sexta-feira, abril 09, 2010

Cidades sustentáveis x cidades inviáveis

É verdade que não adianta buscar culpados, embora existam. As ocupações irregulares são realidades nas cidades brasileiras. O êxodo rural, o atrativo das cidades e das áreas urbanas e a baixa renda da maioria da população vai construindo o cenário que desemboca em catástrofes com esta de Niterói. Sempre é muito mais complicado a realidade desta ocupações nas cidades com elevações e morros. Nas baixadas como da região de Campos, as cheias são mais comuns, mas elas têm um potencial destrutivo menor, porque permitem o abandono com mais perdas materiais que humanas. Nos morros os deslizamentos são quase sempre catastróficos. A gestão das cidades é algo cada vez mais complexo, mesmo que hajam recursos. É interessante observar a dissonância entre os técnicos e os políticos. Os últimos correm atrás de votos e como isto acontece de dois em dois anos, o planejamento dos governos são quase sempre imediatos. Já os técnicos culpam os políticos reclamando da falta de atenção para seus alertas e suas propostas. Nem um nem outro estão corretos. A sociedade espera mais de ambos. Tragédias como esta devem servir pelo menos para que cada um de nós reflita sobre a sua prática. Só uma participação mais ampla da sociedade na gestão das cidades pode ajudar a construir uma nova realidade que impeça que os prefeitos digam que não sabiam dos riscos e os técnicos não digam apenas o quê fazer, mas que ajudem a construir a solução que acima de tudo é política, na viabilização e construção de cidades sustentáveis sob o ponto de vista ambiental e social.

2 comentários:

Anônimo disse...

Roberto,

Tem um placa no trevo para Grussai que diz que vão gastar 70 milhões e reais para contruir um sambodromo?
Ninguem vai fazer nada? Ta sobrando dinheiro mesmo....Isso é um vexame e todos calados.
Nos merecemos.

AngelMira disse...

Se em Niterói os técnicos se manifestaram, a fatura deve ser encaminhada p os políticos.
Os técnicos tem meios judiciais de cobrança e os políticos?