Latinoamericana de Investigadores em Espaço-Economia: Geografia Econômica e Economia Política (ReLAEE). Espaço para apresentar e debater questões e opiniões sobre política e economia. Blog criado em 10 agosto de 2004.
quinta-feira, dezembro 10, 2009
Pontos corridos
Aproveitando ainda o assunto do Brasileirão que continua gerando muita discussão neste espaço, o blog traz até aqui a informação publicada ontem, no jornal Valor Econômico sobre um estudo feito pela Crowe Horwath RCS, mostrando dados sobre as receitas dos clubes, desde que o critério de pontos corridos foi adotado em 2003 para a classificação do Campenato Brasileiro de Futebol:
1) A receita dos clubes teria crescido 115% passando de R$ 805 milhões para R$ 1,7 bi;
2) A renda de bilheteria teria aumentado 23% e os patrocínios 20%;
3) Os clubes teriam ficado menos dependentes da TV, que há seis anos era a maior fonte de receita e hoje, a segunda.
PS.: Segundo os estudos a fonte de recursos que menos cresceu teria sido a venda dos direitos de transmissão de jogos para a TV com crescimento de apenas 7%.
O uso do verbo na condicionante (teria, seria, etc.) pelo blog é porque a fonte não é conhecida e estas informações têm grande poder. A divulgação do tal estudo parece ter o interesse claro de ajudar na sua manutenção.
O blog, depois de todas as dicussões sobre o assunto, continua a preferir o critério do octogonal e não crê que os avanços de receita diminuíssem, até porque, cada vez fica mais claro que o business entra cada vez mais firme e profissionlamente no negócio futebol.
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3 comentários:
Pontos corridos não restam dúvidas, é a mais rentável opção de campeonato. É só analisarmos, por exemplo, os clubes que lutavam contra o rebaixamento. Antes dos pontos corrigos, esses clubes disputavam o campeonato até outubro/novembro no máximo, limitando bastante a receita, agora jogam até a última rodada.
Pode não ser a forma preferida do brasileiro, mas ele será obrigado a se adaptar, visto que o futebol hoje é um negócio, e negócios precisam gerar lucros..
Acho que o próximo e inevitavel passo será a adequação do nosso calendario ao europeu..é apenas uma questão de tempo mesmo..
Alias, acho que campeonato só passou a existir de verdade no Brasil após o início da disputa por pontos corridos, ja que antes haviam disputas estilo "Play off" o campeonato na verdade era uma copa..não é?
Professor, achei mt interessante os dados que levantou e postou aqui e respeito sua opiniao (que é compartilhada por muitos, ilustres conhecidos e desconhecidos). Entretanto, o que me prende aos pontos corridos nao é exatamente o que vai à campo, mas o que se é feito por fora dele.
Explico: achei interessante quando li de um renomado articulista do jornal LANCE! que o Flamengo ganhou a competiçao para tornar-se o que faltava à regra: uma boa exceção. O rubro-negro carioca nao possui Centro de Treinamento decente; salarios em dia so existem quando emprestimos sao pegos comprometendo a receita de futuras administraçoes (tapando um buraco abrindo-se outro, traduzindo); etc.etc.etc. e foi campeao dos "pontos corridos", famoso por ser entregue so aos mais organizados.
Concordo com a tese da organizaçao. Prova maior de que é preciso organizar-se para chegar longe está na classificaçao final: O Flamengo terminou à frente de mts. Mas quem faz o certo ja ha algum tempo quase chegou la: S. Paulo, INternacional, Cruzeiro, Palmeiras e, pasmem, até o Avaí, que fechou o ano ali em sexto. Todos procuram organizar-se de forma que gastem menos que arrecadam e investem pesado na categoria de base e no centros de trabalho.
O "mata-mata" privilegia, no meu ponto de vista, a emoçao. E é esse o problema. Ganha o mais motivado, nao o mais organizado. Era sempre aquele "levando com as coxas" que fazia o time ficar na pasmaceira durante boa parte do campeonato e so nos ultimos instantes, precisando ganhar 5 de 6 partidas, classicava-se em oitavo. O líder, pobre coitado, que classificou-se antecipadamente ha seculos, relaxou naturalmente e vai acabar pegando um oitavo colocado motivado pelas vitorias em sequencia. E ai, vai acontecer como o Sao Caetano, em 2000, q saiu embalado da Serie C, venceu uma, duas, tres... e quase foic ampeao da serie...A! Ou ate mesmo o Flamengo, em 1992, quando precisava de tantos resultados para classificar, conseguiu, enfrentou um Botafogo favoritíssimo e foi campeão.
Pro torcedor tbm pode ser diferente: que adianta ficar indo ao estadio se o que interessa mesmo so acontece no Final? Por isso a receita dos pontos corridos alavancaram: todo jogo vale mt.
Resumindo: adoro mata-mata, mas, para o bem dos nossos clubes, deixa como está. Os pontos corridos estao fazendo os contratos serem mais longos e os times de empresarios de 6 meses ja sao escassos. Dentre oturas qualidades.
O sistema de pontos corridos é mais justo e não dá margem a dúvidas: se jogam todos contra todos, basta dar o título a quem tiver melhor campanha.
É mais correto do que colocar o 1º para enfrentar o 8º (que "empurrou com a barriga", como ocorreu em 2002 com o Santos eliminando o São Paulo), com risco de vermos esse tal oitavo ser campeão com menos pontos do que o primeiro alcançou na fase de classificação...
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