65 anos, professor titular "sênior" do IFF (ex-CEFET-Campos, RJ) e engenheiro. Pesquisador atuante nos temas: Capitalismo de Plataformas; Espaço-Economia e Financeirização no Capitalismo Contemporâneo; Circuito Econômico Petróleo-Porto; Geopolítica da Energia. Membro da Rede Latinoamericana de Investigadores em Espaço-Economia: Geografia Econômica e Economia Política (ReLAEE). Espaço para apresentar e debater questões e opiniões sobre política e economia. Blog criado em 10 agosto de 2004.
terça-feira, janeiro 19, 2010
O Brasil não é o Chile
Dilma não é Frei e nem Serra o Piñera. Querer extrair da eleição chilena a interpretação de que a transferência de voto é limitada, apenas por causa desta eleição, é subestimar a inteligência do cidadão-eleitor ou, tentar se afirmar em algo, quando as esperanças são consideradas baixas.
A centro-esquerda estava no poder há vinte anos no Chile. A vontade de mudar naquele "centrão" que decide eleição em qualquer lugar, se somou ao desgaste de um candidato que já foi governo. Neste tempo o Chile e o Brasil avançaram, cada um a seu modo e assim continuará. Por isso, a disputa entre Dilma e Serra, aparentemente, cada vez mais polarizada, é totalmente diferente.
Talvez, a única similaridade entre um pleito e outro, é que por aqui, assim como lá, o resultado deve ser bem apertado. O resto é marola para quem não está subindo na onda.
Assinar:
Postar comentários (Atom)
5 comentários:
Pertinentes as suas afirmações, até mesmo pelo fato de ser o Brasil um país-continente e de ter um eleitorado quase vinte vezes maior do que o do Chile.
Realmente são cenários políticos diferentes e qualquer analise neste momento é prematura. A transferência de votos é algo bastante complicado, mas acredito que aqui a eleição terá suas peculiaridades e por isso não podemos tirar a eleição do Chile como exemplo.
Acredito que viveremos um cenário político de muitas comparações, o eleitor verá tudo o que foi feito pelo atual governo e pelos governos anteriores. Vivemos um período de estabilidade, a inflação está controlada, o mercado cresce gerando emprego, mesmo depois da crise, e não existe um clamor social por mudança. Ao contrário, percebo que o sentimento é que estamos no caminho certo e devemos continuar.
De qualquer forma, ainda é muito cedo para apontarmos favoritos, seja na esfera federal ou estadual, como no futebol, só podemos apontar o vencedor após o apito final.
Paz e Bem
Caro Roberto, poderíamos afirmar ainda que: Lula não é Bachelet! Além disso, a situação teve 3 candidatos (Frei, Ominami e Arrate). Ominami, que chegou em 3º lugar e resolveu não apoiar ninguém no 2º turmo, não é Ciro! Falando nele, trata-se do mais prejudicado com o resultado eleitoral chileno. Abç
Aécio não tem o pig mas não é burro, sabe que Serra está perdido, é novo e pode ser presidente algum dia…
Portanto Dilma já está eleita!
Caro Roberto:
Você tem toda razão: Dilma está longe de ser o Frei.
Eduardo Frei construiu uma trajetória pessoal e política coerente e relevante para a história recente do Chile, disputando na esfera das eleições seu espaço como homem público, chegando via eleições diretas à presidência da república.
Dilma, ao contrário, sempre fez política de gabinete, nunca disputou uma eleição e provavelmente não disputaria, não fosse o fato de ter sido enfiada goela abaixo do PT e da base aliada pelo Lula.
Não há parâmetros de comparação entre estes dois personagens políticos; um amplamente vivido nos embates eleitorais, nos pleitos populares selados pelo sufrágio popular, e outro uma imposição deslocada de quem se julga ungido pelas pesquisas de opinião pública.
A soberba petista, tão afeita ao tucanato, pode ser o calcanhar de aquiles da estratégia plebiscitária urdida no bunker governista, por que com aquela cara de madrasta má da Dilma, vai ser difícil algum marqueteiro fazer milagre.
Abraços,
Claudio.
Postar um comentário