65 anos, professor titular "sênior" do IFF (ex-CEFET-Campos, RJ) e engenheiro. Pesquisador atuante nos temas: Capitalismo de Plataformas; Espaço-Economia e Financeirização no Capitalismo Contemporâneo; Circuito Econômico Petróleo-Porto; Geopolítica da Energia. Membro da Rede Latinoamericana de Investigadores em Espaço-Economia: Geografia Econômica e Economia Política (ReLAEE). Espaço para apresentar e debater questões e opiniões sobre política e economia. Blog criado em 10 agosto de 2004.
sábado, maio 08, 2010
Louros para o Pró-Uni
Nesta semana em evento do Canal Futura, no Projac, da Rede Globo, no Rio de Janeiro, em que representei o IFF, tive a oportunidade de ouvir em alto e bom som, de dois reitores de grandes universidades particulares, que o Pró-Uni é um grande e exitoso projeto do governo.
Mais do que elogiar as vantagens que podem estar sendo obtidas com as compensações tributárias oferecidas pelo programa às mantenedoras das universidades, os reitores diziam ser os alunos do Pró-Uni, quase sempre, os melhores alunos das suas classes, o que ao final, elevava o nível da instituição diante do sistema de avaliação do MEC.
A empolgação e a lista de exemplos que citavam antes da reunião eram significativos. Confesso que, mesmo militando na área de educação não tinha a esta dimensão da repercussão do programa. Interessante, é ainda observar, que os aplausos ao programa não estava relacionado à imagem do ministério.
Neste quesito os reitores continuavam na cantilena já conhecida de muitas faculdades e universidades particulares: as reclamações contra a burocracia e contra a falta de autonomia do MEC com seus mecanismos de regulação. Este fato, para o blogueiro, só veio enaltecer ainda mais as referências ao Pró-Uni.
Além disso, este quadro serviu para demonstrar o quão preconceituosa é a premissa de que aqueles de mais baixa renda teriam incapacidades intelectuais irreversíveis.
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4 comentários:
Roberto, também acredito que o Pró-Uni é um programa sensacional, garante o acesso para muitos que jamais iriam cursar o ensino superior se não houvesse Pró-Uni, é realmente um grande e revolucionário projeto, disso eu não tenho dúvidas.
Mas não podemos deixar de refletir criticamente, identificando assim as falhas existentes no programa, para que estas sejam corrigidas e para que os atuais mecanismos sejam aperfeiçoados.
Hoje ainda há muitas faculdades particulares que não estão inclusas no Pró-Uni, muitas faculdades sem fins lucrativos
não aderiram ou saíram do Pró-Uni, pois não há para estas compensações financeiras ou tributárias quando ingressam alunos pelo Pró-Uni, alegam estas instituições que as vantagens de ordem tributária que o programa oferece, só são vantagens para as faculdades/univesidades com fins lucrativos.
Quando foi formulada a "premissa de que aqueles de mais baixa renda teriam incapacidades intelectuais irreversíveis"???
Caro Marcelo,
Na discussão das cotas, especialmente, quando se defendeu aqueles oriundos das escolas públicas, este argumento, de forma explícita, ou dissimulada foi imensamente utilizada como argumento.
Porém, ela é ainda mais presente no dia-a-dia da formulação de políticas de inclusão social, quando, dissimuladamente, alguns argumentam que todo o critério de apoio e promoção tem que ser o da "competência", quando esta tem, ou deveriam ter critérios de avaliação mais amplos, até pela defesa da diversidade como elemento importante numa sociedade democrática e plural, que são atributos, tão ou mais importante, que apenas conteúdos específicos.
Abs.
Mas as cotas que não sejam baseadas em critérios financeiros são inconstitucionais (não entendo o porquê de alguém querer estabelecer outro critério, já que o financeiro é o mais abrangente)...
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