domingo, maio 16, 2010

Sobre o acordo com o Irã

Ele já era considerado quase impossível por todos, agora parece que há esperanças... Se acontecer, será melhor para o mundo e não para quem guarda interesses mesquinhos e preconceituosos... Veja o que foi postado há alguns minutos no blog do Luiz Nassif: "Perto de um acordo no Irã" Por Tomás Rosa Bueno - Nassif: "Parece que o acordo turco-brasileiro de troca de combustível nuclear *vai* ser aceito pelo Irã. Eu tinha perdido um pouco o entusiasmo na quarta-feira passada, quando, depois de uma conversa telefônica de uma hora com a Hillary Clinton, o primeiro-ministro turco declarou que, ao contrário do que fora anunciado poucos dias antes, só iria ao Irã encontrar-se com o Ahmadinejad e o Lula se o Irã se comprometesse com o acordo. Agora, há uma hora, depois de um despacho da agência de notícias Anatolia, da Turquia, a Bloomberg, o Khaleej Times, de Dubai, os israelenses Ha’aaretz e Ynetnews, a Reuters da Índia e a rádio Free Europe acabam de anunciar que o primeiro-ministro Recep Erdogan cancelou uma visita programada ao Azerbaidjã para ir a Teerã na segunda-feira. Ou o Irã finalmente deu garantias à Turquia de que vai aceitar o acordo, ou o Erdogan resolveu não arriscar-se a deixar o Lula colher todos os louros sozinho, porque tem motivos para acreditar que o acordo sai com o sem a presença dele. Seja como for, todos os sinais indicam que o Lula vai voltar para casa com uma vitória diplomática internacional simplesmente espetacular."

13 comentários:

Anônimo disse...

Professor,
Torcemos para que essa notícias se confirme. Estamos acompanhando o noticiário sobre o tema e os nosso chanceler Amorim e o presidente Lula, se conseguirem essa vitória, merecerão o Prêmio Nobel da Paz.
Angeline Coimbra

Marcelo Bessa disse...

Quem duvida que Ahmadinejad assuma algum compromisso sério (com quem quer que seja) ou que não quebre o compromisso em pouco tempo estará se baseando apenas no que ele próprio plantou.
Essa é a opinião de muitas pessoas - e gente séria (não é só no Brasil que há gente bem intencionada - se bem que de boas intenções o inferno está cheio... rsrsrs). Aonde está o preconceito, Roberto? Opinião contrária não é preconceito.
Se houver acordo, certamente o iraniano estará "jogando para a torcida" e se aproveitando do crédito recebido (e não merecido), como já fez em outras ocasiões, com outros líderes: a raposa sempre tenta se passar por cordeiro. Não podemos nos iludir com um facínora como Ahmadinejad.
Se alguém tem interesses mesquinhos nesse assunto, é a ditadura iraniana, que condena à morte seus opositores e não permite inspeções em suas instalações nucleares: quem não deve não teme, né?
Muito me espanta que uma pessoa esclarecida como você defenda o canalha que atualmente preside o Irã, mas é seu direito ter tal opinião.
Um abraço.

Anônimo disse...

Irã e Brasil chegam a acordo, diz ministro turco

Ahmet Davutoglu, ministro de Exterior da Turquia, diz que anuncio sobre troca de combustível deve ser feito na segunda-feira

A Turquia disse neste domingo que o Irã aceitou um acordo de troca de combustível nuclear que poderá ajudar a encerrar o impasse de Teerã com o Ocidente sobre o programa atômico iraniano. Não foram divulgados detalhes sobre o acordo, mas o ministro do Exterior da Turquia disse que um anúncio oficial pode ser feito na segunda-feira, após revisões finais pelos presidentes do Brasil e Irã e pelo primeiro-ministro turco.

Roberto Moraes disse...

Caro Marcelo,

Há equívocos que o fazem confundir sua ira contra o presidente do Irã, a ponto de querer me influenciar, também no que é opinião, sobre um possível acordo e não sobre uma pessoa.

O risco destas confusões é exatamente a de dar poder a quem mistura estas duas coisas.

Quem escolheu o presidente do Irã foi sua população, não eu, tenho cá minhas reservas, mas estou falando de alguém eleito como representante de um povo.

Pórém, o que está em jogo é a possibilidade de se construir uma saída negociada que evite soluções de força que alguns mais que torcem.

Não sabia desta sua ojeriza que pode até estar confundindo os presidentes.

O preconceito a que a nota se referiu não trata de quem diverge ou desconfia das consequências do possível acordo, esta merece respeito.

O preconceito citado é aquele que está estampado em diversos textos de jornais e da grande rede, de gente que julga que nosso presidente seria incapaz de tal intermediação.

Aliás, o preconceito está ainda mais evidente na sua fala quando ela tenta dividir o mundo e as pessoas entre "esclarecidos" e "não esclarecidos", bem ao estilo de gente que se considera acima dos outros pelo saber que julgam ter, sempre acima dos demais.

A nota e nem a minha opinião na defesa de um acordo não se fundamenta na pessoa do presidente do Irã.

As opiniões devem ser respeitadas quanto a isso concordamos e parece que na teoria, porque na prática quem julga sua opiniao melhor do que a outra, por considerá-la forjada "em esclarcimenos superiores" está indo por caminhos que devem ser evitados.

O mundo hoje é diferente de tempos atrás. O fim da polarização com a inserção do conceito do multilateralismo exigem dos governantes visão mais ampla, tolerante e negociadora.

Os instrumentos de controle e intervenção sobre o que foi negociado são muito maiores do que antes, porém, não cabe mais um país querer ditar e controlar todas as questões do planeta direcionado apenas pelos seus interesses. O mundo é hoje mais complexo e como tal exige de todos nós um olhar que supere o maniqueísmo de um passado recente.

Sds.

Marcelo Bessa disse...

Roberto:
Referi-me, como você percebeu, a Ahmadinejad e só a ele. Porém, só o que posso sentir por um ditador é ojeriza e o fato de ele ter sido eleito - sabe Deus à custa de quantas vidas - não lhe dá o direito de ser o facínora que é e não faz com que suas absurdas posições unilaterais se tornem corretas: Hitler (com quem Ahmadinejad tem estranhas coincidências) também foi eleito.
Entendi, com seu comentário, que sua nota não se fundou na pessoa do presidente iraniano; mas meu comentário, sim. Afinal, um acordo (mais um) com uma pessoa que usa os métodos que Ahmadinejad usa corre um sério risco de funcionar perante os holofotes e ruir no dia seguinte. Não estou inventando dados: a História (e os outros acordos não cumpridos) diz quem é ele...
O fato de eu afirmar que você é uma pessoa esclarecida é apenas uma constatação (mais: foi um elogio, pois o fato de eu não concordar com uma opinião sua (concordo com muitas outras) não pode me retirar a capacidade de reconhecer sua inteligência) e não tem absolutamente nada de preconceito. Longe disso! Tenho "conceitos", como todos têm (e tal não é proibido nem feio nem vergonhoso), mas isso não tem nada a ver com "pré-conceitos"!
Não quer dizer também que eu quisesse te influenciar (nem conseguiria, penso): foi apenas uma opinião. Aliás, não dividi o mundo entre "esclarecidos" e "não esclarecidos", não: não uso desses artifícios de "bons" e "maus", "brancos" e "negros", "nordestinos" e "sulistas" etc. Penso em "caráter", "seres humanos", "brasileiros" e por aí vai. Nem tudo se resolve em dicotomias.
Concordo com você: "não cabe mais um país querer ditar e controlar todas as questões do planeta direcionado apenas pelos seus interesses": por isso que tenho preocupação em relação ao Irã e seu crescente caminho rumo à ditadura: eles querem ditar e controlar todas as questões direcionados apenas por seus interesses. Sou a favor do multilateralismo, mas isso não significa que um país possa fazer a todos os demais de bobos.
Resumindo (e agradecendo sua atenção): acho que se houver acordo, Ahrmadinejad continurá fingindo aceitá-lo apenas enquanto lhe convier: afinal, não estamos falando de um democrata (o Brasil é uma democracia, mas o Irã não é).

Roberto Torres disse...

Marcelo Bessa nao tem nenhum distanciamento da opiniao produzida pela mídia hegemonica. Por isso reproduz os preconceitos dos "esclarescidos".Na sua visao a "superioridade moral" e "maior honestidade" do ocidente sao tratadas como fato obvio.

Quando foi que o presidente do Ira descumpriu acordos? Quando foi que ele disse que o holocausto nao existiu? Ele só disse que o holocausto é coisa dos europeus? E nao é? Onde ele foi feito?

Tenho várias críticas a ele,sobretudo quanto a liberdade de imprensa e direitos humanos. Mas essa demoninazao é um absurdo, mesquinha e, mais do que as supostas bombas do ira, e ela que poe em risco a paz mundial.

abs

Marcelo Bessa disse...

Sr. Roberto Torres, não me demonize, por favor. Aliás, tal prática não foi inventada por mim e tem servido muito mais a outros setores do que a quem quer criticar Ahmadinejad (ele se basta...rsrsrs).
Quando foi que eu disse que na minha visão "superioridade moral" e "maior honestidade" do ocidente "sao fato obvio"?????
Falei (e repito: sugiro que aceite o fato de que alguém pode pensar diferente de você) que Ahmadinejad - é um facínora - e isso se deve a seu caráter e não ao fato de ser iraniano.
Leia com mais atenção o que escrevo: já cansei de te falar - e provar - que todas as vezes que você tenta fazer prognósticos sobre o que eu penso, você erra FEIO. Aliás, não entendo o porquê de você se preocupar tanto com minha opinião.
Como te disse há pouco em meu blog, percebo que você fica chateado porque essa sua conversa mole de luta de classes, seu intelectualismo proletário e coisa que o valha não me convencem... faça como eu: não tente mudar a opinião dos outros (como não tento mudar a sua nem a de ninguém).
Repare que nunca fui a seu blog escrever uma linha sequer a respeito do que você pensa, embora eu não concorde com praticamente nada (muito raramente até leio algo lá. Se você torcer pelo Brasil na Copa nós concordamos!): não o faço porque respeito o seu direito de pensar o que quiser e, principalmente, porque não quero obrigar ninguém a concordar comigo (mas você quer e já disse isso naquela estória de "convidar ao debate"). E porque não demonizo opiniões contrárias, como você faz.
Ah, sim. Sem medo de errar: "mídia hegemônica" para você é qualquer uma que não bata palmas para seus ídolos. A que bate palmas, é tratada como "jornalismo isento e democrático".
Mesmo que tais jornalistas tenham contratos com determinadas empresas - e por isso vivem a aplaudir certas ações e a demonizar os discordantes - não tem importância: importante é apenas pisotear as idéias dos que discordam, para que suas vozes não se levantem, né (a tática não é nova: foi usada na revolução soviética)? Sei...
Roberto Moraes: obrigado pela atenção e desculpe qualquer coisa (pretendo ficar quietinho: já falei demais).

Roberto Torres disse...

Nao quero te convencer de nada Marcelo. Respeitar seu direito de pensar é uma coisa, aceitar nao comentar o que voce escreve em público é outra. Nao faco prognósticos sobre o que voce pensa, faco críticas sobre muitas coisas que voce escreve, as quais se resumue num só ponto: voce é um direitista que flerta com o legalismo golpista (é so sua militancia a favor do golpe em Honduras), e ainda fica tentando se esconder dos "rótulos". Os rótulos só valem para os outros né?

Voce acha que falar em desigualdades de classe é conversa mole. Se isto nao é uma visao de mundo de direita, o que é entao? A desigualdade é uma questao de "caráter"?

Democracia para mim é mais do que uma festa bem organizada pelo TSE: é um espaco no qual devemos respeitar o direito de pensamento e opiniao do outro, mas sem precisar de abrir mao de lutar, através da opiniao, para mostrar quem está do lado de que e de quem. Isso nao quer dizer que eu nao te respeite ou que eu queira pisotear sua. opiniao. Quero somente irritar rs, desconstruir seu discurso "coeso" de "caráter" e "vergonha na cara".

Maria Eduarda Sobrosa disse...

Luta de classes é conversa mole? Dio mio,onde estamos?

Brand Arenari disse...

Marcelo, vc nao entende que a rede blog é uma esfera publica de debates? É a esfera pública que constrói a democracia, e não apenas o voto nas eleições, como vc pensa. Ninguém aqui quer te convencer não, debatemos pq outros estão lendo, e assim CONSTRUIMOS a democracia. Vc quer expressar opiniões na esfera pública e não sofrer críticas? Se não está disposto ao debate, recolha suas ideais, aqui é para quem tem coragem de debater, de ouvir quem discorda da gente. Não escrevemos para te convencer, e sim para convencer quem acompanha o debate, e respeitamos e gostamos das críticas às nossas idéias.
Vc quer ter o direito de falar o que pensa publicamente e não ser questionado, é isso?

Faço as palavras da amiga acima as minhas: Dio mio, dove siamo nói?

Marcelo Bessa disse...

Bem, acho que o fim do último comentário de Torres fala por si só: ele quer "irritar", "mostrar quem está do lado de que e de quem." e "desconstruir".
Traduzindo: ele quer que eu pense como ele, mas ainda há liberdade neste país. Há até quem use tal palavra para "irritar" e "desconstruir".
Foi por isso que falei que ele usa de "conversa mole". Só não vê quem não quer. Não falei que o debate sobre assuntos de interesse da sociedade é conversa mole: pelo contrário, é da essência da democracia.
O debate é importante, sim, claro. Mas "quando um não quer dois não brigam": debata com quem estiver a fim. Eu respeito a opinião de todo mundo (repare que eu não havia criticado ninguém até meu nome ser citado).
Se eu não quisesse críticas usaria de um expediente que muitos que defendem a liberdade de expressão usam: escreveria anonimamente ou inventaria outros nomes para me posicionar a meu favor (há quem faça isso na net).
Meu discurso em favor da "vergonha na cara" não me envergonha, Torres: vivo do meu salário e honestamente. Não vivo pendurado nos cachos do poder, como muitos.
Obrigado, Moraes.

Roberto Torres disse...

Marcelo,

Eu te explico: desconstruir é o mesmo que criticar e irritar é mostrar a incoerencia de um discurso que se pretende coerente. Se disso voce entendeu que eu quero que voce pense como eu, ou voce nao entende o que le ou é age de má fé mesmo.O que eu quero é dizer bem claramente que, junto com sua tara pela vergonha na cara, por arrotar honestidade, vem uma visao é uma forma de perceber o mundo que um país melhor precisa repugnar: boa vontade e vassalagem com os fortes e sadismo com os o de baixo - prova disso sua "mania" de ficar zoando erros de portugues das pessoas mais pobres em seu blog. Ah, sim isso é só um "hoby" rs. Preconceito, nada.. quem sabe um pré-requisito para ser amigo do Reinaldo de Azevedo.

Marcelo Bessa disse...

Pela última vez, Torres: nunca mostrei no meu blog o nome ou o rosto de quem comete erros gritantes (errar todo mundo erra, claro). Quem mal há nisso? Algumas coisas são engraçadas mesmo! E outra: quem disse que lá só mostro erros das classes mais pobres? Deus meu... isso é paranoica sua, apenas.
Já te disse (e não comentarei mais nada aqui, porque já deve estar torrando a paciência de todo mundo) que de pobreza eu entendo: sou o último de oito filhos de um lanterneiro com uma dona-de-casa. Sou ali do IPS, Rua Ayer Campos e todo mundo me conhece, até porque nunca neguei meu passado (precisa listar as dificuldades que uma família com essas características passava nos anos 70 e 80???).
Já morei sozinho num quitinete no Parque Leopoldina, já toquei na noite campista para me sustentar, já me ferrei na vida. Só estou falando isso aqui porque você age como se eu fosse um filhinho-de-papai. Entenda, de uma vez por todas, que eu apenas não sigo as suas "receitas para se fazer um país". Vá arrumar outra coisa mais importante para fazer do que se preocupar comigo, Torres!
E de onde você tirou que eu acho que deve haver "boa vontade e vassalagem com os fortes e sadismo com os o de baixo"??? Estou no andar de baixo, rapaz!!!
E outra: eu não arroto honestidade, não. Apenas sou um servidor público que se orgulha de ser honesto (o que, aliás, é minha obrigação) e defendo que na política, SEJA DE ESQUERDA OU DE DIREITA, as pessoas têm que ter vergonha na cara. Você, Torres, parece não concordar com isso, mas é direito seu. Para você "o diabo são os outros", sempre. Me erra, meu!
Faz o seguinte: não cite mais meu nome e não tente me ofender que fico quietinho, como sempre. Quem duvidar disso basta ir ao meu blog e ver quantos comentários (alguns ríspidos) há de Roberto Torres e depois vá ao blog dele e procure algum comentário meu lá...
Parei por aqui (mesmo sem entender o porquê de você se preocurpar tanto com o que pensa uma pessoa sem importância como eu) porque os leitores de Roberto Moraes têm mais o que fazer.
Desculpa aí, Moraes, mas não é legal ser acusado de coisas que não se faz.