65 anos, professor titular "sênior" do IFF (ex-CEFET-Campos, RJ) e engenheiro. Pesquisador atuante nos temas: Capitalismo de Plataformas; Espaço-Economia e Financeirização no Capitalismo Contemporâneo; Circuito Econômico Petróleo-Porto; Geopolítica da Energia. Membro da Rede Latinoamericana de Investigadores em Espaço-Economia: Geografia Econômica e Economia Política (ReLAEE). Espaço para apresentar e debater questões e opiniões sobre política e economia. Blog criado em 10 agosto de 2004.
quarta-feira, março 17, 2010
O outro lado: engenheiro piauiense levanta questões e defende emenda Ibsen
O blog recebeu nos comentários de nota abaixo e também por e-mail, o texto que posta abaixo do engenheiro Heitor Gil Castelo Branco, morador de Teresina, Piauí:
"Caro Roberto Moraes
Inseguro se vc postaria meu comentario sobre o presal no seu blog, apresento-lhe nossas consideraçoes que acredito responderao firmemente suas indagaçoes sobre os destinos dos recursos do pre-sal.
Gostaria que vc desse uma visibilidade para que aumentassemos as discussoes sobre tema tao importante.
Atenciosamente,
Eng HEITOR GIL CASTELO BRANCO
heitorgil@hotmail.com"
"Após a aprovação da emenda patrocinada pelos deputados federais Ibsen Pinheiro (RS) Marcelo Castro (PI) e Humberto Souto (MG), acerca da mudança na distribuição dos recursos do pré-sal, seguiram-se pelo Brasil duas reações completamente antagônicas: os estados não produtores festejaram, principalmente o Piauí e o resto do Nordeste e lamentaram os tidos como produtores, destacando-se Rio de Janeiro e o Espírito Santo.
O governador carioca Sérgio Cabral teatralizou, indo às lágrimas, dizendo que o Rio estará quebrado caso Lula não vete a emenda vitoriosa.
Baseado em dados dos especialistas o Rio perderá mais de R$ 5 bilhões/ano e estaria passando por uma ‘seca’.
Uma seca daquelas a que o Nordeste é submetido a cada ano com a pobreza que nunca deixou de ser produto da enorme desigualdade regional existente nesse imenso Brasil e enquanto o Rio se encontrou na região privilegiada.
Morei 7 anos no Rio e se existe um paraiso é ai.
A dificuldade vislumbrada pelo governador carioca é de fato real.
Ele só esquece que os nordestinos, os principais beneficiários com a nova distribuição do pré-sal, estão acostumados a lutar há séculos contra suas secas.
Logo, as lamentações de Cabral, seguramente trarão à baila a discussão nacional sobre essa permanente desigualdade entre as regiões do país, que só tem sido tratada de maneira acadêmica.
Na prática, nada mais do que o discurso.
Louve-se atitudes dos parlamentares que, como Marcelo Castro e Júlio César, do Piauí, não se quedaram diante de outras alternativas alinhavadas pelo governo federal e até aceitas pelos governadores nordestinos, que visavam liberar para os estados não produtores muito menos do que se conseguiu efetivamente com a medida aprovada.
Ao povo nordestino, habituado às dificuldades, só resta a solidariedade às lágrimas de Cabral.
Eng. Heitor Gil Castelo Branco".
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11 comentários:
Caro piauiense,
Imagino o quanto o Nordeste sofre com a pobreza de seu solo e de seu povo. Porém, há grande injustiça em querer que apenas o Rio de Janeiro tenha que arcar com esse problema. Muitos Estados têm suas riquezas mineirais, ou hidrelétricas, entre outras... e em nenhum momento falaram em dividir isso com o pobre resto do país.
Alguns dizem: Mas o petróleo está no mar, não é do RJ e tal... MAS NÃO SE ESQUEÇAM QUE ESSA REGIÃO AQUI É QUEM AGUENTA A EXPLOSÃO POPULACIONAL, O AUMENTO DA VIOLÊNCIA, A NECESSIDADE DE SE CRIAR ESTRUTURA PRA RECEBER ESSE POVO TODO QUE VEM PRA CÁ, DO PAÍS TODO, INCLUSIVE DO NORDESTE, PRA TRABALHAR COM PETRÓLEO, SEJA NAS PLATAFORMAS OU EM TERRA, OU MESMO NAS NOSSAS CIDADES. SAIBA QUE VEM GENTE DE TODO LADO PRA CÁ, BUSCANDO OPORTUNIDADES E SACRIFICANDO A NOSSA GENTE DAQUI. o PETRÓLEO TRAZ LUCRO PRA TAPAR O DESEMPREGO, A VIOLÊNCIA, A ESTRUTURAÇÃO DAS CIDADES, A ESTRUTURAÇÃO DE HOSPITAIS QUE ATENDEM A TODA ESSA GENTE QUE VEM... ALÉM DE POLUIR TODO O NOSSO LITORAL, SUJAR NOSSAS PRAIAS...
Eu poderia ficar escrevendo um livro sobre todos os apuros que as plataformas podem trazer pras regiões costeiras... Mas não seria necessário. Todos sabem o que o RJ e o ES passam, a imprensa noticia todo dia, não é mesmo?
Antes de falarem sobre as lágrimas do Governador do RJ, pensem em pedir parte dos lucros das outras regiões do país e vamos ver o que os governadores de outros Estados vão dizer ou chorar.
Me desculpe a sinceridade, mas se essa grana vai pro Nordeste, espero que os nordestinos não continuem vindo pra cá trabalhar e encher favela... Nós já estaremos com problemas demais dos cariocas pra resolver... e sem dinheiro pra pagar!
Como se pôde constatar este sr. quer que todos tornemos um nordeste, em vez de tentar melhorar o seu estado tenta fazer com que o nosso fique como o tal.
Vai para p.q.p. seu f.d.p..
O Rio de Janeiro quer mais dinheiro pra que? Sou carioca. O governador nao sabe administrar e acha que administrar e' ter dinheiro na conta. Todos os estados tem direiro sobre a divisao. O Brasil e' uma federacao, se nao concorda mude a lei para confederacao. E' obrigacao do governo federal ajudar os estados mais pobres, melhorando a qualidade de vida, dai' vai animar as pessoas a voltarem para suas casas e nao ficar empilhado que nem caixote nas favelas.
Petrobrás faz descoberta na Bacia de Sergipe
Volume de óleo economicamente recuperável é estimado em 15 milhões de barris
Agência Estado
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Tópicos: Petrobrás, Bacia de Sergipe
SÃO PAULO -
A Petrobrás anunciou nesta terça-feira, 16, uma descoberta de óleo leve na área de Piranema, na Bacia de Sergipe. Conforme comunicado da companhia, o volume de óleo economicamente recuperável é estimado em 15 milhões de barris. "A descoberta será objeto de avaliações adicionais para melhor entendimento do reservatório e perfuração de um segundo poço produtor", segundo a nota.
A descoberta do óleo leve, de 44 graus API, ocorreu em reservatórios areníticos do pós-sal, a 2.693 metros de profundidade, após conclusão da perfuração do poço exploratório 3-PRM-12-SES. O poço fica no extremo norte da área de concessão de produção de Piranema, a cerca de 28 km do litoral de Sergipe, em lâmina d'água de 800 metros.
A maior parte do óleo encontrado no Brasil é pesado, abaixo de 20 graus API, de menor valor comercial por ser mais difícil de refinar. O Brasil normalmente importa óleo leve para ser misturado ao pesado no processo de refino. As novas reservas do pré-sal, no entanto, possuem óleo médio, como Tupi, de 28 graus API.
A Petrobrás afirma estudar a possibilidade de interligar o poço à plataforma de produção que já opera em Piranema, aproveitando assim a infraestrutura de produção e escoamento instalada na área. No final do mês passado, a estatal informou ter realizado duas descobertas na bacia de Campos, em um volume total recuperável estimado em 65 milhões de barris
Petrobrás faz descoberta na Bacia de Sergipe
Volume de óleo economicamente recuperável é estimado em 15 milhões de barris
(Agência Estado)
A Petrobrás anunciou nesta terça-feira, 16, uma descoberta de óleo leve na área de Piranema, na Bacia de Sergipe. Conforme comunicado da companhia, o volume de óleo economicamente recuperável é estimado em 15 milhões de barris. "A descoberta será objeto de avaliações adicionais para melhor entendimento do reservatório e perfuração de um segundo poço produtor", segundo a nota.
A descoberta do óleo leve, de 44 graus API, ocorreu em reservatórios areníticos do pós-sal, a 2.693 metros de profundidade, após conclusão da perfuração do poço exploratório 3-PRM-12-SES. O poço fica no extremo norte da área de concessão de produção de Piranema, a cerca de 28 km do litoral de Sergipe, em lâmina d'água de 800 metros.
Companheiro piauiense,
Com toda certeza para onde vai o dinheiro queremos esta perto não é? Acredito que você possa ser um daqueles empreiteiros que tem conchavos pilíticos para ganhar vantagem com esse dinheiro dos royaltes.
Em vez de pensar em seu umbigo, pense que devemos lutar por uma sociedade mais atuante na política, que fiscaliza os políticos e lutam por punições sérias e reais. Não concerta um erro cometendo outro.
Se os royaltes do nosso petróleo forem para vocês acredito que em menos de um ano já esteja milionário né?
O governo federal já recebe alguns valores desta riqueza para os ajudarem, mas os políticos daí querem deixar vocês mais alienados do que já são, com royaltes e sem royaltes.
Acho que estarei aí para ver as festas e mais propina achadas em cuecas, meias, redes e dedaixo dos colchões.
Abraço ao amigo que entende muito mal de política e de sociologia.
Concordo com a redistribuição do Pré-Sal, mas com a distribuição do Pós Sal mantida da mesma maneira que está... Para não perdermos "tudo" temos que ceder um pouco, e acho que essa será a proposta do senado.
Gostaria de dizer que o que está em questão é a redistribuição dos royaltes do petróleo que já está sendo extraído e não o petróleo da camada do pré-sal que ainda será extraído na sua plenitude.
Senhor Nordestino
Boa parte dos nordestinos, incluindo você, tem a péssima mania de se sentir coitados ao invés de sair a luta e deixar em paz a “lavoura do vizinho”.
Enquanto alguns de vocês olharem para os vizinhos, a vida andará para trás.
Aliás, por aí há muita gente de bem, valente e empreendedora, que possui, por exemplo, lavouras maravilhosas não obstante se encontrarem no meio do sertão.
Entretanto, é preciso trabalho; louvo-os por isso!
É lamentável que parte de vocês pretendam dividir o dinheiro destinado aos nossos hospitais, creches, universidades, ou seja, que sustenta a grande parte do que ocorre por aqui.
Em Campos, por exemplo, quase 70% do orçamento é oriundo dos royaltys, sem os quais, até hospitais irão fechar, sem contar com os inúmeros outros graves problemas que enfrentaremos.
Você viu bem: são quase 70%!
Pelo andar da carruagem, você, nordestino, não pretende só surrupiar o nosso dinheiro, mas sim, e também, dividir o seu sofrimento conosco.
Se assim o é, só me resta sentir pena de você.
Reitero as excelentes palavras do primeiro anônimo, salvo a parte final, que penso exagerada, ainda que para a hipótese.
Atenciosamente,
Ex-Preocupado
Campos dos Goytacazes/RJ.
Vcs nordestinos precisam primeiro perder esse complexo de coitadinhos q vcs tem. E em segundo, se vcs fossem trabalhadores e inteligentes poderiam ser grandes produtores de alimentos. Vejam o q acontece no deserto em Israel! Dessa forma vcs
ñ precisariam querer o q vcs ñ tem direito.
Essa nova divisão dos royalties
ñ vai resolver os problemas de ninguém, ou seja, vai nivelar todo mundo por baixo, na pobreza, ou seja é pura inveja!
Meus caros,
O debate de ideias, o confronto de argumentos é o interesse do blog. A agressão gratuita e o pré-conceito expostos em alguns comentários, independentes das origens são indesejáveis, mais são abominadas e, só foram aqui postadas, para que os leitores possam ver até onde vai a ignorância e a falta de argumentos.
Me desculpem, mas, mesmo discordando do comentário que suscitou a decisão de trazer o texto do engenheiro piauiense, não posso concordar com a generalização e ataques feito em contraponto ao argumento apresentado.
Sds.
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