65 anos, professor titular "sênior" do IFF (ex-CEFET-Campos, RJ) e engenheiro. Pesquisador atuante nos temas: Capitalismo de Plataformas; Espaço-Economia e Financeirização no Capitalismo Contemporâneo; Circuito Econômico Petróleo-Porto; Geopolítica da Energia. Membro da Rede Latinoamericana de Investigadores em Espaço-Economia: Geografia Econômica e Economia Política (ReLAEE). Espaço para apresentar e debater questões e opiniões sobre política e economia. Blog criado em 10 agosto de 2004.
quinta-feira, março 18, 2010
Pós manifestação - II
Há conversas aqui e e ali, mas a estratégia de estados e municípios produtores não está alinhavada. Há divergências de encaminhamentos. Tem gente que defende que tem que esticar a corda e outros que admitem a negociação e compreendem que a manifestação ajudou a mostrar força.
No plano nacional fala-se em negociação, mas, ora se diz que é melhor deixar tudo para depois das eleições, ora outros propõem alterar o texto da emenda no Senado, já com uma negociação. Já está confirmado o pedido de urgência que estabelece o prazo de 45 dias para a tramitação dos projetos do marco regulatório no Senado.
Há quem também prefira empurrar tudo para a esfera jurídica. Nesta área há quem identifique possibilidades de tentar impedir a votação no Senado e outros que preferem deixar para atuar depois da sanção ou veto presidencial e nova decisão do Congresso.
Diante de tantas opções, o resultado acaba sendo na prática, não ter opção nenhuma ou deixar a coisa correr para ver como é que fica.
O presidente Lula está sensibilizado com a questão, mas é preciso ajudá-lo a ajudar a encontrar solução e isso, parece que está distante de ser encaminhado.
É evidente que o governador Sérgio Cabral é quem tem a obrigação de fazer esta condução. Abrir diálogo com outros governadores da região não produtora, com os líderes do Senado, com os ministros que já se manifestaram favoráveis à uma solução negociada, etc. O que não se pode é deixar a coisa continuar à deriva com cada um falando o que quiser.
Quanto mais dias passarem da manifestação para as conversas, menos cacife se terá e será quase impossível ficar mobilizando tanta gente em espaços tão curtos de tempo.
As divergências nas bases defensoras dos royalties estão eclodindo por conta de outras disputas. O cenário é confuso e nele, tudo pode acontecer. O blog espera que tenham juízo e capacidade de articular e negociar. Fora daí o resultado não será bom para ninguém!
PS.: Atualizado às 12:48:
Informação veiculada há poucos instantes no Globo Online (texto abaixo) reforçam os rsicos se não houver rapidez, habilidade e capacidade de articulação para se encontrar uma saída:
"Lula sobre royalties: 'O Congresso que resolva o problema'"
Publicada em 18/03/2010 às 12h12mEliane Oliveira - O GloboReuters
"AMÃ, Jordânia - Momentos antes de voltar para o Brasil, depois de uma viagem de cinco dias ao Oriente Médio, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva afirmou nesta quinta-feiraque não vai se envolver na polêmica sobre os royalties, que provocou protestos e resultou em uma passeata com mais de 150 mil pessoas no dia anterior no Centro do Rio de Janeiro. Lula disse que já havia alertado a todos os líderes sobre o risco de haver problemas este ano, devido às eleições, e avisou que a questão terá de ser resolvida no Congresso Nacional.
" Já cumpri minha parte. Minha vontade era não votar os royalties este ano, pois sabia que era um ano político "
- Já cumpri minha parte. Minha vontade era não votar os royalties este ano, pois sabia que era um ano político e que em ano de eleição todo mundo quer fazer gracinha. Disse que era para deixar para o ano que vem, pois tudo isso é para 2016. Não precisaria dessa pressa agora. Portanto, meus companheiros, a bola está nas mãos do Congresso Nacional e o Congresso que resolva o problema - declarou.
Lula não quis dizer se faria o veto pedido pelo Rio e evitou fazer qualquer comentário a respeito. Ele disse que, se o que sair do Congresso for muito diferente da proposta do Executivo, vai se "debruçar em cima do que for aprovado". O presidente destacou que, com exceção do projeto dos royalties, tudo tem sido feito de comum acordo.
O ministro do Planejamento, Paulo Bernardo, por sua vez, afirmou nesta quinta-feira acreditar que o Senado irá reformular o projeto de lei que institui o regime de partilha de produção e que inclui também a questão da redistribuição dos royalties do petróleo.
- O entendimento que eu tenho é que parece que há falta gravíssima no que foi votado, porque a Constituição diz que uma parte deve ser destinada aos estados produtores. Não fala quanto (mas que uma parte precisa). Com certeza isso é algo que exige no Senado uma reformulação - afirmou Bernardo no programa " Bom Dia Ministro". "
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11 comentários:
esqueceram que o presidente tambem está em "ano eleitoral".
Ele pode perder a guerra, mas nao a eleição.
Alguem se lembra do julgamento de Cristo? "Nao vejo nada contra este Homem", disse Pilatos. E o "congresso" gritava "crucifica-o!".
Pilula, ops, Pilatos, então, lavou as mãos e saiu jogando a responsabilidade sobre aqueles que o aclamavam como rei.
Qualquer semelhança com um reino (e um povo) em ruínas depois disto, é mera coincidência histórica.
Haja O Globo e JOrnal Nacional pra sair dessa.
E agora, Cabral? Aos 44min do segundo tempo, vai entrar no jogo ou vai se acovardar de novo?
Hipócritas os politicos que dizem estar defendendo uma melhor distribuição de riquezas atraves do petroleo !
Será que eles esqueceram que o preço do nosso combustivel é o talvez o mais caro do mundo ?
Onde está a amiga do povo brasileiro que se chama petrobras ?
Porque o políticos não fazem um projeto para que o combustivel tenha o preço justo ?
O preço justo também é regra para uma nova ordem de "gestão de riquezas" !!!
Depois de uma declaração dessas vocês ainda querem defender o Lula? Claramente ele não quer mexer no assunto com medo! Ele está deixando claro que só faz o que importa a ele e à agenda do partido dele quando não for ameaçado pelas eleições.
Essas comparações entre Jesus e Lula são nada menos do que ridiculamente pecaminosas.
Maurício Faez, por outras coisas você não merecia um xingamento; mas por essa comparação eu digo: você é um idiota!
Roberto, ou você é cegamente apaixonado por Lula ou não soube interpretar o que ele disse.
Professor Roberto Moraes:
Como sempre, e demonstrando ser esta a sua maior característica, o Presidente coloca-se a "lavar as mãos" diante de uma situação nevrálgica que culminará com grandes perdas, para todos os lados.
Para o Governo Federal, o "tiro" poderá sair pela culatra, visto que uma vez decretada falência de um município, caberá ao Estado suprí-lo e, em contrapartida, quando este mesmo Estado também está "falido", remete ao Governo Federal a responsabilidade de apoiá-lo financeiramente.
Curiosamente, tais fatos estão sendo noticiados de maneira "morna" pelos principais telejornais brasileiros. Curioso, não?!
Abraços aos amigos do Blog.
Vale a pena ler uma entrevista com o professor Cláudio Dantas da Unesp, ele coordena um estudo sobre o impacto dos royalties nas cidades beneficiadas.O link está aqui:
http://noticias.uol.com.br/bbc/2010/03/19/royalties-nao-melhoraram-vida-em-municipios-produtores-diz-estudo.jhtm
Bruno Souza.
Caro Prof. Roberto, hoje, no Último Segundo do ig, saiu uma matéria interessante sobre os municípios produtores de petróleo (falando de Campos e Macaé), com o seguinte título: "Royalties não melhoraram vida em municípios produtores, diz estudo".
Segue o endereço:
http://ultimosegundo.ig.com.br/bbc/2010/03/19/royalties+nao+melhoraram+vida+em+municipios+produtores+diz+estudo+9433160.html
Caro Companheiro Roberto,
Obrigado pelo espaço neste blog, que tanto suscita e elucida discussões de nível elevado.
Tentam a imprensa maldosa/tendenciosa e políticos de ocasião çem jogarem toda a responsabilidade e decisões nas costas do executivo (LULA). Mesmo sabendo eles que quem legisla e fiscaliza de fato é o Congresso Naional. "Camara, Senado e STF) tem suas origens regionais e conhecem os ploblemas relatados para tomarem decisões justas caso queiram. Porém, se a vontade for adversa com certeza o PRESIDENTE não a revertera.
Adwalto
Prezado Roberto,
Gostaríamos de recomendar a todos que leiam o comentário da Mirian Leitão, hoje n'O GLOBO.
Vc o publicaria na íntegra?
Observador Atento.
Caro Rudy,
Se há alguém aqui apaixonado e cego é o antiLula que você vem demonstrando nas suas postagens, mesmo em assuntos, que tratam de outros temas.
Casos como estes já são aqui conhecidos.
O tema dos royalties e dos regime de partilha/concessão são complexos e deveriam estar acima das questões partidárias, mas é compreensível, que na sociedade democrática em que vivemos, o debate, as articulações e as negociações fluam, qualquer que seja o resultado.
Sds.
Sds.
Roberto, diga ao Lula para ele agir sem influência partidária. Não é a mim que esse conselho deve ser dirigido.
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